Dia 29 de Junho de 2024 tivemos o primeiro dia da segunda edição do Evil Live Festival, a cargo da Prime Artists, depois da primeira edição, as nossas expectativas estavam em alta.

Chegamos à Meo Arena por volta das 15:30, não havia filas nas entradas nem correria para a usualmente tão querida front row, faltava talvez uma banda que apelasse à presença das novas gerações do metal nesse dia, para se fazer sentir o entusiasmo de ir cedo para ficar na frente.

Foto: Rita Mota – @ritafmota.photo | Men Eater

A segunda edição do festival começou virada para o stoner com algumas influências de doom, com os portugueses MEN EATER, formados em 2004 que se haviam despedido dos palcos em 2016, mas nos surpreenderam com o regresso em 2023, e estão de momento a apresentar o seu mais recente álbum.
Uma óptima escolha tendo em conta o seu talento e carreira, que não aqueceu muito os ânimos devido ao seu género musical mas foram carinhosamente recebidos e aplaudidos pela ainda pequena quantidade de público presente na hora da sua atuação que teve a duração de 30 minutos.

Foto: Pedro Gama – @pmgama | Jiluka

Seguiu-se a banda japonesa de metal “Electro Gothic Metal”, integrada pelo vocalista Ricko, a guitarrista Sena, a baixista Boogie e o baterista Zyean, após pequenos problemas técnicos que os atrasou por poucos minutos, apresentou-se categoricamente aos metal heads portugueses. Com uma entrada individual em palco, onde cada membro teve a oportunidade de se apresentar com uma pose à-lá Power Rangers, cedo mostraram ao que vinham: impressionar e impactar o público mais jovem do Meo Arena.

E logo aos primeiros sons, os jovens entusiastas por este tipo de metal saltaram ao ritmo da energia dos Jiluka. O vocalista Ricko não deu deu descanso a ninguém, com corridas, saltos e poses heróicas dignas de qualquer ninja. A banda não se ficou atrás, pois no final de cada tema, uma específica coreografia dramática. Os seguidores da cultura nipónica não poderiam pedir melhor. Uma excelente atuação, e sem recorrer a efeitos pirotécnicos.

Setlist
C4STLE
S4VAGE
BLVCK
OVERKILL
VENOM
KUMARI

Foto: Rita Mota – @ritafmota.photo | Wolfmother

A lendária banda de rock australiana Wolfmother marcou a sua presença no primeiro dia do festival, com uma performance eletrizante que deixou o público maravilhado.
Desde os primeiros acordes ficou claro que a sua atuação seria algo especial.
O setlist foi uma jornada sonora através de sua ilustre carreira,  “Woman” fez o público cantar juntamente com Andrew Stockdale, “Victorious” mostrou a capacidade que a banda tem em criar hinos de rock.
A iluminação e o visual complementam perfeitamente a música, cores vibrantes melhorando a experiência geral, quase como uma viagem no tempo até à era dourada do rock ‘n’ roll, a presença de palco de Stockdale foi magnética.
No final, quando as notas finais de “Joker & the Thief” ecoaram pela Meo Arena, todos os fãs de Wolfmother se fizeram ouvir, uma performance inesquecível.

 

Foto: Pedro Gama – @pmgama | Katatonia

Também a banda sueca de doom metal teve uma entrada em falso que ameaçou o seu  concerto. Chegaram a entrar em palco e quando tudo apontava para que o espetáculo começasse, o baterista alertou para dificuldades em ligar um qualquer aparelho essencial. A banda recolheu ao backstage e a dúvida instalou-se…

Algum tempo depois, resolvida a avaria, a banda voltou ao convívio da arena, pedindo desculpa pelo atraso, embora havendo a necessidade de cortar 2 temas ao alinhamento previsto. Afinal, há que cumprir os horários e os atrasos não se coadunam.

Refeitos do susto, este regresso a Portugal levou a turma de Jonas Renkse e Anders Nyström a dar tudo o que tinham nas veias! Os Katatonia são mestres do doom e o entrelaçar da melódica voz de Renkse com a guitarras de Nyström trouxe uma atmosfera deliciosamente dark ao pavilhão.

