O Angra tocou em João Pessoa, dia 8 de Dezembro, com a turnê do álbum novo, o Cycles of Pain, e também relembrou grandes clássicos da banda, que completou 30 anos, e quase lotou o Clube Cabo Branco, deixando apenas alguns poucos espaços na pista premium.
A abertura do show ficou com a instrumental Crossing e uma das músicas mais famosas: Nothing to Say. Em seguida emendou com Final Light, do Secret Garden, com os solos nervosos de Marcelo Barbosa. A plateia já se animou logo de cara, cantando alto e batendo cabeça. A partir daí, o vocalista Fabio Lione saudou os fãs dando “Boa Noite, João Pessoa!” e já seguiu cantando Tide of Changes, part I e part II, introduzindo as músicas do álbum novo.
Já voltando para os clássicos, na sequência, tocaram Angels Cry, com os solos de baixo de Felipe Andreoli e o refrão que fez todos cantarem junto “It’s like angels crying, can’t take no more. Angels dying, capture their fall.”
Sempre misturando as antigas com as novas, seguiram para Vida seca, que na gravação tem participação de Lenine, mas no show a parte em português é cantada pelo guitarrista Rafael Bittencourt. Já emocionada com a melodia e arranjos da música nova que traz na letra uma mensagem de esperança dentro de um mundo conturbado, a plateia cantou a clássica Rebirth a plenos pulmões do início, até o fim.
Seguindo para Morning Star, do Temple of Shadows, com as guitarras groovadas e os solos inconfundíveis, o show seguiu emocionando, com Here in the Now, do Cycles of pain, com vocal apenas de Fabio Lione, sem a participação da voz suave de Vanessa Moreno, como no original do álbum.
Dead man on display fez a galera bater cabeça e cantar junto acompanhando os vocais marcantes em “Paintings in the gallery of life passing by before my eyes moments we caught in frames are all that remain dead man on display” e a guitarra alucinante de Marcelo Barbosa e as viradas da bateria de Bruno Valverde.
Quebrando os ânimos, a banda pausa e volta ao som dos cânticos de Cyclus Doloris e mostra para o que veio no power metal em Ride Into the Storm, música longa e cadenciada com bateria rápida e vocal potente, mas os backing vocais femininos em coral fizeram falta no ao vivo.
Após a pausa dos outros integrantes, Rafael Bittencourt volta ao palco, puxa uma cadeira e inicia uma conversa com o público, relembra todos os colegas que passaram pela banda e fala da época que foi gravada a música que começa a tocar: Lullaby for Lucifer. Continuando na voz e violão, numa versão acústica de Waiting Silence, já com Lione no vocal, os dois sentados lado a lado no palco, como em um show acústico.
Gentle Change, do Fireworks, vem logo em seguida, com a percussão cadenciada, e para lembrar ainda mais do seu primeiro intérprete, o inesquecível André Mattos.
Agora já com o público ainda mais emocionado, entra a música que deu título ao álbum novo, Cycles of pain, já com um solo marcante de guitarra e arranjos de teclado adicionados, a performance dos músicos segue sendo envolvente e fazendo os fãs cantarem junto e se emocionarem.
Os músicos saem do palco e é a hora do famoso bis, afinal ficaram algumas músicas muito importantes de fora. Não deu outra: voltando para um clássico, Lione introduz a próxima música dizendo “Se vocês quiserem também podem ligar a luz do celular e cantar uma parte em português”, dando a dica do que viria pela frente: a versão feita pela banda Calcinha Preta de Bleeding Heart, que foi cantada no último refrão pelo vocalista italiano “Me fere e me risca de amor, tu foge e não me alimenta. Já sabe que já me conquistou, agora estou sofrendo”. A pláteia em peso cantou tanto a parte original quando a outra versão, como não poderia ser diferente em um show de Angra no Nordeste.
Para fechar a apresentação com chave de ouro, uma das músicas mais esperadas ficou por último, com sua introdução instigante, fez o público gritar “uhuuu” e cantar muito empolgado, batendo cabeça até o final. Carry on fez todo mundo cantar alto e, logo em seguida, para encerrar com o público em coro Nova Era.
O show Cycles of Pain Tour termina com a sensação de que o Angra conseguiu realizar o que prometeu: fazer uma homenagem a toda história da banda e introduzir o novo álbum, mostrando que suas raízes estão fincadas nos seus clássicos. E em um momento final, os cinco músicos se posicionam ombro a ombro na frente do palco e fazem reverência a plateia, que tem as luzes voltadas pra ela, numa despedida emocionante.
Fotos do show: