Depois dos meses de festivais de verão como o Resurrection Fest, o Rock Imperium ou o Milagre Metaleiro, era altura de regressar à atividade nas salas de espetáculos. O início da temporada em Sevilha foi dado por ESPÍAS MALIGNOS, que continuou com a apresentação do seu álbum OSCURA, e o concerto no SALA EVEN foi também o último que deram em Espanha antes de iniciarem a digressão europeia. Junto com eles esteve a banda Cádiz FERAL, encarregada de abrir a noite, apresentando o seu mais recente trabalho POLVO Y CENIZAS.
Uma vez dentro do quarto chegou o momento da verdade, deixamos os espaços exteriores até (pelo menos) o próximo verão para regressar a um quarto. O início do show do FERAL foi na mesma ordem do último álbum, começando com XIII seguido de Entre la Tierra y el Cielo. O grupo, como costumam fazer em seus shows, é uma dose de energia com sua mistura de thrash com toques de death e groove, algo que tentaram transmitir para as pessoas que compareceram à sala.
Para dar continuidade à festa, Último Amanecer e Obsolescência Programada do trabalho anterior, ALTER EGO, seguiram seu roteiro. Alguns pequenos moshpits foram vistos na plateia para dar mais vida ao ambiente. Voltando novamente ao seu trabalho mais recente, eles continuaram com The Night of the Hunter e Never Shine. O momento mais intimista do show aconteceu durante um pequeno intervalo quando Kala, vocalista da banda, disse que aquele dia era mais especial para ele, já que sua filha iria pela primeira vez a um show de seu grupo. Sem deixar de lado o que estava relacionado com o concerto, houve até tempo para fazer um pequeno muro de morte entre os presentes. Quase no fim, Mis Demonios se encarregou de encerrar o capítulo de apresentação de seu último EP para que, voltando ao trabalho anterior, fechassem com Cicatrices e Volver la Vista Atrás.
FERAL continua a demonstrar concerto após concerto que tem um elevado nível, o que precisamente os tem levado a alcançar muitos sucessos onde quer que toquem. Eles continuam transbordando energia em todas as suas apresentações ao vivo, o que acaba afetando o público que vem vê-los e que, progressivamente, ganha mais seguidores entre seus fãs com o passar do tempo.
Depois do clássico intervalo para ir ao banheiro ou fazer uma pausa entre os grupos, chegou a vez da atração principal da noite, EVIL SPIES. A banda colombiana liderada por Rodrigo Vargas continua com a apresentação do seu álbum que também os levará pela Europa. O grupo thrash começou com Falacias para voltar a aquecer os motores do público e depois continuou com a música que lhes dá nome, Espías Malignos. Com a gente já envolvida e focada na performance, o Traumática foi quem seguiu para continuar com o download que, com o bom nível sonoro na sala, permitiu que o quarteto fosse apreciado na perfeição. Com uma breve apresentação dos integrantes do grupo, Metalero continuou mantendo as revoluções em alta, com um grupo que se uniu ao palco e foi retribuído com moshpits do público. Após chegarmos à metade do show, com Murdered in the Name of… estávamos lentamente nos aproximando do fim, embora ainda houvesse um show pela frente. Queriam aproveitar e continuar demonstrando a qualidade que têm ao vivo, por isso continuaram com o Neurotica. Com esse fim cada vez mais próximo, lançaram com muita força sua música Uróboros para que, finalmente, fecharam com Cruel e, ao contrário do que costuma acontecer em um show, fecharam com a música que inicia e dá nome ao seu álbum, Oscura.
Com este capítulo, os EVIL SPIES dão o toque final a uma viagem por Espanha que os levou a diferentes cidades, como Madrid, Barcelona e Valência, onde são recebidos há vários anos. Claro que, depois de testemunhar a atuação ao vivo e a sonoridade que esta banda tem, não é de estranhar que estejam constantemente a confirmar datas e que, ultimamente, os leve a diversos países da Europa.
Fazendo uma análise geral daquele que foi o primeiro concerto desta nova temporada, houve tanto partes positivas como negativas.
Vamos começar pelo positivo: as bandas tinham um ótimo som, não foram notadas falhas aparentes e os participantes ficaram encantados com o que presenciaram. Só houve uma parte negativa da noite a destacar e foi a pequena presença de público. Entre as datas de verão em que muita gente ainda aproveitava o ambiente das praias, a presença de outros eventos nesse mesmo fim de semana (além dos que ainda estavam por vir) e que, depois de um verão onde as pessoas tendem a gastar mais dinheiro, tornou muito difícil para a sala ter um número razoável de pessoas. Pelo menos as pessoas que vieram deram tudo para serem notadas, cada uma como se valesse 10. Esperemos que seja algo anedótico e que os restantes eventos underground tenham salas cheias.