Este fim-de-semana, pelas mãos da A3: Associação Algarve Alternativo, fica marcado com o início da tour europeia dos Escöria e dos Køvä. Após a passagem por Lisboa na sexta, foi a vez de Faro receber as duas bandas brasileiras no Muralhas de Faro este Sábado, dia 12 de Agosto.
Pelas 21h30 as portas foram abertas para um pátio cercado por árvores que transmitia uma boa sensação. A noite estava bem quente quando o Rafael atacou o palco, precisamente às 22h, com o seu projecto de punk rap Anymal Racional acompanhado por Ricardo Catarro da banda hardcore Medo.
A fúria das músicas de abertura ‘Extinto Animal’, ‘Balança’ e ‘Vela’ foi o início para um jogo de palavras, flow rápido e feroz para entregar mensagens sociais importantes que todos devemos reflectir.
Foi bom ver a dinâmica entre o Rafa e Ricardo em palco, uma dupla animada e com presença forte mesmo quando ainda o recinto estava a meio gás.
Sem medos, continuaram a rasgar com as músicas ‘Violência Gratuita’, ‘Prisão Perpétua’ e ‘Golpe Testado’. Entre cada música, Rafa deixa sempre uma mensagem bem forte contra a violência, o racismo e homofobia que ainda existe na nossa sociedade.
A música ‘Rei da Selva’ do álbum ‘Extinto Animal’ de 2021 foi a escolhida para finalizar esta actuação que, certamente, deixou-nos a reflectir sobre a sociedade em que vivemos.
Após uma breve pausa, foi a vez de Os Marafados trazerem o seu punk rock melódico, também com mensagens poderosas sobre a nossa sociedade.
Foi com as músicas ‘Orgulho’, ‘Injustiças’ e ‘Sem Medo’ que a banda de Olhão incendiou os seus fãs que se encontravam presentes em frente ao palco e, assim ficaram até ao fim. Momentos de mosh à punk rock e sing alongs com o vocalista Diogo foram constantes nas músicas ‘Força’, ‘Quem eu sou’, ‘Frustrações’ e ‘C/ Corda ó pescoço’.
Após o final de um concerto explosivo com as músicas ‘Marafados’ e ‘Oportunidades’ a malta gritava “Mais uma, mais uma!” e assim foi concedida mais uma malha ‘Falsas Amizades’ que foi dedicada, claro, a todos os falsos amigos que por aí existem.
Já com todos animados e cheios de calor por ser uma noite de verão, foi a vez do trio brasileiro Køvä de subirem a palco.
A frontwoman e baixista Lídia Campos começou logo com a malha ‘Violência Obstreta’ e continuaram com mais duas músicas ‘Cistema Machista’ e ‘Política da Morte’ do álbum em nome próprio de 2022.
Esta última, Lídia falou que a música foi criada devido a Bolsonaro e à sua incompetência quando o virus Covid-19 se espalhou pelo Brasil.
Musicas rápidas, energéticas com letras agressivas ao som de uma voz feminina gritada faz este trio uma combinação formidável.
A pausa típica entre bandas, desta vez foi super rápida pois os membros de Escöria são os mesmos de Kövä (Lidia Campos na voz e baixo, Marcelo Domingues na guitarra e voz e o baterista Leonardo Martins) mas, com um elemento a mais, a segunda guitarra pelo Leandro Meneses.
Desta vez, quem liderava na voz era Marcelo e abriram logo o show com ‘Dizimação’, ‘Não Aguento’ e ‘Lágrimas de Medo’ e a malta jovem voltaram ao mosh e deixaram o recinto mais movimentado.
É preciso dizer que estas duas bandas não são conhecidas na nossa zona mas é algo necessário para que possamos descobrir novos sons e novas ideias que venham de outros locais.
No entanto, não foi este desconhecimento que impediu os Escöria de lançarem a fúria das suas malhas para quem quisesse ouvir. Seguiu-se ’Não Enloqueça’, ‘Cansados de Esperar’ e ‘Industria’ que fizeram o pit mexer.
A destacar que Leandro, o segundo guitarrista, durante todo o concerto notava-se que vivia as músicas e deu para umas fotos fantásticas.
A noite encerrou-se com ‘Orgulho de ser um Limitado’ e ‘Qual a sua Desculpa’ mas o publico pediu mais uma e assim foi concedido mais uns minutos de punk crust para todos os fãs presentes.