Na noite do último sábado, 26 de abril de 2025, Lisboa celebrou o rock em grandessíssimo estilo. O LAV – Lisboa Ao Vivo recebeu os suecos GRAVEYARD, de regresso à capital portuguesa para um espetáculo memorável, repleto de clássicos, novidades e muita emoção. Com riffs pesados, vocais viscerais e uma presença de palco cativante, a banda proporcionou uma noite memorável.
Acompanhados dos portugueses MISS LAVA, que apresentaram pela primeira vez ao vivo o seu novo álbum Under A Black Sun, a noite foi intensa, com um público rendido do início ao fim. A produção ficou nas mãos da Prime Artists, e o resultado foi mais um evento de peso para o calendário do rock em Portugal!
Continue lendo para saber cada detalhe dessa noite inesquecível!
MISS LAVA

Pontualmente às 21h45, os Miss Lava foram os responsáveis por aquecer os motores da malta. Uma banda carismática, com uma presença de palco contagiante — e um palco belíssimo, diga-se de passagem — demonstraram estar muito felizes em ali estar. E com razão: apresentaram pela primeira vez ao vivo o novo álbum Under A Black Sun, lançado no dia anterior.
Abriram o set com muito peso e confiança, já mostrando cinco músicas dessa nova obra quase sem pausa: “Under A Black Sun”, “Woe Warrior”, “Evil Eye Of A Witch”, “Neon Gods” e “Dark Tomb Nebula”. Com mais de 20 anos de estrada, a banda está claramente em uma fase criativa intensa, e a performance provou isso. O som é coeso, poderoso e cheio de identidade.
O público respondeu com entusiasmo, absorvendo cada faixa com atenção e energia, e alguns já estavam até com os refrões decorados. Após “Dark Tomb Nebula”, o vocalista Johnny Lee comentou sobre a nova formação, com Pedro Gonçalves na bateria e Jacinto na guitarra, recebendo ambos fortes aplausos da plateia.
Na reta final, trouxeram dois clássicos bem conhecidos, começando com “In The Arms Of The Freaks”, de 2016, que já arrancou cabeças no headbanging, e encerrando com a sempre energética e divertida “Doom Machine”. A plateia estava domada, cantando em coro e agitando até o fim. A apresentação encerrou às 21h28 com uma salva de palmas calorosa e merecida. Uma abertura digna e poderosa!
SETLIST:
1. Under A Black Sun | 2. Woe Warrior | 3. Evil Eye Of A Witch | 4. Neon Gods | 5. Dark Tomb Nebula | 6. In The Arms Of The Freaks | 7. Doom Machine
GRAVEYARD

Com a sala agora cheia, a intro começou às 21h57 e os fãs foram à loucura. Pontualmente às 22h, cada membro dos Graveyard sobe ao palco com calma e uma breve saudação — e ali se iniciava uma noite emocionante. A banda sueca não só regressou a Lisboa, como veio dar uma aula de música e sensibilidade!
Apresentando o mais recente álbum 6, de 2023, os Graveyard prepararam um setlist poderoso que viajou por quase todas as fases de seus 20 anos de carreira. O palco era simples, direto — assim como eles — e abriram com “Twice”, do novo disco. O som no início estava um pouco confuso para ouvidos mais atentos, mas rapidamente a performance ficou coesa. A entrega emocional de Joakim Nilsson e a química da banda em palco confirmaram porque eles seguem como uma referência do hard rock moderno com pitadas setentistas de psicodelia.
Seguiram com a bela e emotiva “Bird Of Paradise”, cantada por Truls Mörck (baixista), que trouxe uma voz limpa e embriagante, ao contrário do timbre mais rasgado de Nilsson. O público, já tomado pela vibe, cantava com devoção. Continuaram no álbum Peace de 2018, com “Cold Love” e “Please Don’t”. Após essa última, Nilsson conversou brevemente com os presentes, agradecendo e comentando sobre o novo álbum. Ele é introspectivo, fala pouco, mas entrega muito com sua expressão e sua voz que, sinceramente, parecia no auge. Ao meu redor, ouvi muitos elogios sinceros à performance vocal — muitos dizendo que ele nunca soou tão bem ao vivo!
Voltando ao 6, apresentaram “Breathe In Breathe Out”, e depois saltaram para o álbum Lights Out de 2012 com a introspectiva “Slow Motion Countdown” e a densa “An Industry of Murder”, criando uma montanha-russa emocional. Logo depois, a tão aguardada “Hisingen Blues” transformou a sala em um coro de vozes. Arrepiante!
Emendaram direto “Goliath” e logo foram para o álbum Innocence & Decadence de 2015 com “From a Hole in the Wall”, voltando para o 6, com “Rampant Fields”. Assim, foram preparando o terreno para o fim da primeira parte do espetáculo, com outro hit incontestável: “Uncomfortably Numb”! Os fãs deram tudo de si. Foi emoção pura no ar, e todos cantaram juntos. Após essa, saíram brevemente de cena, deixando o suspense no ar para o encore.
O encore trouxe mais uma sequência destruidora: “Walk On”, com show de riffs no final, seguida da agitada “Ain’t Fit To Live Here”. Mas o ápice, para mim, foi a última: “The Siren”. Já tinha ficado de fora no SonicBlast 2024, então ver e ouvir essa obra-prima ao vivo, com Nilsson e o público cantando com a alma, foi realmente de arrepiar.
Foi um final emocionante para uma noite absolutamente memorável. O som estava impecável, a atmosfera era mágica, e os Graveyard reafirmaram que seguem firmes como uma das melhores bandas da cena atual. Um verdadeiro espetáculo!
SETLIST:
1. Twice | 2. Bird Of Paradise | 3. Cold Love | 4. Please Don’t | 5. Breathe In Breathe Out | 6. Slow Motion Countdown | 7. An Industry of Murder | 8. Hisingen Blues | 9. Goliath | 10. From a Hole in the Wall | 11. Rampant Fields | 12. Uncomfortably Numb – Encore: 13. Walk On | 14. Ain’t Fit To Live Here | 15. The Siren