O último dia do Lisbon Tattoo Rock Fest 2024 fechou o evento com chave de ouro, trazendo uma série de concertos memoráveis que fizeram jus ao sucesso da sexta-feira de abertura. O público presente no LAV – Lisboa Ao Vivo foi presenteado com performances eletrizantes, deixando todos com a sensação de ter vivido uma noite inesquecível — e posso afirmar que compartilhei dessa mesma emoção!

Apesar de alguns imprevistos, como o cancelamento da apresentação dos House Of Dawn e atrasos na abertura das portas, originalmente prevista para as 17h, o evento superou as adversidades, e não deixou a energia do público cair.

Os Capela Mortuária foram então encarregados de aquecer a noite de shows, com seu som visceral, em substituição aos House Of Dawn, seguida por uma sequência de tirar o fôlego, com a lenda Michale Graves revisitando clássicos dos Misfits, os incríveis Me And That Man, e o thrash metal feroz dos Onslaught.

Continue lendo para descobrir todos os detalhes dessa noite incrível, marcada por muita música pesada e surpresas!

CAPELA MORTUÁRIA

Photo by Pedro Gama @pmgama – @culturaempeso

Os Capela Mortuária abriram o último dia do festival com uma performance brutal! Embora algumas pessoas tenham se mostrado surpresas com a troca na programação, a banda bracarense rapidamente transformou a confusão inicial em uma explosão de energia visceral.

A apresentação, marcada por um Death/Thrash esmagador e liderada pelo carismático vocalista João Carlos, conquistou o público logo de início. O setlist, apesar de curto, foi poderoso. Abriram com a devastadora “Imploro o Caos”, seguida de “Estranho”, criando uma atmosfera de intensidade crescente. Quando chegou “Ego”, os mosh pits ganharam peso e João desceu para o pit, cantando junto aos fãs próximos à grade.

Um dos momentos mais marcantes foi a interpretação de “Troops Of Doom”, clássico da banda Sepultura, quando João dessa vez entrou em meio ao público, unindo-se ao mosh. O show foi finalizado com a mesma força com que começou, com “Pornocultura” e “Thrash Faster”, sendo ovacionados ao se despedirem. Sem dúvida ma apresentação realmente empolgante, que se tornou certeira ao abrir o domingo. Estou ansiosa para vê-llos em outras apresentações por Lisboa!

MICHALE GRAVES

Photo by Pedro Gama @pmgama – @culturaempeso

Michale Graves subiu ao palco às 19:28, trazendo com ele a nostalgia e a energia que marcaram sua passagem pelos Misfits entre 1997 e 2000, período em que gravou álbuns icônicos como American Psycho (1997), Evilive II (1998) e Famous Monsters (1999). Apoiado pela banda House Of Dawn, ele revisitou os clássicos do horror punk, criando um ambiente memorável que cativou tanto os fãs veteranos quanto aqueles que nunca vivenciaram essa fase, mas sentiram como se estivessem lá.

Desde a primeira música, “Abominable Dr. Phibes” + “American Psycho”, o público mostrou seu entusiasmo, que só cresceu com faixas como “Walk Among Us”, “From Hell They Came” e o hino “Dig Up Her Bones”, cantado por todos a plenos pulmões. Graves surpreendeu com sua forma física e vocal, mostrando que o tempo só aprimorou sua presença de palco e carisma. A interação constante com os fãs, sua animação e gestos de carinho foram pontos altos do show. Até mesmo quando cometeu um deslize ao dizer “Muchas gracias” em vez de “obrigado,” ele conquistou risos e aplausos, transformando o momento em algo especial. Em outro instante, cantou “Lady Jane” dos Rolling Stones à capela, aumentando ainda mais a conexão com a plateia.

Momentos de destaque incluíram a interpretação de quatro faixas originalmente gravadas com Danzig: “Last Caress”, “Mommy, Can I Go Out and Kill Tonight?”, “Halloween” e “We Are 138”; uma homenagem especial a Nergal dos Behemoth e Me And That Man, dedicando “Descending Angel” ao artista; em “Dust to Dust” ele celebrou os 25 anos do álbum Famous Monsters, completos no dia anterior ao show; um contratempo na performance de “Scream!”, quando uma corda da guitarra de Vicente se rompeu, tornou-se uma oportunidade para Graves interagir ainda mais com o público de maneira divertida; Graves tambémm comentou com humor sobre uma pausa nos shows, brincando que não se tratava de problemas legais, em referência às suas recentes controvérsias.

