A cidade de Sevilha acolheu a primeira edição do ESTADO METAL FEST, organizado pela UNIVERSO SABIKA, no qual as bandas sevilhanas KILLDOZER e HATE LEGIONS acompanharam os colombianos MASACRE na sua primeira visita à capital andaluza.
A temporada de concertos nos cinemas havia começado oficialmente e isso era perceptível no ambiente. O EVEN ROOM sediou a primeira edição do ESTADO METAL FEST, evento de metal extremo organizado pela UNIVERSO SABIKA onde o KILLDOZER adicionou um toque de thrash, o HATE LEGIONS adicionou uma dose de black metal e, como destaque da noite, o lendário MASACRE com seu death metal.
Desde o primeiro momento havia gente suficiente na sala para um concerto numa quinta-feira, o que iria aumentando à medida que o evento avançava. Para começar a aquecer os motores, o KILLDOZER ficaria encarregado de abrir o show. Desde o início com Desecrate his Corpse e Deserve to Die começaram os primeiros moshpits. Além disso, o grupo era responsável por garantir que o movimento na área pública não parasse. É muito estranho ver esse grupo sem ser como os animais com a mentalidade de destruir tudo com suas músicas, honrando o nome da banda.
A Libertação do Sofrimento e a Ignição se encarregaram de seguir a ordem que, como disse, era de não baixar as revoluções em nenhum momento. O som estava perfeito, não houve erros, o grupo estava em plena forma no regresso a um recinto sevilhano. O problema é que tudo que é bom, gostemos ou não, tem um fim, então a Komatsu estava nos aproximando do toque final. Como também é tradição, eles não poderiam perder sua versão do clássico do Slayer, Raining Blood, para finalmente colocar aquele ponto final com Killdozer’s Hate.
Não é a primeira vez que vejo este grupo ao vivo e acontece sempre o mesmo, é uma aposta segura com grande sonoridade, força excessiva e grandes doses de adrenalina que convidam aos moshpits como foi tendência habitual no concerto. Claro que iniciar o evento com KILLDOZER foi um sucesso garantido para que o público recarregasse as baterias.
Como segundo prato da noite, os sevilhanos HATE LEGIONS voltaram a jogar em casa depois de muitos anos apresentando a nova formação após um verão repleto de datas. Essa espera terminou quando o show começou com Princpes Abyssum Irent e Qui Adorat Lucis Absentia. A aura de misticismo e escuridão os envolveu com o cheiro de incenso com a iluminação vermelha que os acompanhou durante todo o show. Primum Est Per Septem Reges Infernum continuou traçando o caminho de riffs acelerados e vozes guturais rasgadas para continuar com Viscera Telluris (Nigrum Vulvae).
O som continuou perfeito no evento e o público investiu muito na atuação do grupo, seja com os moshpits ou com o público eternizando momentos com fotos, ou vídeos. A segunda metade do concerto continuou com Venenum Dei, continuando com Omnipraesens Advertus para continuar inundando a sala com sua completa escuridão.
Tendo chegado ao que era o seu final, o grupo decidiu terminar com Praeses Senatus Daemoniorum e Dominus de Orgiis para finalizar a revisão da história musical do grupo.
Fazia muito tempo que eu não via esse grupo ao vivo devido ao longo tempo sem tocar em uma casa de shows em Sevilha, mas, depois de tanto tempo liderando essas mudanças de integrantes, ficou claro que o HATE LEGIONS está em um nível muito alto, por isso quem estive em vários festivais no verão passado. Se tenho que dar uma nota negativa sobre este show, foi a iluminação, já que aquele vermelho constante complicou um pouco a tarefa de tirar os integrantes da banda.
Para terminar o dia, chegou o momento que muita gente esperava: o MASACRE tocou pela primeira vez na capital andaluza com uma sala cheia de gente ansiosa por vê-los tocar. Decidiram começar em grande estilo com Escoria para continuar com Justicia Harlot e Una Flor sobre mi Tumba. Claro que serviu para estimular ainda mais os presentes na sala, embora não tenha sido necessário muito pela vontade que eu tinha de vê-los.
Com uma encenação que iria derrubar a sala, o grupo continuou com Dark Orgasms e Wave of Violence. Como esperado, as pessoas não paravam de montar moshpits e o grupo ficou encantado ao ver a resposta às suas músicas. Oh meu Deus e morte sangrenta. Tenho que admitir que o som na sala estava um pouco saturado do meu ponto de vista, mas não foi algo que atrapalhou a performance do grupo.
Isso não significa que o grupo não conseguiu oferecer um concerto realmente bom, e isso foi perceptível nos rostos e na atitude da equipe presente. Aos poucos essa revisão da história da banda colombiana foi chegando ao fim, pois Heresy e Moral Esclava foram os próximos no repertório escolhido pela banda. Claro que o final escolhido foi perfeito ao tocar Empire of Terror e pedir o apoio do público para cantar o refrão do hino que vinha para colocar a cereja no topo do bolo: Death Metal Forever.
Foi a primeira vez do grupo nesta cidade espanhola e a primeira vez que muitos de nós que lá estivemos nesse dia tivemos a sorte de ver o MASACRE em acção, uma banda que prova ainda estar em grande forma depois de tantos anos a dar guerra. No palco eles são uma verdadeira força da natureza, e assim que entram parece que têm como objetivo não deixar um boneco sem cabeça, sem falar que fora do palco eles são grandes pessoas em todos os sentidos. Não posso recomendar ver esta banda ao vivo o suficiente se alguém ainda não o fez.
A aposta do STATE METAL FEST foi um tanto arriscada porque era quinta-feira, já que muitas pessoas voltariam do trabalho, sem contar que teriam outro dia de trabalho no dia seguinte. A sala estava lotada de gente (pode-se dizer que mais da metade da capacidade foi vendida) o que teve uma ótima repercussão nas bandas que se apresentaram. Além disso, as bandas escolhidas foram um sucesso dada a resposta que receberam. Só posso dizer que espero que esta não seja a única edição deste festival porquê, se continuar com a tendência do metal extremo, poderá agradar muito aos amantes do metal extremo.