Lançado bem 1° de novembro de 2024 na lendária Woodstock Discos em São Paulo, e que você pode conferir a cobertura desse evento aqui neste link, o Midgard lançou o seu tão aguardado segundo álbum.

Iniciando com “Another Day”, um dedilhado de guitarra e um solo com uma bela melodia, gerando uma expectativa sobre o que vem a seguir, e o que ouvimos é uma bela entrada com a banda e o canto, ótimos timbres de guitarra, baixo, arranjo de teclado e bateria, uma cara de início do anos 90 e lembrando bandas como Fates Warning nessa época. No meio, temos uma sequência instrumental interessantíssima com bateria alternando arranjos, marcações com o baixo e convenções, para o retorno da voz, um backing vocals maravilhoso com mais um instrumental final muito bem arranjado e um solo de guitarra com dobras e uma melodia que cativa e te prende e assim o tema termina num fade out.
A segunda musica é “Last Sanctuary”, já tem mais cara de um gótico, doom, novamente com a cara do início dos anos 90, vozes melódicas e guturais com uma guitarra pulsante, fundo de órgão e baixo “costurando” melodias entre eles é feito de maneira magnífica, tem uma cara de filme de terror e as melodias deixam tudo muito e principalmente no solo de guitarra, retornando para um parte pesada com a voz gutural, a reposta da voz bem suave, bateria dois bumbos e mais vozes e o que temos é um ótimo final de música!
“Pearl to the Pigs” já inicia numa marcação cadenciada, o canto e o contraponto das duas vozes masculina e feminina, como pergunta e resposta, uma boa base de teclado, ótimo riff de guitarra , bem palhetado e slides de power chords, no meio, seguido de um solo bem climático e bem construído voltando para as vozes finais com o refrão empolgante.
“Midnight Rainbow” entra com um riff de power chords na guitarra bem bacana e as vozes novamente num coro até entrar o verso, bateria pulsante com bumbos marcados e quebrados em determinado momento, uma música mais longa que vai evoluindo, intercalando vozes guturais, limpas e em coro, a bateria segue num ritmo que nos fazer balançar a cabeça sem parar, no solo de guitarra a bateria marca mais e abre espaço para uma guitarra com frases mais rápidas. As vozes guturais e um andamento bem doom dá a cara nesse momento, servindo de passagem para o retorno ao tema do verso e refrão e assim caminhar para o final numa viagem sonora de 8:19′.
“Psy-Code-Hellika” vem com uma entrada que tem na viagem uma mistura com influências lembrando Uriah Heep com Katatonia e Paradise Lost! No verso, no canto há uma tensão no instrumental que nos prende e mais uma vez cativa a audição do tema, o refrão tem uma alívio nessa tensão e contrasta com vozes limpas e resposta na voz gutural. O riff usado nessas passagens também merece destaque, junto com um solo de teclado com um timbre muito setentista, tudo excelente!
“Nocturnal Storm” entra no clima mais pesado do álbum até esse momento, suavizando para a entrada das vozes do canto, sempre dobradas. O trabalho do baixo nesse som merece um destaque junto com a sonoridade setentista do teclado novamente que junto com o solo de guitarra e toda a harmonia dão um toque especial com uma sonoridade na escala menor harmônica, terminando em fade out.
“Crying at the party” entra com um riff bem Hard Rock mais dançante, bem diferente das anteriores, dando uma agradável surpresa, canto e refrão tendo baixo bem marcado junto com a bateria, riff de guitarra e licks sobrepostos durante toda a musica, no meio uma sessão que traz novamente o clima doom da banda e um riff à lá Black Sabbath, melodia teclado e um solo com Wah Wah excelente de guitarra, sobrepondo a frases excelentes do baixo. O retorno para o tema inicial mais “dançante” chamando novamente o canto e refrão e o fim com solo de guitarra num clima mais Hard e um ótimo trabalho da bateria.
A penúltima musica é “Silent Song” e sua introdução possui aquele clima das bandas de gothic doom metal dos anos 90, que particularmente, eu adoro. O canto é mais marcado com melodias mais longas nas vozes, guitarra palhetada em cima dos power chords, o retorno da intro “sombria” é seguido de todo o canto e refrão. Muito bom todos os arranjos e o clima, dobras de melodias da guitarra se encaixam numa sinergia impressionante e intensa, levando a música para o final com o canto, uma candência de preparo para o retorno da intro e por fim, encerrar o tema.
“Wild Walkers” encerra o álbum, com uma entrada de dedilhado maravilhosa no violão e uma linda melodia na voz preparando uma uma entrada Épica de guitarra palhetada instrumental pulsante, e com as vozes, muita melodia, instrumental com solo de teclado bem setentista novamente, a guitarra segue a marcação palhetada para o retorno das vozes e assim, desenvolver o tema do meio para o fim, com um belíssimo instrumental contrastando peso e condução do piano, preparando uma vocalize para o refrão e parte final, lindas frases no baixo e encerrando o álbum de maneira épica .
Um trabalho fantástico do Midgard que após um longo período nos presenteia com um lançamento que considero um dos melhores do ano entre as bandas nacionais. A banda tem em sua formação os integrantes: Paula Jabur na voz, F.L.Y. na voz e baixo, Omar Rezende, voz e guitarra, Júlio “Tio Chico” na bateria e Miño Manzan nos teclados.

Faixas:
1- Another Day
2- Last Sanctuary
3- Pearls To The Pigs
4- Midnight Rainbow
5- Psy-Code-Hellika
6- Nocturnal Storm
7- Crying At The Party
8- Silent Song
9- Wild Walkers
Nota: 9/10