Este novo disco do Nervosa foi esperado pela média brasileira e internacional com muita ansiedade.
Historicamente o Nervosa quebrou muitas barreiras, trouxe a tona que trabalho e empenho levam as mulheres ao topam, sempre criticas e sempre instigadas a provar seu talento.
Com a Nervosa não foi diferente, os extremistas de sofá (Ou não) sempre julgaram a banda, sempre duvidaram de suas capacidades , por ser uma formação completa de mulheres.
Fato é que formação a formação a banda sempre calou críticos, e foi realizando uma escalada mundial, o que enfurecia ainda mais a ala machista do Heavy Metal.
Com o rompimento de formação, veio logo o questionamento, como será o futuro?
O futuro está logo ali, mas nunca sabemos o que vem, e Prika Amaral trabalhou incansável mente para rearmar seu agrupamento.
Numa estratégia eu diria muito inteligente, internacionalizou a banda, Grécia, Itália, e Espanha agora tem bandeiras flamejando ao lado do Brasil nesta formação.
Lideradas por Prika Amaral a formação conta com Mia Wallace – Baixo (Itália), Eleni Nota – Bateria (Grécia), a sempre carismática Diva Satânica nos vocais (Espanha), esta última mantém sua banda Bloodhunter.
As comparações são inevitáveis, até porque, a estrutura de voz e formação mudou.
De frontgirl baixista com vocais rasgados e estridentes a um vocal mais Death Metal adaptado ao Thrash Metal e com mãos livres para maior performance, mudou os caminhos do Nervosa!
Vale salientar que houve participações muito importantes no disco que foram :
Eric AK do Flotsam Jetsam em: Rebel Soul;
Marcel Schirmer – Destruction: Genocidal Command;
Guilherme Miranda – Krow / Entombed DC: Perpetual Chaos
Sobre o disco …
Trás um tempero germânico do thrash oriundo dessas regiões com as pitadas claras de Death Metal Yanke.
Notoriamente a banda mudou, traçou outros caminhos, a musicalidade foi para outro nível, há pontos a melhorar como em qualquer disco de qualquer banda, porém nota-se a subida de degrau da banda, que soa mais coesa em relação a trabalhos anteriores, ponto que é absolutamente credível a mudança de formação, pois cada nova cabeça trás novos elementos criando um novo produto com outra roupagem.
Tracklist:
1-Venomous
2-Guided By Evil
3-People Of The Abyss
4-Perpetual Chaos
5-Until The Very End
6-Genocidal Command
7-Kings Of Domination
8-Time To Fight
9-Godless Prisoner
10-Blood Eagle
11-Rebel Soul
12-Pursued By Judgement
13-Under Ruins
“Venomous” é a responsável por dar inicio a nova fase da banda, agressiva e impiedosa, mostra os guturais bem formados e com variações que vão de agudo a grave, contendo solos que serão frequentes no disco, sem se tornar repetitivos e cansativos.
“Guided By Evil” segue a tendência que marca “Venomous” com linhas bem trabalhadas, inclusive esta música foi escolhida para clipe.
“People Of The Abyss” vem como um murro violento, onde temos uma aproximação da Diva do Bloodhunter, mais Death e mais brutal, que em alguns momentos exige mais de Eleni Nota.
“Perpetual Chaos” faixa nome do álbum, é mais balada que “metal brutal”, feita para quebrar ritmo, e trazer aproximação do público junto a banda, faixa esta ideal para o headbanger bater cabelo, girar o crânio e poguear! Esta faixa conta com solos de Guilherme Miranda, (Krow / Entombed DC).
“Genocidal Command” colocam “Schirmer” e “Diva” lado a lado entregando o poder de suas vozes a serviço do Thrash Metal, e “Kings Of Domination” faz uma quebra de ritmo.
“Time To Fight” trás a banda um pouco aos velhos tempos, com uma base mais próximas de discos anteriores.
“Godless Prisoner” e “Blood Eagle” mostram uma variação gigantesca do repertório desse time, de Thrash / Death das músicas anteriores, nota-se aqui uma penumbra muito bem arquitecta trazendo Doom e Black Metal aos seus já variados elementos.
Rebel Soul que tem participação de Eric AK, leva o Nervosa aos anos 80 para um heavy metal oitentista, uma viagem insana e inesperada.
“Persued By Judgment” trás o Nervosa a suas origens, rápida, agressiva, “Nervosa” e sem freio, rápida e thrash pura e envenenada.
“Under Ruins“, o grande destaque do disco, trás o melhor do antes com o melhor do agora, mostra o trabalho do time sem exceder um talento individual.
Nota: 9.0/10
Como já dito anteriormente, o Nervosa calou outra vez os críticos, negacionistas e machistas.
Mias que isso, após o fim da antiga formação, estas mulheres sofreram inúmeros ataques, comentários que comemoravam o “fim da banda”, e este disco é nada mais nada menos que uma água surgindo das cinzas, vigorante e imponente pronta para a guerra.
Vida longa ao Nervosa.