A 12ª edição do SonicBlast Fest 2024, o festival mais psicodélico de Portugal, realizado pela Garboyl Lives, ocorreu entre os dias 8 e 10 de agosto, com uma Pré-Party no dia 7 para preparar os ânimos daqueles que chegaram cedo para o camping.
PRÉ-PARTY
A Pré-Party deu início ao SonicBlast , acalmando os mais ansiosos que, como eu, chegaram no dia 7 para garantir um bom lugar no camping. A noite foi dominada por bandas nacionais, trazendo uma mistura incrível de estilos, com o público já reunido em frente ao PALCO 3.
Às 22h, o palco foi oficialmente inaugurado pela banda BØW, que abriu o festival com uma energia avassaladora. Seu Hardcore intenso rapidamente transformou o público em uma massa de mosh pits e crowdsurfings, com o vocalista João Alves Coelho surfando sobre a galera enquanto cantava. Um começo realmente insano! A banda encerrou sua performance com a clássica “Territorial Pissings” do Nirvana, deixando todos em êxtase.
Em seguida, a dupla SPITGOD tomou conta do palco, composta por Telmo Marinho nos vocais e guitarra, e Beatriz Cruz nos backing vocals e bateria. Com um som pesado que mescla elementos de death, punk e blackened thrash, eles rapidamente conquistaram o público. Logo de cara, começaram os headbangings e crowdsurfings frenéticos, mantendo a energia em alta durante toda a apresentação. A força e coesão entre voz e instrumentos foi impressionante, criando uma atmosfera intensa e visceral que deixou o público ainda mais energizado.
Depois, foi a vez de SAINT KARLOFF subir ao palco, trazendo um som denso e psicodélico, característico do Doom e Stoner. Esse momento acalmou o público, que embarcou numa viagem sonora intensa, enquanto o palco lotado vibrava com cada nota. A atmosfera criada pela banda foi exatamente o que se espera de um festival como o SonicBlast.
Para encerrar a noite, BRANCA STUDIO DJ SET assumiu a responsabilidade de manter a animação. Vale lembrar que a banda DAILY THOMPSON estava escalada para abrir a noite, mas teve que cancelar devido a um acidente com Danny Zaremba. Desejamos uma rápida recuperação para Danny!
DIA 1 – INÍCIO OFICIAL
O primeiro dia do SonicBlast começou sob um sol escaldante, aquecendo o espírito festivaleiro e a energia vibrante que só esse evento pode proporcionar. Com os ânimos à flor da pele, o público chegou cedo ao local, preparado para um dia inesquecível.
HIGH REEPER
Os responsáveis por abrir o evento no PALCO 3 foram os High Reeper, diretamente da Pennsylvania. Com um som excelente e atrativo, a banda trouxe uma poderosa mistura de Doom e Heavy Metal. O palco já estava bem cheio, e a pontualidade dos músicos evitou qualquer prolongamento da ansiedade do público.
O som denso, pesado e enérgico dos High Reeper rapidamente fez a plateia se mexer e bangear, aquecendo todos para o longo dia de shows que estava por vir.
MARUJA
Os encarregados de inaugurar o PALCO PRINCIPAL foram os Maruja, vindos de Manchester. Originalmente um quarteto, apresentaram-se como trio no festival, entregando um som diversificado que mescla elementos de rock, funk, rap e outros gêneros.
Com um estilo predominantemente instrumental e minimalista nas vozes, o som dos Maruja acalmou e cativou o público, levando todos a uma imersão profunda nas vibrações pulsantes que pareciam atingir diretamente a alma. A performance foi uma experiência calorosa e envolvente, repleta de dança e atenção do público, que ao final, respondeu com aplausos entusiásticos.
EARTH TONGUE
No PALCO 2, ao lado do palco principal, o duo neozelandês Earth Tongue encantou o público com sua sonoridade ruidosa e densa, que contrasta perfeitamente com as harmonias suaves das vozes de ambos os membros.
Em sua primeira apresentação em solo português, a banda nos transportou para a atmosfera dos anos 80, com a voz de Gussie Larkin – para mim, evocando reminiscências das icônicas Kate Pierson e Cindy Wilson, do The B-52’s. A combinação poderosa de heavy e psicodélico ressoou intensamente, mantendo o público engajado, concentrado e completamente imerso na experiência sonora única que a banda proporcionou.
MARGARITA WITCH CULT
Retornando ao palco principal, os ingleses do Margarita Witch Cult levaram o público à loucura, que já estava visivelmente ansioso para essa apresentação. Conhecidos como os “discípulos do riff”, entregaram uma performance eletrizante que gerou o primeiro mosh pit do dia logo na segunda faixa, “Lord Of The Flies”.
A intensidade aumentou com “Annihilation”, onde os crowdsurfings começaram a dominar o cenário, com a banda e o público em perfeita sintonia. A energia subiu ainda mais com “The Witchfinder Comes” intensificando os crowdsurfings e mantendo os seguranças ocupados.
