Grima e Ultar foram fundadas pelos irmãos gémeos Vilhelm e Morbius, na cidade Russa de Krasnoyarsk. Nas actuações ao vivo ambas as formações são compostas pelos mesmos músicos, excepto o baixista Pavel Dil que apenas toca em Ultar. Os mesmos músicos, ambas as bandas tocam black metal mas cada uma delas segue seu próprio caminho. Sonoridade e temática completamente distintas: Versatilidade, criatividade e originalidade são adjetivos que definem bem os criadores destes dois projetos.

Na sala quase cheia do RCA, em Lisboa, pairava no ar uma certa expectativa de ver duas bandas que pela primeira iriam actuar no nosso país. Ultar, banda de post-black metal, inspirados pela obra do escritor norte americano H. P. Lovecraft, foram os primeiros a entrar em palco e apesar dos problemas iniciais com o som da guitarra de Max Sysoev o quinteto foi muito aplaudido durante toda a actuação.

All photos by Nayara Sabino

Tocaram cinco músicas do seu último álbum “At the Gates of Dusk” de 2022 e fecharam a actuação com chave de ouro com o belíssimo tema “Azathoth” do álbum “Kadath” de 2016. Uma banda coesa com um headbanging sincronizado e contagiante que cativou do início ao fim todos os presentes.

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Ultar: Glen Sysoev (voz), Max Sysoev (guitarra), Denis Susarev (guitarra), Vlad Yungman (bateria), Pavel Dil (baixo).

Setlist: 1 – Midnight Walk and Reminiscences of Necromancy; 2 – Evening Star; 3 – Through the Golden Gates of Dawn; 4 – Innsmouth; 5 – My Rope; 6 – Azathoth

 

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Grima é o Deus supremo que protege a sombria e anciã floresta siberiana. Protege a natureza e castiga todos aqueles que não a respeitam. Apresentaram-se em palco representando árvores, caras tapadas com máscaras de “madeira” e o vocalista Vilhelm nos primeiros temas com mãos de “ramos de árvore despidos de folhas”. A inspiração de Grima vem das suas raízes: O culto à maior e mais antiga floresta.

O black metal atmosférico de influência Pagã de Grima e toda a atmosfera criada para além da música transporta-nos para a gélida floresta boreal de árvores ancestrais. A voz forte e áspera combinada com os solos de guitarra orquestrados criam um ambiente que tem tanto de belo como de sinistro. Os apontamentos de acordeão dão o toque melancólico e triste da realidade fria e dura de um inverno na Sibéria.

Neste concerto da digressão “Under the Sign of Last Spruce 2024” os Grima tocam temas de todos os seus álbuns de estúdio, iniciando com “The Moon and its Shadows”, do primeiro álbum “Tales of the Enchanted Woods” de 2017. O público estava completamente rendido à banda desde o primeiro minuto e superaram largamente todas as expectativas. Durante todo o concerto ouvimos muitas vezes o público gritar o nome da banda e sempre muitos aplausos para os oito temas que tocaram (souberam a pouco) num espetáculo verdadeiramente envolvente que terminou com “Rotting Garden” de 2019.

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À Metal’s Alliance parabéns por trazer pela primeira vez ao nosso país duas bandas com tanta qualidade e originalidade, e muito obrigada por nos receber tão bem.

Grima: Vilhelm – Glen Sysoev (voz, guitarra), Morbius – Max Sysoev (guitarra) | Live Musicians: Denis Susarev (guitarra), Vlad Yungman (bateria).

Setlist: 1 – The Moon and its Shadows; 2 – Siberian Sorrow; 3 – Devotion to Lord; 4 – Moonspell and Grief; 5 – Cedar and Owls; 6 – Enisey; 7 – Giant’s Eternal Sleep; 8 – Rotting Garden

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