Perguntas: Cremogema
Respostas: Banda Repudio

1- Pode nos explicar de que forma o livro “Anarquia planetária e a cena brasileira” influenciou na criação do nome da banda?
Ang Lo: Zumby já tinha o nome escolhido quando me convidou para montar a banda. A gente conversava muito sobre tema social, musical e da interferência da segunda na primeira e vice-versa, e uma das coisas que tínhamos em comum, era ter lido o livro do Silvio…
Zumby: Bem, quando tive a ideia de montar uma banda, era mais no intuito de fazer um trabalho paralelo, chamar até integrantes de outras bandas pra fazer um som mais voltado ao Punk, pois nesse tempo fazia um dos vocais de uma outra banda. Minha intenção era ter um trabalho no qual tivesse a liberdade de mostrar as minhas idéias. Precisava de um nome pra banda que provocasse impacto, onde pudesse ter realmente um significado por completo, até que um dia lembrei do que estava escrito próximo do prefácio, do livro “Anarquia Planetária e a Cena Brasileira” de Sílvio Essinger, com o título “Todo repúdio”, e não pensei duas vezes. Esse nome realmente concluiu tudo que estava interessado em apresentar no projeto que lá estava sendo elaborado no momento.

2- Quais as influências que a banda cita ter no seu release, mas não as expõem em palavras, que outros ritmos musicais são estes que interferem na musicalidade da banda?
Ang Lo: Proveniente da minha parte, vem às inserções de passagens de Reggae e Ska…
Zumby: Musica Clássica, Blues, Bossa Nova, New wave…
Dagotta: Juntamos todas as nossas influencias e passamos ao som da Repúdio, minhas influencias individuais vão do metal ao samba… e minhas principais influencias são Red Hot Chilli Peppers, NOFX, RDP, Milton Banana Trio, Primus, Maracatu Nação Estrela, Nação Zumbi, Bezerra da Silva, vertentes de ska e reggae, entre outras…

3- Como foi toda a produção do CD “Pra que entender?”, e como esta sendo esta parceria com os selos “Parayba Records”, “Bandas do Oeste”, e pelo selo japonês “Karasu Killer”?
Ang Lo: Foi um pouco difícil chegarmos a um consenso do repertório e tentamos agradar a todos os integrantes. Visamos primeiro as músicas que provocavam uma reação legal no público, dentro dessas escolhemos as que tinham mais em comum, pra criar algo conceitual para ter esse título: “Pra Que Entender?”. Tivemos até uma música “limada” do repertório do disco na última hora!!! Quanto aos selos… Foi algo maravilhoso receber a ajuda desses amigos, que sempre, de alguma forma estiveram trabalhando para nos ajudar… esse contato com a galera dos selos, não foi de ultima hora, e sim um relacionamento de amizade existente em eles e nós de longa data… Muito obrigado a galera dos selos e fica os meus agradecimentos ao Rafael da Karasu, Aguinaldo da Bandas do Oeste e Michael Meneses! da Parayba Records!

4- Quais datas a banda já tem agendadas da para a tour de divulgação do cd?
Ang Lo: Fizemos vários shows na capital carioca, e estamos fazendo shows no interiod do Rio, acabamos de voltar de um show em São Gonçalo/RJ no consagrado Espaço Metallica Pup, São Gonçalo é vizinho do município de Niteroi, onde tocamos com o Cólera em Maio. Iremos participar do Festival Combat Rock na cidade de Volta Redonda/RJ só aguardamos a confirmação da data, e estamos confirmados no Hate Fest, o evento será beneficente em prol das crianças da cidade Teresópolis/RJ, local do show. Também estamos negociando uma tour pelo nordeste entre os meses dezembro de 2009 e Janeiro de 2010. Além disso tudo estamos loucos para tocar em Minas Gerais e em qualquer canto do Brasil, para isso acontecer só precisamos que entrem em contato com a Parayba Records!

