Gorillaz – Cracker Island (2023)
Gorillaz é aquela famosa banda que agrada (quase) todo mundo. Uma banda virtual em que os integrantes são personagens e sua música é desafiadora de se colocar em uma caixinha quanto a gênero musical.
Gorillaz é aquela famosa banda que agrada (quase) todo mundo. Uma banda virtual britânica em que os integrantes são personagens e sua música é desafiadora de se colocar em uma caixinha quanto a gênero musical. Eu diria que é algo entre o Neo-Psicodélico e Indie. Esse novo álbum não é diferente, extremamente versátil e de excelente qualidade para todos os gostos.
Ele conta com participações de Stevie Nicks (Fleetwood Mac), Tame Impala (pseudônimo de Kevin Parker), Beck, Adeleye Omotayo (The Humanz Choir), Thundercat, Bad Bunny e Bootie Brown. Depois vi que esse álbum tem uma edição deluxe com faixas bônus incluindo novas participações. Quis ouvir tudo de novo e depois de ouvir as novas faixas e o álbum original mais uma vez, conclui que meu veredito é oficial: o álbum é MUITO bom.
O harmônico dela [Stevie Nicks] com a banda é simplesmente perfeito e viciante. Eu ouvi 3 vezes essa faixa nessas minhas primeiras duas ouvidas.
O primeiro ponto altíssimo que merece ser comentado é a faixa Oil com a Stevie Nicks, que agora está em seus incríveis 74 anos. O harmônico dela com a banda é simplesmente perfeito e viciante. Eu ouvi 3 vezes essa faixa nessas minhas primeiras duas ouvidas.
O segundo, a participação com Tame Impala em New Gold. A combinação dessas duas bandas é muito harmônica e até um pouco estranho pensar que nunca aconteceu antes. Uma faixa com dois artistas se complementando de forma muito positiva e entregando uma faixa autêntica de Gorillaz e Tame Impala.
O terceiro, a participação com Beck. Aqui a faixa é um pouco mais melancólica, mas sem deixar de soar como Gorillaz. Beck, aliás, famoso na cena do Post-Grunge e por ter feito cover da música Everybody Gotta Learn Sometime da banda Korgis, que compôs a trilha sonora do filme Eternal Sunshine of the Spotless Mind, uma comédia romântica bem melancólica. Particularmente, acho uma boa faixa para concluir esse disco tão interessante.
O disco bônus conta com participações imperdíveis também. Del the Funkee Homosapien, rapper influente nos anos 90. Fazia músicas com um tom bem-humorado, o que se diferia um pouco da atitude mais politizada do rap no geral. Fez parte da trilha sonora de diversos filmes e jogos, incluindo o influente Tony Hawk Pro Skater 3. A faixa é a mais curta dos dois discos e é tão boa como todas as outras aqui.
Controllah é uma faixa cantada em português pelo MC Bin Laden, ficou famoso em 2017 pela música “Tá Tranquilo, Tá Favorável”, um hit pegajoso e engraçado. “Vitória para o Funk [carioca]” afirmou o brasileiro.
De la Soul, Dawn Penna também fazem parte do personnel do disco em uma faixa de rap com a sonoridade um pouco parecida com a de Del the Funkee Homosapien. O álbum conta também com um remix da faixa de Tame Impala com Bootie Brown por Dom Dolla.
O álbum é um “crossover musical” extravagante, versátil, eclético, alto astral, dançante e agradável. Ainda que isso nem sempre seja considerado um elogio, é bem pegajoso também, dá vontade de ouvir bem mais que uma vez. Mesmo que não agrade a todos, provável que pelo menos uma faixa agrade até os maiores clubistas musicais. O disco conta com artistas de Eletrônica, Neo-Psicodélico, Post-Grunge, Rap, Funk e Rock. Uma obra para todos os gostos que sem dúvida vai colocar todos para ouvir, dançar e tocar.
Nota: 8/10