Foi no passado sábado que os Moonspell levaram até à Amadora o registo acústico “Soombra”, subindo ao palco do Cineteatro D. João V, que recebeu a lendária banda portuguesa com a lotação esgotada.

Não sendo o registo mais comum dos Moonspell, é a vertente que provou, ainda em 2010, que existe espaço para o heavy metal nos teatros. Já em 2024, a banda recuperou a sua faceta acústica, dando oportunidade a um conjunto de temas que não costumam figurar num alinhamento típico de um concerto de Moonspell, e, adicionalmente, tendo como preocupação um maior afastamento das grandes cidades, como Lisboa e Porto, sendo este o concerto mais próximo da capital.

Os Moonspell, acompanhados pelas cordas dos Magnetic Strings (com o violino de Fernando Sá e o violoncelo de Valter Freitas) e pelas vozes de Eduarda Soeiro (dos Glasya) e Cristiana Félix, levaram o público numa autêntica viagem, contando várias histórias para contextualizar cada um dos temas e álbuns respetivos.

Moonspell | @the.goldenrush

A viagem começou com “HandMadeGod” – do álbum “Sin/Pecado” (1998) -, passando em seguida para os álbuns “The Antidote” (2003), “Wolfheart” (1995), “Omega White” (2012) e “Butterfly Effect” (1999). Seguiu-se aquele que foi o primeiro grande momento da noite com a incursão no álbum “Extinct” (2015), com “Breathe (Until We Are No More)”, com uma introdução alargada que deu espaço à bateria de Hugo Ribeiro e ao violino de Fernando Sá, que se fizeram soar juntamente com a respiração de Fernando Ribeiro a anunciar repetidamente as palavras “breathe in, breathe out”.

No seguimento, surgiu mais uma passagem pelo “Sin/Pecado” com “The Hanged Man” a ser acompanhada pelas lanternas dos telemóveis do público, que iluminaram o cineteatro, criando um ambiente místico. Mais à frente, outro momento absolutamente marcante, que terminou com um dos maiores aplausos da noite: “Scorpion Flower” – de “Night Eternal” (2008) – numa versão épica, na qual a combinação das vozes de Eduarda Soeiro e Cristiana Félix foi tão crucial quanto mágica.

Prosseguiu-se com “Luna” (de “Memorial”, de 2006), “Mute” (de “Sin/Pecado”) e “Whiteomega” (de “Omega White”), numa altura em que já se pedia a incontornável “Alma Mater” (de “Wolfheart”). Exatamente por esse motivo foi chamado ao palco Ricardo Gordo, responsável por incluir o som da guitarra portuguesa naquele que poderia, segundo Fernando Ribeiro e seguramente muitos fãs dos Moonspell, o hino nacional. E “como os hinos se cantam de pé”, tal como proferido pelo líder da banda, toda a plateia se levantou para o momento solene de “Alma Mater”. Ainda antes de abandonar o palco, Ricardo Gordo juntou-se a Ricardo Amorim para “Chorai Lusitânia! (Epilogus / Incantatam Maresia)”.

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Para fechar o concerto, os Moonspell trouxeram, num apelo à paz, “Os senhores da guerra” dos Madredeus, e, por fim “Full Moon Madness”, tema que fecha também o álbum “Irreligious” (1997).

Sobram agora duas datas de “Soombra”, a 25 e 29 de maio em Arcos de Valdevez e Ovar, respetivamente, na tournée que pode ser considerada o aquecimento para o aguardado concerto no MEO Arena, a 26 de outubro, com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa.

 

Setlist:

  1. HandMadeGod
  2. The Southern Deathstyle
  3. Wolfshade (A Werewolf Masquerade)
  4. White Skies
  5. Disappear Here
  6. Breathe (Until We Are No More)
  7. The Hanged Man
  8. 2econd Skin
  9. Scorpion Flower
  10. Luna
  11. Mute
  12. Whiteomega
  13. Alma Mater
  14. Chorai Lusitânia! (Epilogus / Incantatam Maresia)
  15. Os senhores da guerra
  16. Full Moon Madness

 

Agradecimentos: aFirma

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