No último sábado, dia 30 de março, Recife foi palco do segundo dia de mais uma edição memorável do Abril pro Rock! O evento reuniu diversas bandas nacionais e internacionais em uma maratona de shows que agitou o público presente.
Conforme prometido previamente ao evento, seriam 12 bandas a se apresentar em ambos os dias e todas tocaram de maneira organizada, algumas no palco menor e outras no palco maior.
Marcado para iniciar às 17:00 horas, o evento começou praticamente sem atraso, com o público aumentando gradualmente conforme as horas passavam. A atmosfera era de expectativa e entusiasmo, com as bandas se revezando nos dois palcos montados no local. No entanto, alguns contratempos técnicos, como problemas no som e atrasos na passagem dos equipamentos entre as bandas, geraram alguns desafios ao longo do evento.
Vale destacar também que o evento contou com uma pequena feira de vendas de merchandising, incluindo discos e camisetas de bandas. Os entusiastas da música tiveram a oportunidade de explorar uma variedade de produtos relacionados ao universo do rock e do metal, permitindo que os fãs adquirissem lembranças exclusivas das suas bandas favoritas. A presença da feira agregou ainda mais diversidade e experiências aos participantes do evento, oferecendo uma atmosfera completa e imersiva para os amantes da música alternativa.
No primeiro dia, a casa estava cheia. Porém, no segundo dia, surpreendentemente, houve menos pessoas do que no dia anterior, mesmo com as apresentações de dois dos principais nomes do evento: o MASTER e o BRUJERIA. Mesmo assim, parabéns aos que puderam ir dar apoio às bandas e ao festival.
SEGUNDO DIA
Incumbidos de dar inicio ao segundo dia, as bandas INFECTOS e O CÃO, abriram o show de forma pontual e agressiva no palco menor. Ambas as bandas tiveram uma boa performance, porém não houve mosh e o público ainda era pequeno.
A atmosfera ganhou mais energia com a apresentação da banda Ereboros, que trouxe uma performance sólida apesar de alguns problemas técnicos de som. Tocaram no palco maior e a crescente presença de público indicavam a empolgação da plateia, com alguns fãs batendo cabeça em frente ao palco.
A diversidade musical prosseguiu com a excelente performance da banda Erasy, que, apesar de se apresentar no palco menor, impressionou o público com sua originalidade e estilo visual marcante, incluindo o guitarrista usando um chapéu de bruxo. A sonoridade única da banda, uma mistura bem trabalhada de Doom/Stoner/Sludge metal, trouxe uma intensidade poderosa ao evento, cativando o público com sua abordagem original e pesada.
Era a vez do ROT, que fez outra grande apresentação em Recife. Desde o início, o show foi marcado por uma combinação impressionante de velocidade, técnica apurada e uma performance que cativou imediatamente o público, especialmente os fãs mais dedicados do Grindcore e da música extrema. A reação foi tão intensa que até mesmo eu, como fã da banda, acabei me envolvendo no circle pit e perdendo meu crachá do cultura em peso – ossos do ofício heheh!
A reação foi tão intensa que até mesmo eu, como fã da banda, acabei me envolvendo no circle pit e perdendo meu crachá do cultura em peso – ossos do ofício heheh!
O vocalista Barella(Social Chaos), que substituiu o vocalista original da banda, Henrick, conseguiu instigar a publico, resultando em um circle pit que prosseguiu até o fim da apresentação. O show foi animal, com muitas pessoas comentando que foi uma das, se não a melhor, performance da noite.
Jacau assumiu o palco menor, sem atraso, como a sexta banda da noite, logo após a apresentação do ROT. A banda apresentou um Hardcore Crossover rápido e agressivo, caracterizado por uma abordagem bastante politizada, que não só agitou o público com a sua velocidade, mas também incitou reflexões profundas com suas letras engajadas. No entanto, problemas técnicos persistentes afetaram um pouco não só a performance da banda, mas também de outras bandas ao longo da noite.
Um dos momentos mais destacados da apresentação foi a participação especial de Arthur (Inflawed) na música “The Genocidal of the World”, acrescentando uma camada extra de intensidade e significado à performance da banda.
A espera valeu a pena para os fãs da Escarnium, a banda começou de forma violenta, embora alguns pequenos circle pits tenham se formado, a maior parte do público, que era o mais numeroso até então, preferiu apreciar a sua apresentação apenas “batendo cabeça”. A banda fez uma apresentação bastante técnica.
O Master presenteou a noite com uma apresentação maestral e agressiva, demonstrando toda a sua experiência como uma das pioneiras do Death/Thrash Metal mundial. Como uma das principais atrações internacionais do evento, a banda entregou um set repleto de peso e energia, conquistando não apenas um bom público, mas também uma plateia extremamente fiel.
Apesar das expectativas por uma presença de público ainda maior, a resposta entusiasmada e engajada dos fãs que compareceram foi notável. O domínio de palco e a intensidade musical do Master foram evidentes, destacando-se como um dos pontos altos da noite e reforçando sua reputação como uma referência no cenário do metal extremo.
O Kamala assumiu o palco menor logo após a poderosa apresentação do Master, sem qualquer atraso. Embora tenha enfrentado alguns problemas técnicos de som, decorrentes do próprio evento, o powertrio fez uma bela performance, apresentando um Thrash Metal com bastante energia. Um dos pontos altos foi a grande atuação de Isabela Moraes na bateria, que se destacou pela sua habilidade e precisão, adicionando um elemento extra de intensidade ao show.
Logo após a apresentação do Kamala, a cidade de Recife recebeu pela primeira vez a poderosa banda colombiana Bloody Nightmare, que não deixou pedra sobre pedra em sua apresentação no palco maior do abril pro rock. Com uma performance enérgica e cativante, a banda conquistou o público desde o primeiro acorde, proporcionando o que na minha opinião, foi uma das melhores apresentações de todo o evento. O público não conseguiu ficar parado diante da explosão de energia emanada pela banda. Com uma excelente performance de palco, os membros do Bloody Nightmare demonstraram todo o seu talento e profissionalismo.
Os circle pits que surgiram durante o show foram reflexo da energia contagiante da banda, que soube como ninguém conduzir o público em uma jornada intensa e emocionante. A estreia em Recife foi marcada por momentos memoráveis e uma atmosfera eletrizante, culminando em um show perfeito que deixou todos os presentes extasiados e ansiosos por mais apresentações da Bloody Nightmare na cidade.
A banda Odiosa foi a penúltima banda da noite a se apresentar, com um Hardcore Crossover nervoso, a banda fez uma excelente performance, principalmente a vocalista Luísa Cunha. A banda tocou no palco menor e não poupou esforços para entregar uma performance de alto nível.
O ápice da noite ficou por conta do Brujeria, que iniciou sua apresentação exatamente à meia-noite para um público fiel que ficou até o último momento ansiosamente aguardando mais uma apresentação da banda em Recife. Circle pits se formaram, CDs foram lançados ao público pelos membros da própria banda e a energia explosiva da banda levou a um show perfeito, encerrando mais uma edição do Abril Pro Rock com chave de ouro.
A banda tocou vários clássicos como: “La migra (Cruza la frontera II)”, “La ley de plomo” e “Brujerizmo”, no entanto, o momento mais memorável ocorreu durante a música “Matando Güeros”, quando os membros da banda levantaram a cabeça de um boneco, em alusão ao primeiro álbum do grupo.
Conclusão
Em linhas gerais, o evento foi bom, como já mencionado na revisão do primeiro dia. Não faltou comida e cerveja, com preços acessíveis, além de uma pequena feira de vendas de merchandising. Apesar de alguns contratempos técnicos ao longo da noite, o evento demonstrou a vitalidade e diversidade do cenário musical underground, reunindo bandas de diferentes estilos e origens, assim como um público fiel em busca da intensidade e paixão pela música.