Eram 9h da manhã do segundo dia do festival e já haviam pessoas na fila preparadas para correr até à front row, sentia-se o entusiasmo no ar.
As portas abriram e assim foi, uma autêntica correria pelo melhor lugar na frente e pelo merchandise de Avenged Sevenfold, que esgotou em menos de 45 minutos.
Memorável será a palavra para descrever a atuação dos portugueses We Are Killing Ourselves!
Deram tudo!! Talvez para cravar as 4 letras W.A.K.O. na memória de quem os viu pela última vez. E que melhor local e momento senão no Evil Live, em plena MEO Arena! É que, conforme anunciaram, esta foi a derradeira aparição da banda, o último pulsar do coração.
Mas este coração bateu forte e, com uma vontade de ferro, vincaram o que de melhor se faz no Heavy Metal portugueses, não ficando a dever em nada às bandas estrangeiras que têm pisado os palcos do Evil Live (e de todos os outros palcos em Portugal, que diabo!).
Os 22 anos de carreira confere-lhes uma sabedoria e confiança inabaláveis. Os anos em que partilharam palcos com Soulfly, Sepultura, Moonspell, Municipal Waste, Bizarra Locomotiva, Ramp, Paradise Lost, Entombed, Slayer, Megadeth, ente muitos outros, e com participações em vários festivais por todo o país e em Espanha, valeram-lhes o respeito e o reconhecimento como uma das melhores bandas de metal de Portugal de sempre.
No Evil Live 2024, o vocalista Nuno Rodrigues cedo declarou ao que vinham. Pediu moshes, circle pits e um destruidor wall of death, que o público tratou de responder com a mesma energia!
Como uma bomba prestes a explodir, Nuno não se conteve e mergulhou na multidão. Um mar de gente que o abraçou com o amor que a banda merece. Até o microfone foi passado por alguns fãs que sabiam a letra e não deixaram que nada interrompesse o hype! Verdadeiramente memorável!
Seguiram-se muitos outros temas que recordaram e celebraram a magnífica carreira de 22 anos. Sintam-se orgulhosos, rapazes!
Setlist:
Abyss
Eternal Spiral
Perish
Drifting Beyond Reality
Extispicium
Ship of Fools
Compostos por atuais e ex-elementos dos Biffy Clyro, Oceansize e Slayer, os EMPIRE STATE BASTARD são uma das mais excitantes propostas surgidas no último ano e estrearam-se em Portugal no palco do EVIL LIVE FESTIVAL.
Ainda pouco conhecida em Portugal, a banda liderada por Simon Neil e Mike Vennart (Dave Lombardo não os acompanhou em Lisboa) trouxe uma boa mostra do seu álbum de estreia “Rivers of Heresy”.
Simon Neil, é um vocalista tão poderoso como desconcertante! De notar a sua transformação visual, em que passou de menino bonito dos Biffy Clyro para um animal selvagem com letais garras sonoras que lhe saem das profundezas da garganta! Uma metamorfose ao contrário: de borboleta colorida para lagarta sombria. E ainda bem!! A sua atuação ganhou personalidade e com isso, sua presença entre os restantes elementos da banda tornou-se distintiva.
Do início ao fim, os EMPIRE STATE BASTARD mantiveram a toada psicótica que alterna entre harmoniosas melodias e gritos de desespero dramático. Sempre ativos, sem nunca se perder a energia e o entusiasmo, conseguiram marcar o seu ponto forte junto dos presentes.
Foi uma excelente aposta da Prime Artists, sem dúvida!
Setlist
Stutter
Harvest
Blusher
Moi?
The Blues
Sons and Daughters
Palms of Hands
The Code
Corpse in the Chateau
Tired, Naw?
Sold!
The Looming
Depois da estreia do fenómeno Electric Callboy em Portugal em 2023, o fenómeno alemão regressa ao nosso país para mais uma festa de metalcore com eletrónica.
O set foi iniciado com Tekkno Train que de imediato pôs todo o público a saltar, dançar, pura diversão.
Um espetáculo desta banda não é só uma festa com confettis coloridos, acima de tudo sabem o que fazem, e é incrível a forma como encarnam diferentes personagens mediante o tema e sobretudo sabem pôr o público a mexer, sem inibições ou preocupações. Passaram por uma cover de Cascada e veio também na bagagem RATATATA, originalmente em conjunto com as Baby Metal (não seria bom tê-las também por cá? ficamos à espera!).
Setlist:
Tekkno Train
MC Thunder II (Dancing Like a Ninja)
Spaceman
Hate/Love
Everytime We Touch (Cascada cover)
Hypa Hypa
RATATATA (BABYMETAL & Electric Callboy)
MC Thunder
Pump It
Mindreader
We Got the Moves
SUICIDAL TENDENCIES
O regresso muito ansiado!
Os míticos Suicidal Tendencies de Mike Muir e Dean Pleasants regressaram a Portugal dispostos a dar uma festa inesquecível… e conseguiram-no, pois claro!
A turma de Venice California, veio reforçada com elementos de peso: Ben Weinman (ex- Dillinger Escape Plan), Tye Trujillo (filho adolescente de Rob Trujillo, ex-Suicidal e atual baixista dos Metallica) e o sempre sorridente Jay Weinberg (ex-Slipknot e também filho de outra estrela do rock, Max Weinberg, o baterista de sempre de Bruce Springsteen). Com esta receita, a festa estava assegurada!
Começaram o pandemónio com “You can’t bring me down”, um dos seus maiores êxitos para, sem tempo para respirar, atacar os neurónios da plateia com “War Inside My Head” e “Memories of Tomorrow”.
O senhor Muir quis então apresentar Tye através dos solos de baixo de “Send Me Your Money”, e o miúdo deixou o papá Trujillo orgulhoso. Tye tem talento de sobra e os sons graves correm-lhe nas veias! As portas de um futuro brilhante estão escancaradas!
Chegou o momento do discurso motivacional de Mike Muir, “You life is your own! Don’t let anybody say what you should do with it!”, sacando grande ovação. O público estava conquistado!
Seguiu-se o divertido “I Saw Your Mommy“ que pôs todas as gerações a cantar o famoso refrão “ I saw your mommy and your mommy’s dead, I saw her lying in a pool of red”! Que momento impagável!
A partir daí, Mike Muir começou a selecionar e a chamar aleatoriamente os mais jovens do público para subirem ao palco. Estes nem conseguiam acreditar e foi a loucura!!
A cada canção, mais uma dezena de fãs a subir e a dançar e cantar no palco com a banda!
A atuação terminou em apoteose, com o palco cheio por uma multidão, onde já era difícil distinguir os elementos da banda dos miúdos que pulavam de alegria! Esses ficaram com muitas selfies deste momento mágico! Afinal, não é todos os dias que uma lenda universal te puxa pela mão para partilhar o seu palco!
Setlist:
You Can’t Bring Me Down
War Inside My Head
Memories of Tomorrow
Send Me Your Money
I Saw Your Mommy
Freedumb
Subliminal
Cyco Vision
Possessed to Skate
How Will I Laugh Tomorrow
Pledge Your Allegiance
Chega a vez dos aclamados MEGADETH, a banda de thrash metal liderada por Dave Mustaine voltou a Portugal ainda a promover “The Sick, the Dying … and the Dead”, ainda que só tenham tocado duas faixas deste álbum, desta vez com o guitarrista Teemu Mäntysaari a substituir Kiko Loureiro.
Trouxeram-nos uma atuação exímia, sem grandes preocupações a nível visual, apenas com uma imagem de fundo do seu trabalho mais recente, mostrando que o que realmente tem importância é a precisão técnica de que são dotados.
Tivemos a oportunidade de ver o que vale Teemu, e digo-vos que é quase um perfect fit.