Setlist
Birds
Lethean
Colossal Shade
Forsaker

 

Foto: Rita Mota – @ritafmota.photo | Machine Head

O espetáculo de MACHINE HEAD pôde resumir-se em: machados insufláveis, dados insufláveis, confettis e muito fogo!
A plateia estava em número reduzido comparativamente ao segundo dia do festival (“poucos mas bons”), no entanto não foi por isso que a banda quanto ou o público diminuíram o ritmo, a energia era imensa, atmosfera eletrizante e o som… não muito perfeito, como já estamos habituados na Meo Arena, mas ainda assim bastante mais definido que nas atuações anteriores.
Foi o ponto mais alto da noite sem sobra de dúvidas, a banda liderada por Robb Flynn trouxe-nos uma performance carregada de intensidade, iniciaram o set com a clássica “Imperium”, e não perderam tempo para nos aquecer com a sua pirotecnia, colocando o público ao rubro desde o primeiro segundo em que pisaram o palco.
Prosseguiram com “Ten Ton Hammer”, e foi neste preciso momento que foram lançados martelos gigantes para o publico, que festarola!
Is there anybody out there?” passava o refrão nos ecrãs gigantes, para que o público pudesse acompanhar a cantoria no caso de não saber a letra do tema.
Quando chegou a vez de “Darkness Within” Flynn falou sobre o dia de aniversário da sua mãe, falecida, e dedicou o tema a todos os que já perderam alguém.
Moshpits, crowdsurfing e cantos em uníssono, se a noite acabasse com esta atuação, teria sido o encerramento perfeito do primeiro dia.

Setlist
Imperium
Ten Ton Hammer
CHØKE ØN THE ASHES ØF YØUR HATE
Now We Die
Is There Anybody Out There?
Locust
NØ GØDS, NØ MASTERS
*Solo de guitarra*
Darkness Within
Bulldozer
From This Day
Davidian
Halo

 

Foto: Pedro Gama – @pmgama | Kerry King

A curiosidade era mais do que muita!

Por dois motivos: Como seria a atuação de um histórico dinossauro como Kerry King, sem os Slayer, a sua banda de sempre? Como reagir a uma performance demolidora dos Machine Head, a banda anterior?

Pois bem, começando pela primeira dúvida, cedo a banda de Mr. King (este apelido fica-lhe mesmo bem!) tratou de pôr a horde em sentido. O início explosivo de “Diablo“, com o poder destruidor para mudar as mentes mais cépticas, foi o suficiente para que todos os que ameaçavam regressar a casa mais cedo voltassem de imediato aos seus lugares. Seguiram-se “Where I Reign“, “Trophies of the Tyrant” e “Toxic” que pertencem ao primeiro e recente álbum “From Hell I Rise” (lançado a 17 maio 2024).

Para os mais saudosistas, King fez-lhes a vontade e presenteou-os com uma rajada de 3 temas de Slayer, os clássicos “Repentless“, “Disciple” e “Chemical Warfare“. Terá sido o momento de fazer as pazes com os fãs mais ferverosos de Slayer.

Tendo posto as dúvidas em pratos limpos, voltou-se ao álbum de King, com a sequência “Two Fists”, “Idle Hands”, “Residue”, “Rage” e “Crucifixation”.

Maquiavélico como o experiente King sabe ser, a surpresa foi deixada para o fim: mais dois temas de Slayer (“Raining Blood” e “Black Magic“) e para terminar, o tema que dá nome ao seu potente álbum: “From Hell I Rise

Pois é, os riffs e solos de Kerry King continuam a fazer ferver o sangue das veias mais gélidas, e com o bandão que juntou – vocalista Mark Osegueda (Death Angel), o guitarrista Phil Demmel (ex-Machine Head), o baixista Kyle Sanders (Hellyeah) e o baterista Paul Bostaph (ex-Slayer, ex-Forbidden) – , o futuro é promissor! Muito!

Setlist:
Diablo
Where I Reign
Trophies of the Tyrant
Toxic
Repentless (Slayer song)
Disciple (Slayer song)
Chemical Warfare(Slayer song)
Two Fists
Idle Hands
Residue
Rage
Crucifixation
Raining Blood(Slayer song)
Black Magic(Slayer song)
From Hell I Rise

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