O encerramento veio com a muito solicitada “Helena”, levando os fãs ao delírio e terminando o set em grande estilo. Relembrar os tempos de Misfits foi surreal e emocionante. Tenho certeza de que assim como eu, várias pessoas finalizaram essa apresentação com um coração quente, saudoso, e com um gostinho de “quero mais”.

ME AND THAT MAN

Photo by Pedro Gama @pmgama – @culturaempeso

Me And That Man subiram ao palco às 21:04, trazendo a atmosfera sombria e envolvente que caracteriza o projeto paralelo de Nergal. Com sua mistura única de dark folk e blues, o grupo proporcionou uma experiência sonora imersiva. A performance começou com a contagiante “Run With The Devil”, que fez o público cantar junto e dançar, mostrando a expectativa e entusiasmo por essa apresentação.

O setlist continuou com faixas marcantes como “My Church Is Black”, “Nightride”, “Burning Churches” e “Surrender”, criando uma sequência envolvente e intensa. Cada música trouxe uma atmosfera densa, misturando elementos de quase psicodelia com a cadência do blues, transportando o público a uma viagem sonora profunda e emotiva.

O grande clímax veio ao final, quando Michale Graves se juntou à banda para uma colaboração especial em “Blues & Cocaine”, faixa que originalmente conta com sua voz. Essa parceria incendiou o público, resultando em um momento emocionante e dançante. Nergal destacou a sincronia do encontro, comentando que “os astros se alinharam” para tornar possível aquele encontro único em Lisboa. E QUE MOMENTO!

A apresentação se destacou por uma atmosfera densa e hipnótica, com uma sonoridade introspectiva que fez a plateia se perder no ritmo. Os arranjos instrumentais foram executados com precisão, enquanto as vozes de Nergal e seus companheiros se harmonizavam suavemente e perfeitamente, proporcionando um espetáculo marcante!

ONSLAUGHT

Photo by Pedro Gama @pmgama – @culturaempeso

Às 22:25, os britânicos e veteranos Onslaught foram os responsáveis por fechar a noite incrível do Lisbon Tattoo Rock Fest 2024, trazendo seu thrash metal feroz e poderoso. A energia da apresentação imediatamente transportou o público de volta para os anos 80 e 90, uma época áurea do estilo.

A setlist foi uma viagem perfeita pela carreira da banda, abrindo com a insana “Let There Be Death” de 1986, que fez com que todos os presentes enlouquecessem de imediato. Em seguida, as agressivas “The Sound of Violence” e “Strike Fast Strike Hard” elevaram a adrenalina, fazendo com que os mosh pits se expandissem a cada nova faixa. O público fiel cantava super afiado e bangueava sem parar, criando uma atmosfera destruidora. Hits como “Born for War”, “66 ‘fucking’ 6”, “Metal Forces” e “Killing Peace” mantiveram a energia em alta, deixando os fãs ainda mais felizes e eufóricos.

Com décadas de estrada, a banda se mostrou à todo vapor, entregando um show incrivelmente preciso e intenso. Um dos grandes destaques da apresentação foi o vocalista Dave Garnett, que é um líder nato, conduzindo perfeitamente o público em cada interação com uma energia contagiante, e sua presença de palco cativou a todos. Além disso, a implacável dupla Wayne Dorman (guitarra) e Jeff Williams (baixo), trouxe um desempenho elétrico que elevou a performance a um nível ainda mais alto.

O setlist culminou com “Thermonuclear Devastation”, um momento em que o público vibrou intensamente até o último segundo. A entrega da banda foi uma verdadeira dose devastadora de thrash metal, e a intensidade da performance deixou todos animados e eufóricos. O show foi iteiro de momentos altos, com o público em constante movimento, sem um segundo de pausa.

Ao final, Onslaught foi ovacionada, recebendo aplausos calorosos. Todos os presentes saíram com um sorriso no rosto, ansiosos por um breve retorno da banda aos palcos de Lisboa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na sua edição de 2024, o Lisbon Tattoo Rock Fest reafirmou sua posição como um evento essencial no calendário cultural de Lisboa, atraindo um público apaixonado e diversificado. Destaco o primeiro dia pela sua impressionante presença de público, que lotou as salas e criou uma atmosfera vibrante, enquanto o terceiro dia brilhou com sua variedade de estilos musicais e surpresas maravilhosas que deixaram todos boquiabertos.

Estou ansiosa para o próximo ano e tenho certeza de que todos os que participaram também estão! Até lá!

 

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