Bora de Anton Setti, e vamos de reseha do álbum recém lançado, neste 23 de Fevereiro, o álbum “FENECER”.

Novo Álbum

ANTON SETTI é um trabalho de Joey Vice, músico experiente da cena Underground e quem vem a décadas criando sons e desenvolvendo sua forma de produção. Seja em banda ou individualmente, sempre traz as suas criações demasiado zelo e grande criatividade.
E o álbum “Fenecer” tem toda a produção realizada de forma independente, instrumentos e voz a cargo de Joey Vice, a mente criadora
de ANTON SETTI.
Este é um trabalho fantástico e vamos começar a dissertar sobre;

ANTON SETTI tem a pegada de som vai do Rock/Metal Industrial e passa também pelo Nu Metal.
Com influências bem claras de Manson e Maldita, faz um som que te envolve e letras que refletem talvez, os sentimentos do próprio
criador. Então logo não é um trabalho que é feito apenas por fazer e que ao mesmo tempo que possui as referências, se mostra
autêntico e abraça doses caprichadas de Niilismo, Nietzche e Schoppenhauer sentiriam orgulho.
É perceptível momentos de raiva, que ANTON SETTI parece sangrar.

Faixa 1- Na faixa ” Intro”, os riffs fazem uma abertura de arrepiar, com falas do saudoso Zé Do Caixão.

Faixa 2- Intitulada “O mundo Que Vivemos Quer Morrer”, vem pesada, iniciando com samplers/teclado, que logo dão espaço para um som
com peso, guitarras bem altas e o anfitrião dá as boas vindas a um mundo que está indo ladeira abaixo e reflete a angústia, de um mundo vazio, caótico, artificial e sem reciprocidade, que faz com que o mundo seja um lugar inóspito.
O teclado ao fundo dá o tom da atmosfera de desespero que concluí-se com o fechar do ziper no IML.

Faixa 3 – Intitulada “Sujeito Doce”, se inicia como um filme sendo rebobinado e um baixo bem marcante, que tem a mescla entre momentos
onde remetem a uma tenra infância com uma caixinha música bem macábra, que acompanha o som ao discorrer de trechos da música onde
ANTON SETTI fala sobre pesares e repulsas, enquanto traz a tona seu lado obscuro. Quase em um transe, uma cantiga.
Os vocais se alternam em partes gritadas e declamação de sentimentos e sobre si.

Faixa 4- “O Estigma da Ovelha”, inicia chorosa e aflituosa e que já revela o teor pesado, sonhos perdidos e que foram tomados por terceiros e que ao ouvir narram uma história tensa e sobre o maior terror de uma mulher na sociedade e o costumeiro fim que
acompanha a covardia que é exercida por aqueles que deveriam proteger. O instrumental impecável, em sonoridade não é uma faixa elaborado com tanto peso no instrumental.

Faixa 5 – “Celebridades Instantaneas“, é a faixa que já vem com um instrumental pesado e rápido.
Baixão presente e que conduz a música, teclados intercalando e trazendo a continuidade.
Celebridades Instantaneas” até este momento inclusive é a faixa mais pesada sonoramente, causando um bate cabeça insano.
Fala sobre a instantaniedade da vida, tudo pelo hype e o banal que toma conta, enquanto se cria toda uma industria de padrões.
E pessoas que fazem o possível em nome de visibilidade através de futilidades.

Faixa 6 – “Jardim Desolado”, esta acredito que seja a faixa mais conhecida do disco, pois já possui video oficial e foi
amplamente divulgada, sendo um dos singles do álbum.
Durante a audição, pude perceber peculiaridades que não haviam no single, e ficou bem bacana.
Essa é aquela faixa que veio para ser chiclete e você cantar muito.
Com solo traz uma melodia agradável aos ouvidos, enquanto narra o sentimento de sempre caminhar, mas sem um sentido pois
só lhe restou desolação.

Faixa 7- “Quem é o seu deus”, começa pesada e tem o seu diferencial, com pedais duplos e uma atmosfera que abarca bem o questionamento.
Questiona e enfia o dedo na cara, é uma critica pesada a manipulação pelas igrejas e extorsão por elas causadas.
Fazendo um som industrial rápído e pesado. Ri alto com a frase proferida por Ricardo Boechat, a um certo religioso ao fim da música;

Faixa 8 – “Fenecer” é uma faixa que realiza um interlúdio entre faixas, fala sobre postergação e tem o 6,6,6.

Faixa 9 – Estranho Amor”, baixão característico, faixa pesada que fala sobre um amor mórbido, de alguém querido que foi perdido.

Faixa 10- “De ponta cabeça”, já começa com um riffzão que é destaque ao decorrer da música e o barulho do mar, e falam sobre um
eminente fim e complementa a jornada iniciada na faixa “Jardim Desolado” e alerta sobre um sofrimento vindouro.
Faixa pesada, com direito a solo bem trabalhado e instrumental magnifico.

Faixa 11 -“Gatilho”, A impressão é que são duas guitarras, baixo no lugar certo, pelo nome, não recomendo ouvir em um dia ruim.
Desesperança total, pois afirma que não há nenhum salvador e que já era! Som com peso, melodioso e com solos rebuscados e
muito bem executados.

Faixa 12- “Deus Verme’, é um poema de Augusto dos Anjos, declamado e cantado de forma caótica e barulhenta por ANTON SETTI, que
encerra de forma magnamima o álbum “Fenecer”.

De forma resumida é um disco, muitíssimo bem feito, que tem peso, sentimento e garra.

Fácil de cantar e assimilar, refrões que grudam.
“FENECER” cumpre seu propósito fala sobre sobre o que se exingue e em todo o disco, a mensagem é bem clara.
Toda a arte da capa, no encarte a idéia de disposição das letras, as rasuras.
De forma geral, o álbum chega a um propósito de conceitualidade, álbum conceitual.
Não sei se era a idéia enquanto era realizada a construção do álbum, mas foi uma percepção que tive.
É um disco altamente indicado, inclusive para aqueles que não ouvem Industrial.

O álbum “Fenecer” de ANTON SETTI está disponível para audição em todas as plataformas digitais e no YouTube.
Por sugestão, no fone de ouvido podem ter elementos que não sejam tão perceptiveis caso não esteja utilizando.
Do contrário, som na caixa e bora ouvir.

Então é isto, galera!
Esta foi a resenha do disco “FENECER” de ANTON SETTI, grande disco!

Recomendadíssimo!

Nota: 9,2/ 10.

 

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