5- O que motivou a banda a nascer, e por que seguir na linha crossover?
Ang Lo: Éramos amigos que compartilhávamos, e ainda compartilhamos, uma grande insatisfação com questões do meio onde vivemos (Planeta Terra), e gostaríamos de falar disso, criticando e propondo idéias de melhoria para este. O crossover foi natural, começamos com uma sonoridade mais punk 77, mas como o crossover era influência para todos, as composições começaram a apontar para esse caminho…

6- É notável que a banda sofreu algumas alterações no time, é complicado manter uma formação por longo período ?
Ang Lo: Vixi… e como!!! Opiniões diferentes… sempre é difícil!! Casamentos com filhos se desfazem… é natural que isso aconteça numa banda…

7- Jogo rápido:
4 bandas nacionais:
Ang Lo: RDP, Nodora, Big Trep, Ponto de Equilíbrio
Dagotta: RDP, Flunders, Halé e DEF3
Zumby: ,Ratos, Plebe Rude, Uzômi e Cólera

4 bandas internacionais:
Ang Lo: Cause For Effect, Exodus, Spy vs Spy, Midnite
Dagotta: NOFX, Jagga Jazzist , Skatalites, Primus
Zumby: Dead Kennedys, DRI, Slayer, Misfits e Sisters of Mercy

1 livro :
Ang Lo: Andar a Pé – Henry David Thoreau
Dagotta: Nada de novo no Front
Zumby: Anarquia Planetária e a Cena Brasileira, de Sílvio Essinger

Repúdio:
Ang Lo: Os manipuladores das massas, Televisão e Falsos Profetas.
Dagotta: Maltrato de animais, e o que o ser humano se transformou hoje em dia
Zumby: Política

Frase:
Ang Lo: “A meditação em locais retirados, o estudo da natureza e a contemplação do universo forçam um solitário a procurar a finalidade de tudo o que vê e a causa de tudo o que sente” Jean-Jacques Rousseau
Dagotta: “Da discussão nasce a luz” Chilindrina
Zumby: “Para mim eu não quero nada, para nós tudo “.(Velhos Zapatistas.)

Nos tempos livres:
Ang Lo: Curto a família, contato com a natureza (campo, serra ou mar) e principalmente ouvir música.
Dagotta: Escuto música, estudo música, curto meus amigos e a natureza
Zumby: Trabalhado bastante! Curto meus amigos, namoro e estudo.

8- Qual a visão de profissionalismo da banda no meio underground?
Ang Lo: Não seria bem profissionalismo. Aceitamos a banda como um Hobby, mas gostaríamos que as pessoas (público e organizadores de eventos) tivessem mais respeito pelo nosso trabalho. Na verdade, não só por nosso trabalho, mas pelo trabalho de todos os artistas que se enveredam pela senda de mostrar seu trabalho. Não queremos camarim, com 300 toalhas, whisky, e dançarinas semi-nuas [risos], queremos sim uma garrafa de água, uma ajuda de custo para o transporte… Existem pessoas que são mais profissionais que nós, ou seja, vivem da produção de eventos, mas não respeitam os artistas. Querem apenas tirar o lucro custe o que custar, e isso é totalmente contra os princípios da banda. O público de certa forma é responsável, pois pagam entrada de shows, se divertem, mas muitas vezes não procuram saber se a banda que eles foram ali curtir, está recebe ajuda de alguma forma por parte da produção… Bom a pergunta é sobre profissionalismo, e acabei falando de falta de profissionalismo. Acho que mesmo sendo amadores, a arte feita de coração merece o mesmo respeito que a arte feita profissionalmente!

9- Diga- nos os pontos positivos da cena carioca, e como reage a força do samba ?
Ang Lo: O positivo é que mesmo sob algumas circunstâncias desagradáveis, como falta de incentivo, investimentos, equipamentos e etc, existe aquela galera que está ali para o que der e vier. São amigos até debaixo d´água. Em relação ao samba… ele nos influência totalmente!
Dagotta: Conheci muitos amigos no underground carioca e alguns produtores são super gente boa o resto joga fora, o público de hoje em dia foi mal educado e só curtem banda cover ou música da moda. Sobre o Samba é tudo pra mim eu vivo o samba!

