Portas abertas as 14:00, apresentações pontualmente iniciando as 15:00.
Organização cirúrgica com os horários, e pouquíssimos e curtos atrasos, nada se sentiu nesta questão.
No palco, Vøidwomb foram os responsáveis por dar inicio a tarde nem fria , nem quente de Lisboa.
Entre Death e Black, por momentos bastante Old, sempre pesada fizeram uma apresentação intensa tocando algumas das músicas de seu EP de estreia, o bem comentado “Altars Of Cosmic Devotion”, além de tocar nada mais nada menos que 3 músicas novas que provavelmente farão parte do seu próximo disco.
“Summon of Utu” e “Shamash” abriram a pedrada da tarde, seguidas “Descent to a word below”, houve espaço para destacar as belas “Metampsychosis” e “Coagulation” autenticos murros na tromba.
Por sua mescla entre Death e Black, por momentos se sentiu um pouco de Doom e essa versatilidade da banda deu mais Ênfase no seu belo trabalho.
Eles ainda deram uma entrevista para nós, que em breve estará disponível no nosso Youtube.
Os grinders do Bas Rotten vieram com a missão de não deixar o palco esfriar e aceleram os bits, com muita violência sonora, apresentaram um Grindcore versátil, com influências sonoras muito visíveis de punk, para mim, brilhante como uma mistura de BloodDuster e Captain Cleanoff, fantástico!
“The Blow”, “Dissociation” e “Prime Cuts” vieram como tornando e nada de calmaria
“Violence” e “Worth” não deram descanso. Eles ainda tocaram 15 músicas , pedrada após pedrada, grata surpresa.
Nagasaki Sunrise, e a mudança sonora, de Grind a Crust , Raw punk ou simplesmente punk! Forte influência de Avskum, linhas mélodicas , e uma cozinha grave.
“The day the sky Cried” foi o primeiro som despejado com riqueza de detalhes.
Eles ainda tocaram músicas como “Napalm in the morning” e “Survive de Ice”, ficando como destaque para “Loud as fuck”.
Com certeza um dos grandes destaques da noite e das bandas que mais movimentaram o público, os “Vai te Foder” trouxeram um grindcore visceral, bateria impecável, dois vocalistas com linhas bem trabalhadas, praticamente um Nasum português com o peso do pedal duplo.
Rodas, pogos e até moshs acompanhavam sem descanso os blastbeats e com um público cantando suas letras, eles mostraram estar entre as bandas mais esperadas.
Bleeding Display veio na sequência mudando o tom mas não diminuindo o peso!
Como é costumeiro seu vocalista se apresenta muito a carácter do “Metal da Morte”, banhado a “sangue” com um machado nas mãos.
Movimentaram muito o público, sonoramente brutal e violento com vocais mesclando em entre um Gutural robusto e por vezes Pig Squeal.
Com boas variações dentro das vertentes do Death Metal a banda trouxe várias escaladas de peso, performance e qualidade, vale a pena conhecer o grupo!
Mãos de ferro, riffs de aço, os Dead Meat trouxeram uma sequência avassaladora de Brutal Death Metal, boas viradas e quebradas de ritmo e cadências muito trabalhadas.
Não se esperava nada menos de uma banda experiente prestes a alcançar os 29 anos de carreira.
Chegou a vez da Simbiose, a última vez que eu os vi, foi na América do Sul, em sua primeira Tour em território brasileiro (2008 ou 2009) em Anápolis (Brasil), fiz uma entrevista com eles naquele dia (ver aqui) e a formação era outra.
Além da formação algo mudou na banda, sonoramente pude perceber uma banda ainda mais madura, mais violenta e letal. Com um crust cheio de influências punk e grind, porém há uma coisa nesta banda que nunca muda, “o sentimento de protesto” e sua raiz Antifa, antinazi, anti-racista, anti-xenofóbica.
Ao menos no Brasil quando se fala em Underground português, o primeiro nome que todos se lembram é a Simbiose e definitivamente foram a banda que mais movimentou o público, provocando uma avassaladora “desgraceira” e incansável, um autentico “pé na cara” !
E para fechar a noite Diskord death metal norueguês trouxeram uma apresentação com muitas variações, tornando a banda única. Por momentos soou Brutal Death, indo ao Old School com influências de Doom e black. Numa mesma música podia se sentir a boa variação sem perda de qualidade.
Eles iniciaram com “Entropic Death”, “Loitering in the Portal” e “Bionic Tomb Eternal”, variando um total de 14 petardos bem dirigidos, o grupo mostrou ter artilharia pesada do mais alto calibre, atendendo aos vários gostos exigentes que um headbanger pode ter.
Destaque para A Downward Spire!
Noite memorável, produção impecável, casa cheia, bandas de grande potencial, entre novas e experientes.
Texto por Iúri Cremo
Fotos por Jéssica Marinho
Álbum de fotos aqui:
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Vídeos do Festival em breve no Youtube.