Os Ghosts of Atlantis foram os primeiros a desembarcar no palco do LAV – Lisboa Ao Vivo, para uma atuação curta, para uma sala ainda a encher. Os britânicos lançaram uma maldição sobre o público português, começando o concerto com “The Curse of Man” – do álbum de estreia, lançado em 2021, “3.6.2.4” – e passando, em seguida, para “Sacramental” – o último single mais recente álbum, lançado em outubro deste ano, “Riddles of the Sycophants”. Com destaque para as vozes gritadas de Phil Primmer a contrastar com os ‘cleans’ do guitarrista Colin Parks, e para as sinfonias em solos de guitarra por Parks e Dex Jezierski, a banda terminou o seu concerto sombrio de metal sinfónico com “The Lands of Snow” – o primeiro single do último álbum.
Setlist – Ghosts Of Atlantis:
- The Curse of Man
- Sacramental
- The Lycaon King
- False Prophet
- The Lands of Snow
Seguiram-se os Ignea, de regresso a Portugal, depois de pisarem o solo de Vagos em 2019, com “Dreams of Lands Unseen” – álbum lançado em abril deste ano -, que abriram o concerto precisamente com as 4 primeiras músicas do mesmo álbum. Antes de entrar em “Bestia” – EP lançado em 2021 -, a vocalista, Helle Bohdanova, fez questão de falar ao microfone com a bandeira da sua Ucrânia para agradecer o apoio e a hospitalidade característica de Portugal, apelando a que essa corrente positiva se mantenha ‘until our victory’. Com muita identidade, os Ignea mostraram o seu metal sinfónico com elementos eletrónicos e folk, com um teclado dominado por Yevhenii Zhytniuk, fechando o concerto com a inevitável “Leviathan” – do primeiro álbum da banda, “The Sign of Faith”, de 2017.
Setlist – Ignea:
- Téoura (from tape)
- Dunes
- Camera Obscura
- Daleki Obriyi
- Bosorkun
- Magura’s Last Kiss
- To No One I Owe
- Nomad’s Luck
- Leviathan
Também a apresentar um novo álbum – “…’Til The World’s Blind”, lançado em julho deste ano – subiram ao palco os Butcher Babies, embora com a formação reduzida a quatro elementos, dada a ausência da vocalista Carla Harvey. Durante aproximadamente 45 minutos o grupo de Los Angeles, que se estreou em solo português, entrou a abrir, arrancando ‘circle pits’ desde as primeiras músicas, com os crowdsurfers a aparecerem naturalmente. A conexão entre o palco e a plateia foi absolutamente marcante com a vocalista Heidi Shepherd a eleger entre o público um líder dos ‘circle pits’ antes de “KING PIN”, depois de já se ter misturado na multidão em “Monsters Ball”. O concerto foi correndo a toda a velocidade, abrandando com a balada “LAST DECEMBER”, antes da qual Heidi se dirigiu ao público com o agradecimento ‘thank you so much for saving my fucking life’. O concerto terminou com a poderosa “Magnolia Blvd.” – do primeiro álbum, “Goliath” – e com o desejo, por parte da banda, de regressar a Lisboa, com Heidi a referir ‘we can’t wait to be back!’.
Setlist – Butcher Babies
- BACKSTREETS OF TENNESSEE
- RED THUNDER
- Monsters Ball
- KING PIN
- WRONG END OF THE KNIFE
- It’s Killin’ Time, Baby!
- BEAVER CAGE
- SPITTIN’ TEETH
- LAST DECEMBER
- Magnolia Blvd.
Por fim, subiram ao palco os Fear Factory de Dino Cazares, trazendo a DisrupTour a solo lisboeta, que proporcionou uma autêntica viagem pela discografia da banda, desde 1992, com “Martyr” – a música de abertura do primeiro álbum da banda, “Soul of a New Machine” – a fazer parte da ‘setlist’. Foi ainda tocada, para surpresa de todos, “Slave Labor” – do álbum “Archetype”, de 2004 -, música que não era tocada ao vivo desde 2006. A sala, muito composta, recebeu a banda retribuindo toda a energia proveniente do palco, com muitos saltos, ‘pits’ e ‘crowdsurfing’, além das vozes afinadas que foram cantando as letras dos vários clássicos. O vocalista Milo Silvestro, que levava o português bem estudado, foi pedindo ainda mais, com o público a não o deixar mal. Silvestro, anunciado em fevereiro deste ano como o novo vocalista dos Fear Factory, mostrou estar à altura do desafio de ocupar o lugar de Burton C. Bell, com Cazares a ratificar isso
mesmo, dizendo ‘He’s got some big fucking shoes to fill, and he’s filling them very well.’
O concerto, que durante mais de 1 h 15 min, inundou o LAV com um metal extremo executado com toda a mestria de cada um dos elementos dos Fear Factory, fechou com chave de ouro mais uma noite emocionante, em que o canto das guitarras e o estrondo das baterias ecoaram como uma sinfonia visceral, que pintaram o ambiente enérgico e apaixonado que se fez sentir na plateia.
Setlist – Fear Factory:
- Shock
- Edgecrushe
- Recharger
- Dielectric
- Disruptor
- Powershifter
- Freedom or Fire
- Descent
- Linchpin
- What Will Become?
- Slave Labor
- Archetype
- Martyr
- Demanufacture
- Zero Signal
- Replica
- Ressurection
Todas as fotos disponíveis em: