No último sábado, 25, o ambiente natural e inspirador do Santuário Ecológico Aguaí , em Nova Veneza, recebeu o peso urbano de algumas vertentes do Rock. A terceira edição do evento Happy Campers, que uniu o som de 12 bandas a debates sobre questões atuais, acampamento e skate, apesar do tempo instável, recebeu aproximadamente 300 pessoas.
O evento iniciou oficialmente por volta das 16h, com a apresentação dos criciumenses da Underclass. A banda apresentou o repertório de músicas próprias no estilo Pop Punk. Vale destacar a evolução da banda, que, tanto na sonoridade, quanto nas letras, apresenta uma postura mais madura em relação aos primeiros anos.
Após o show da Underclass, o som continuou, nessa vez com um ingrediente a mais. O som das rodinhas de skate deslizando pela mini ramp montada no espaço de apresentação das bandas se uniu ao som da Vira Latas, que tocou covers de clássicos do rock brasileiro mesclados com composições próprias.
A apresentação seguinte foi a da banda Caro Antônio, de Passo Fundo (RS). Os gaúchos mostraram o repertório de sons autorais e alguns covers, incluindo Chico Buarque e The Strokes. Importante ressaltar a diferença da banda em comparação ao resto do line-up do evento, que , na grande maioria, contou com bandas de Punk Rock e Hardcore.
Hardcore que foi apresentado pela banda Puredin. Velhos conhecidos do público sul-catarinense, a banda, que compõe na linha californiana das gravadoras Epitaph e Fat Wreck Chords, tocou músicas dos dois álbuns gravados.
Seguindo a linha, a Puredin deu espaço a outros velhos conhecidos do público. A NoWay foi escalada para o evento com o fim de fazer um tributo ao Rancid. E fez um repertório muito bem feito e repleto de clássicos da banda. A propósito, se vocês estiverem lendo isso, me devem um Maxwell Murder (o baixista que se coce).
Eram aproximadamente 21h quando os segundos “gringos” do evento subiram ao palco. A End Of Pipe, banda de Florianópolis, tocou composições próprias. Destaque para as faixas presentes no EP “Keep Running”, lançado no ano passado.
Os catarinenses têm uma forte influência de bandas como Hot Water Music, Samiam e Garage Fuzz. Show impecável e digno de uma banda que lançará, em breve, um split com ninguém mais, ninguém menos, que os californianos do Down By Law.
Ainda representando o Hardcore melódico, a Still Here, de Cocal do Sul, se apresentou após a banda da capital. Músicas do EP “Ainda Estamos Aqui” e alguns covers foram tocados pelos cocalenses que, mais uma vez, fizeram um show enérgico e muito bem executado.
Dando um tempo no Hardcore, mas sem perder a energia, a banda Yesomar, de Porto Alegre, mostrou composições próprias de um Hard Rock irreverente, pesado, clássico e, digamos, nervoso. Destaque para a presença de palco dos gaúchos.
Voltando para o HarDcore, a Enemy, de Criciúma, subiu ao palco perto da meia noite. Com muito peso e identificação com a vertente nova-iorquina do estilo, a banda mostrou os sons próprios e um cover da música Death Or Jail, do Sick Of It All. Destaque para as fortes palavras de protesto e indignação com situações vividas, principalmente, na política atual brasileira.
Saindo mais uma vez do Hardcore e do Punk Rock, os criciumenses do Guella Seca, após a Enemy, apresentaram um Rock’n’Roll clássico, alcoólico, insano e de qualidade. Além da execução de qualidade, a presença de palco da banda foi algo de chamou a atenção de quem presenciava o show.
Voltando às apresentações “gringas”, os curitibanos do Abraskadabra, que já são muito bem conhecidos na região, fizeram o seu quinto show por aqui. A banda de Ska-Punk executou os sons dos seus trabalhos autorais e, mais uma vez, garantiu o alto astral de quem presenciou o show, que muito combinou com o ambiente natural e amigável.
Eram aproximadamente 3h e a última banda subiu no palco. O Water Rats, de São Paulo, foi a banda de sonoridade mais diferente de todo o line-up, mostrando um Punk Rock oitentista com uma boa pitada de Grunge e Rock Alternativo dos anos 90. Os paulistas tocaram músicas do CD Ugly By Nature, lançado no ano passado e encerraram o festival.
De modo geral, a terceira edição do evento manteve a qualidade presente nas duas primeiras. Som de qualidade, ótima estrutura, bons shows, boas conversas, organização impecável e um lugar magnífico.
Mas não é só a organização do evento que merece parabéns. Com certeza, o público foi um grande fator para o sucesso do evento. Além de não existir nenhum registro de problemas com desentendimentos, na hora de ir embora, pude observar o chão limpo, o que é importante para um santuário ecológico. Vida longa ao Happy Campers!
Review realizada por Eduardo Nunes (DUX)
Fotos por Cremo (Iúri)
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