Quase no final do concerto tivemos a visita de Vic Rattlehead, com um bolo de aniversário em mãos a assinalar o aniversário da integração mais recente da banda, o que foi um pouco estranho tendo em conta que a sua data de nascimento é dia 1 de Janeiro de 1987 (sim, também estou confusa…).
Não faltaram clássicos como Angry Again, Hangar 18, Sweating Bullets (a minha favorita, obrigada Sr. Mustaine) e claro, Symphony of Destruction.
Um grande espetáculos da banda para quem viu pela primeira vez, um espetáculo bastante bom para quem já viu várias.
The Sick, the Dying… and the Dead!
The Conjuring
Dread and the Fugitive Mind
Angry Again
Hangar 18
Sweating Bullets
Kick the Chair
Skin o’ My Teeth
Trust
We’ll Be Back
Symphony of Destruction
Peace Sells
Holy Wars… The Punishment Due
A banda californiana Avenged Sevenfold foi sem sombra de dúvidas a mais aguardada nesta edição de 2024, um espetáculo repleto de energia e intensidade era o que se aguardava, e assim foi! (Se bem que eu sou a pessoa menos humilde no que toca a elogios a A7X, os meus favoritos de sempre). Foram 11 anos de espera até pisarem novamente o território nacional, como não esperar uma recepção calorosa, como merecem!
A atuação começou com a intro Nightfall de Kavinsky, M.Shadows entra em palco encapuzado e senta-se tranquilamente numa cadeira estrategicamente posicionada no meio do palco, o tema de abertura foi Game Over, pudemos ir vendo os restantes membros da banda a entrar em palco enquanto se ouvia ainda a intro da primeira música.
De seguida Mattel, também do seu trabalho mais recente “Life is But a Dream…”, um tema que aborda como tudo se tornou tão plástico no mundo nos dias de hoje, seguida de Afterlife, um clássico na setlist, seguida de Hail to The King, a música feita para ser ouvida em arena, o público estava ao rubro, abafando completamente a voz do frontman, M. Shadows teve de pedir ao público que se calasse porque não conseguia ouvir a própria voz, eram cerca de 13.000 pessoas em uníssono, arrepiante!
Durante a tour do LIBAD…, a quinta e sexta música vão alterando, na nossa vez tivemos direito a “Almost Easy” e “Seize The Day” respectivamente, com Zacky V a cantar os primeiros versos da faixa, como já é habitual e os fãs adoram que assim seja.
E chegou a surpresa da noite, “Shepherd of Fire”, com esta ninguém contava, nem mesmo os die hard fans como eu (só descobri porque vi a setlist um bocadinho antes, não aguentei esperar pelas surpresas) e M.Shadows afirmou mesmo que esse tema era apenas para nós!
A noite continuou com a passagem por Waking The Fallen, a nossa querida “Unholy Confessions” e de seguida voltamos a LIBAD… com “Nobody“, o primeiro single deste álbum, eis que chegamos então à primeira passagem pela fase mais negra da banda, com ”Nightmare“, que foi o primeiro trabalho da banda após a morte de Jimmy Sullivan, seguido de ”A Little Piece of Heaven“, masterpiece de 7 minutos, confesso que continuo a arrepiar-me a ouvir os samples da voz de The Rev.
Se há coisa que tenho a certeza, é que no momento em que tocaram “Save Me”, não houve quem não pensasse em The Rev.
A noite terminou com “Cosmic”, de volta a “Life is But a Dream…” após o final da música todos os músicos saíram imediatamente do palco sem distribuir palhetas, baquetas ou setlists, provavelmente já pesava o cansaço de toda a tour, sendo que Portugal foi a última data da mesma.
Os A7X demonstraram o seu imenso carinho pelo público português referindo várias vezes (pelo menos três) que pretendem voltar em 2025 (e eu também quero que voltem!)
Game Over
Mattel
Afterlife
Hail to the King
Almost Easy
Seize the Day
Shepherd of Fire
Unholy Confessions
Nobody
Nightmare
A Little Piece of Heaven
Save Me
Cosmic