A faixa título, “Travellers to Nowhere“, é também a primeira do álbum, a qual é um épico som de mais de 20 minutos, com uma história muito bem contada, sendo a base um death metal com passagens que vão dos blast beats a solos melódicos, da fúria ao progressivo com passagens inesperadas e surpreendentes. Os solos de guitarra, a partir do 14′, são fantásticos, com feeling e uma técnica incrível. As vozes guturais são bem marcantes também. Gostei muito e não me lembro de uma banda de som extremo (não considerando bandas doom metal) com uma faixa tão longa e que prende a atenção do início ao fim, e com tantas nuances, sem perder o contexto.
A segunda faixa, “Crimson Dawn“, entra com fúria, refrão cadenciado, bateria quebrada com 2 bumbos, guitarras com linhas diferentes, uma com parada e outra deixando soar os acordes, saída do refrão com cara de Black Metal melódico, aí volta canto e refrão, e a bateria “fritando” nos dois bumbos. O meio da música volta a soar Black Metal, a lá Dimmu Borgir um momento mais clima, depois mais fritado.
“Bringers of the Storm“, a terceira faixa entra com uma marcação de guitarra e bateria com mais fúria e segue bem rápido, com a voz sob o blast beat de bateria, refrão mais cadenciado e uma das guitarras tocando uma linha melódica junto com as vozes. Vale mencionar, que o riff melódico que acontece antes do refrão me fez lembrar o Carcass e também o Entombed, ambas em suas fases nos anos 90. Os solos de guitarra são fantásticos também, melódicos rápidos e com muito feeling.
A quarta faixa, “The Druid“, entra mais cadenciada com um riff mais metal tradicional, seguindo de um instrumental com um solo de guitarra bem melódico e novamente influenciado pela bandas de death e doom dos anos 90, bateria bombardeando nos dois bumbos, e nessa base, entra o canto, seguindo para um refrão melódico e já com uma cara mais moderna. Vale ressaltar que tudo composto de maneira muito uniforme e com identidade, uma banda muito coesa e madura nas composições.
“After the Forests have Burn“, encerra o álbum de forma magistral, com o refrão mais melódico cadenciado e muita fúria, blast beats, riffs pesados e dobrados, e depois indo para uma base que inicia uma melodia de guitarra e evolui para uma dobra muito melódica, com a cozinha (baixo/bateria) no contratempo, dando um clima genial. Voltam as vozes e por fim, mais fúria instrumental para terminar de maneira épica o álbum. É um álbum nota 10.
O Legacy of Brutality foi formado na Espanha em 2006 e conta em sua line up: Simón García na voz, Borja Suárez na guitarra, Jaime Méndez “Yoye” na outra guitarra, Gonzalo González “Lalo” no baixo e Javier Fernández “Pity” na bateria. “Travellers to Nowhere foi lançado em 19 de maio de 2023, pela Abstract Emotions, nos formatos LP, CD, cassete e digital.
Tracklist:
I. Travellers to Nowhere;
II. Crimson Dawn;
III. Bringers of the Storm;
IV. The Druid;
V. After the Forests Have Burned.
Nota: 10/10