10 – O que representa o Hardcore na vida de vocês ?
Ang Lo: Nossa vida é Hard Core. Todos nos trabalhamos duro e isso é hard core!!!
Dagotta: Tudo! HC é mesmo como o Ang-Lo disse, é a nossa vida em todos os sentidos!

11- Como esta na sua visão, a cultura punk hoje?
Ang Lo: Acho que tudo se renova. O movimento punk não é mais aquele de décadas atrás. O movimento punk, acredito eu, encontra-se mais intelectualizado, mais antenado com as coisas que estão acontecendo, e não agindo somente em guetos, mas de maneira mais global. Assumindo os problemas da sociedade como sendo de todos e não de um único responsável. Isso também reflete nas músicas, letras mais contestadoras, e não simplesmente falando mal de algo…

12- Qual a visão política da banda?
Ang Lo: Não acredito em sistemas governamentais, em fascismo, ditadura, comunismo, nem mesmo na democracia. Acredito que nós, como habitantes desse belo planeta, devemos elevar nosso nível de consciência, para que possamos estabelecer uma anarquia, que é tida como utópica. Eu ainda sonho com um mundo melhor, onde as pessoas respeitam umas as outras e não querem esganar seu próximo por dinheiro.
Dagotta: Penso que a melhor maneira dos seres humanos viverem em harmonia é em uma anarquia, porém não é muito fácil, pois para vivermos numa anarquia teríamos ser educados desde pequenos.

13 – O que mais deixou o Repúdio chateado durante este tempo todo, e o que mais deu satisfação?
Ang Lo: Existem dificuldades na nossa vida, assim como na vida de todo mundo, o que passou, passou, não costumo ficar chateado com coisas que passaram, já foi. Tipo, não existe nada me chateando no momento, por isso digo que nada me chateou nesse tempo de banda. Já o que mais deu satisfação, sem dúvidas, foi a primeira vez que vi a galera cantando nossas músicas, o público puxando o microfone da mão do Zumby, pra poder cantar… isso foi lindo! Sem dúvida, emocionante. Fico muito feliz também quando as pessoas compreendem o sentido de nossas letras e nossa musicalidade.
Dagotta: O que me deixa mais chateado é a pouca visão que o Brasil dá para a cultura em geral, agora satisfação pra mim é ver o público cantando nossas músicas!

14 – Melhor apresentação da banda?
Dagota: Vou falar dois shows que me marcaram. O show de aniversário da banda carioca Uzômi em 2008 e show que tocamos com as bandas japonesas Vivisick, Fuck On The Beach e Handsome And The Heartbreakers. A energia do público nesse show estava insana e era véspera do aniversário do nosso irmão e músico Augusto Coqueiro com quem toquei na banda Flunders e que há dois meses não fazia mais parte desse plano, mas com certeza estava nesse show!

15 – Como tem sido a critica sobre o trabalho de vocês?
Ang Lo: Bom, pelo o que ouvimos e lemos por aí, tem sido bem legal… Óbvio que dificilmente atingiremos a grande indústria, aquela que manipula e ilude as pessoas, mas para uma banda underground, o CD ta repercutindo bem.

16 – Contatos da banda?
Ang Lo: Parayba, faça as honras, por gentileza
Michael Meneses!/Parayba Records! – Banda Repúdio – Shows e vendas de CDs Atacado e Varejo A/C Parayba Records! – Michael Meneses! (21) 9207 5072 – [email protected]

17 – Mensagem da banda para os leitores e fãs:
Ang Lo: Não engula nada sem mastigar. Questione tudo, mesmo que no primeiro momento pareça correto. Averigue, e passe a mensagem ao seu círculo de convivência!
Dagotta: Cultivem o amor, pois sem ele vocês não vão conseguir colher a felicidade!

 

MYSPACE: http://myspace.com/repudiohc

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.
Artigo anteriorReltih
Artigo seguinteRepulsion
Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!