E é que ano após ano a zona conhecida como Refshaleøen se transforma no local do que sem dúvida é o maior festival de metal na Escandinávia, convertendo o que era uma antiga zona industrial onde se construíam e reparavam embarcações marítimas e o bairro adjacente, em áreas de camping, longas filas, bares ambulantes e principalmente, em palcos que testemunham grandes apresentações. Inclusive, hoje em dia a bodega em que se situavam as embarcações, é onde está desenhada a imagem de um lobo que se tornou o logotipo do festival.
Os encarregados de cortar os fitas inaugurais do festival foi a banda dinamarquesa PERSECUTOR que anteriormente, após o festival When COPENHELL Freezes Over em janeiro, se especulava a participação na presente edição de COPENHELL, com um thrash metal agressivo foi sem dúvida a melhor forma de começar o ritual.
Continuando com o cartaz, seguia a vez de JUNGLE ROT, com um setlist cheio de poder em que se destacaram A Burning Cinder e Send Forth Oblivion.
Algo verdadeiramente genial de COPENHELL é a mobilidade com que se desloca de um palco para outro e cada um deles conta com zonas elevadas onde você pode sentar enquanto vê suas bandas favoritas, com a certeza de que você vai desfrutar de um excelente som e atendimento. Isto é escrito porque, devido a uma lesão, fui forçado a ficar em muitas dessas zonas, e um show que realmente me decepcionei por não poder estar no pit, mas que curti demais, foi o Dying Fetus.
Os oriundos de Maryland deram uma verdadeira aula de Death Metal. Começaram a tocar “The Boys Are Back In Town” de Thin Lizzy como a antecessora da brutalidade, abrindo com a grande canção “Wrong One To Fuck With”. Durante aproximadamente uma hora, tocaram em seu setlist sucessos como “In The Trenches”, “Homicidal Retribution” e “Kill Your Mother, Rape Your Dog”. A má notícia foi que durante esse show, em um dos palcos principais, estava acontecendo a apresentação do mestre Bruce Dickinson com seu Mandrake Project.
Encerrando as atividades nos palcos principais no primeiro dia, entrou em cena o Avenged Sevenfold com um dos melhores setlists da banda, destacando-se canções como Afterlife e Buried Alive.
Algo que merece destaque no COPENHELL é que as atividades começam ao meio-dia e terminam por volta da meia-noite. Isso faz do festival algo “amigável” para os participantes, especialmente pela facilidade de deslocamento do centro de Copenhague até a entrada do festival, utilizando uma rota de ônibus da cidade específica para levar os espectadores até lá e de volta, de forma GRATUITA! Além disso, as excelentes instalações do camping, localizado a poucos metros da entrada do festival, incluem uma loja seven eleven aberta 24 horas.
Parece que houve um problema na obtenção do texto completo para tradução. Eu não consegui acessar o conteúdo completo sobre o Mr. Bungle e o restante do texto sobre o segundo dia do festival. Se precisar de ajuda com outra coisa ou se tiver o texto completo para traduzir, estou à disposição!
Mr. Bungle, uma banda que reúne figuras proeminentes da cena do rock e metal como Dave Lombardo (Slayer), Scott Ian (Anthrax) e Mike Patton (Faith No More), entregou uma apresentação que só poderia ser descrita como “surreal”, um verdadeiro prazer de testemunhar.
Enquanto isso, o dia seguia e alguns dos presentes assistiam ao jogo da seleção dinamarquesa de futebol, que era exibido no Biergarten, enquanto o headbanging continuava em outro palco com Cradle of Filth.
Talvez tenha sido a nostalgia que reuniu os fãs da banda inglesa que, após mais de 30 anos na cena, continua relevante. A voz de Dani Filth pode não ser mais a mesma, mas seu compromisso no espetáculo sempre será valorizado.
Día doIs E Limp Bizkit is in da House!
Caía a noite quando começou a soar do palco a famosa “Sweet Home Alabama”, anunciando a chegada de uma das bandas mais aguardadas por todos os setores do festival. Músicas como “Hot Dog” e “Rollin'” fizeram o público dinamarquês dançar, e durante o show, a versão acústica de “Behind Blue Eyes” fez a maioria cantar junto, enquanto mais tarde pudemos ouvir um cover de “Come As You Are”, especialmente entoado pela audiência mais madura. Foi um espetáculo que muitos dos presentes usaram para se despedir do segundo dia.
Chegou sexta-feira, e alguns dos presentes já mostravam cansaço evidente no rosto, mas isso não impediria que assistissem a um dos dias mais pesados do line-up oferecido pelo COPENHELL este ano. Entre os mais esperados pelo público dinamarquês e internacional estavam Kerry King, que, entre polêmicas, este ano está promovendo seu projeto pós-Slayer; os lendários Dropkick Murphys para os fãs de punk; Slaughter to Prevail, os russo-americanos que, apesar de uma carreira relativamente curta, têm sido ovacionados em muitos dos locais e festivais mais famosos; e por último, mas não menos importante, na agenda dos atos mais aguardados, Machine Head, uma banda que dispensa apresentações.
Pois eram 17:00 horas e as pessoas já se aglomeravam para ver Kerry King com Mark Osegueda (vocalista do Death Angel) no comando. Durante o show deles, abriram com “Where I Reign” e apresentaram quase todo o primeiro álbum deste projeto, mas destacaram “Disciple”, “Black Magic” e o clássico “Raining Blood”, sucessos de King com o Slayer.
Fuimos vários que, em vez de ir à festa oferecida pelo Dropkick Murphys, decidimos ficar no mesmo palco para poder assistir de perto à banda liderada por Alex Terrible. Slaughter to Prevail deu uma verdadeira aula de Deathcore. Mosh pits durante a maior parte do tempo e um Wall of Death que mostrou a fúria dos presentes, algo que pessoalmente não esperava ver neste festival. Do início ao fim, o público se entregou completamente à banda, que começou com “Bonebraker” e antes do bis tocou “Du Hast”, do Rammstein.
No palco adjacente, os preparativos terminavam para talvez a participação mais importante do dia… pioneiros do que viria a ser o nu metal, Robb Flynn e sua banda saíram para agradar os fãs do COPENHELL. Com músicas como “Locust”, “Darkness Within” e o clássico “Davidian”, o Machine Head fez seus fãs gritarem e se emocionarem.
Ainda havia um dia de festival pela frente e o local, junto com a área de camping que já haviam suportado três dias e cerca de 30.000 fãs diários de heavy metal, além de uma chuva um tanto incômoda, permaneciam de pé e incrivelmente limpos, incluindo banheiros, áreas comuns, entrada, e é claro, os palcos e as barracas. Mais uma vez, um excelente trabalho de toda a equipe do COPENHELL, mas também é preciso mencionar o comprometimento dos próprios frequentadores.
No último dia do festival, as pessoas estavam prontas para usar a última reserva de energia corporal que lhes restava.
A Escuela Grind foi encarregada de abrir o dia, seguidas pelas brasileiras da Crypta no mesmo palco. Vale destacar que o público mostrou-se bastante receptivo à banda brasileira, que há pouco tempo havia feito uma turnê na Escandinávia e agora retornava para solidificar seu lugar entre os fãs dinamarqueses.
Tudo estava pronto para receber, após cinco anos, no festival Copenhell na Dinamarca, a banda que sem dúvida foi a mais vista pela audiência: TOOL.
Sabemos do espetáculo audiovisual que o TOOL proporciona em suas apresentações, e é claro que esta não foi exceção. Os espectadores, independentemente da idade, ficaram totalmente impactados. Um som magnífico em todos os sentidos da palavra e visuais que deixaram até os mais sóbrios alucinados. Para a maioria das pessoas com quem conversei, foi o ato favorito e não há como negar. Foi um grande concerto, e para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de testemunhar um espetáculo do TOOL, com certeza foi inesquecível. Algo que também me surpreendeu pessoalmente foi a ausência de celulares gravando cada momento. Claro que tiramos fotos e vídeos, mas foi algo esporádico, o que indica que estávamos realmente imersos no que estava acontecendo no palco e ao redor dele.
Qualquer pessoa que já tenha ido a um festival sabe o quão difícil é conseguir ver todas as bandas que deseja. Às vezes é doloroso decidir o que ver e o que não ver. Para aqueles de nós que fazem dos concertos e festivais um estilo de vida, ter a oportunidade de participar do maior festival de heavy metal da Escandinávia marca um antes e um depois. A calorosidade tanto dos colaboradores quanto dos participantes faz toda a diferença, com os metalheads cuidando uns dos outros nos moshpits e se preocupando com a integridade física e as pertences de quem cai. Isso não se vê em todos os lugares. Um excelente festival que faz com que os participantes locais sintam um verdadeiro senso de pertencimento e que contagia aqueles que não são da região, incentivando a manter o local limpo e seguro para todos.
Uma localização impecável, mais de 70 bandas em quatro dias de evento, mais de 40 opções de comida, atendimento médico não apenas para lesões, mas também para aqueles enfrentando dificuldades psicológicas durante o evento, segurança, uma zona de camping limpa e tranquila, transporte seguro, decente e gratuito – essas são coisas que tornam o Copenhell um ponto de referência na indústria de festivais. Agradeço à Live Talent e a toda a equipe que torna este grande festival possível. Um excelente trabalho que os levou a 14 anos de sucesso.