O show foi uma explosão de mosh pits e headbangings até o final, com momentos icônicos como uma versão de “White Wedding” de Billy Idol, onde todos cantaram juntos, e o refrão de “Sacrifice”, que fez o público entrar em êxtase, levantando os punhos e cantando em coro. Foi uma apresentação incendiária que preparou o terreno para o que ainda estava por vir.
ENOLA GAY
Os irlandeses do Enola Gay subiram ao PALCO 2 trazendo uma combinação única de Punk Rock, Rap e Shoegaze, que rapidamente envolveu o público em uma atmosfera de movimento, dança e imersão sonora. Contrastando com a energia da atração anterior, o show ofereceu uma vibração mais tranquila, mas com batidas intensas e pulsantes que mantiveram todos envolvidos.
Um dos momentos mais memoráveis foi quando o vocalista surpreendeu a todos ao pular para o pit e cantar na grade, interagindo de perto com os fãs, o que gerou grande entusiasmo. À medida que o show avançava, pequenos mosh pits e crowdsurfings começaram a se formar, intercalados com danças que envolveram ainda mais o público.
BLACK MOUNTAIN
À medida que o sol ia se pondo e a tarde se tornava mágica, o palco principal recebeu os canadenses Black Mountain, conhecidos por seu Psychedelic Stoner Rock que transporta o público aos anos 60/70. A banda era altamente aguardada, e o público, ansioso, já estava posicionado para garantir os melhores lugares ainda durante o show da banda anterior. A ansiedade era palpável, com o público cantando junto com o check de voz de Amber Webber, fazendo-a sorrir em resposta ao entusiasmo.
Com um leve atraso, Black Mountain iniciou sua performance com “Mothers Of The Sun”, sem deixar que a espera abalasse o entusiasmo coletivo. A banda exibiu uma impressionante combinação de técnica instrumental e vocal, com as vozes de Stephen McBean e Amber Webber destacando-se pela sua profundidade e emoção. Hits como “Stormy High”, “Rollercoaster”, “Line Them All Up”, “Wucan”, “Future Shade” e “Space to Bakersfield” foram tocados com maestria, levando o público a um estado de transe coletivo.
A apresentação foi marcada por uma energia contagiante e uma conexão profunda com a plateia, resultando em um show verdadeiramente emocionante e inesquecível.
MAQUINA
A próxima atração do Palco 2 foi a banda lisboeta MДQUIИД, que apresentou um som ousado e inovador, misturando body music, industrial e tech. Quem pensou que roqueiros não dançam, se surpreendeu: o show parecia uma verdadeira festa!
Com riffs de guitarra sujos e repetitivos, baixo pulsante e bateria potente, a performance de MДQUIИД criou uma atmosfera psicodélica e hipnótica que manteve todos em movimento. A experiência sonora foi tão envolvente que até os que estavam aguardando os Graveyard no palco ao lado não conseguiram ficar parados. Sem dúvida, uma apresentação vibrante e contagiante que cativou todos os presentes.
GRAVEYARD
De volta ao Palco Principal, a expectativa estava alta para a apresentação dos suecos Graveyard, e a banda não decepcionou! Com uma mistura irresistível de rock clássico, blues e stoner, os Graveyard ofereceram um show cativante e coeso que encheu o local, atraindo uma multidão entusiasmada.
Começaram com “No Good, Mr. Holden” e seguiram com “It Ain’t Over Yet”, desencadeando uma onda de moshs intensos que envolveu o público de forma frenética. A partir da segunda faixa, “Twice”, os crowdsurfings dominaram o espaço, exigindo dos seguranças um esforço extra para manter a ordem. O show foi marcado por headbangings, dança e moshs constantes, e, surpreendentemente, até as faixas mais lentas, como “Bird Paradise”, não impediram o público de moshar.
O ponto alto foi a execução de “Hisingen Blues”, que gerou um coro explosivo com “Oh, Lucifer, come take my hand”. A banda continuou com sucessos como “Please Don’t”, “The Siren” e “Ain’t Fit To Live Here”, mostrando que Joakim Nilsson estava em sua melhor forma vocal. A qualidade instrumental foi impecável, consolidando o show como um dos momentos mais memoráveis e especiais do festival.
VIAGRA BOYS
Ainda no palco principal, a energia alcançou seu auge com a apresentação dos irreverentes Viagra Boys, liderados pelo icônico Sebastian Murphy. Considerada a atração mais esperada da noite e a primeira a esgotar ingressos na edição, a banda sueca não desapontou. O local estava completamente lotado, com fãs ansiosos tentando chegar o mais próximo possível do palco.
Murphy e sua banda ofereceram um show memorável, repleto de energia e excentricidade. O vocalista fez de tudo um pouco: desceu para interagir com o público, fez crowdsurfing, desapareceu e até exibiu suas nádegas, encantando a plateia frenética e mostrando que idade não é um obstáculo para a diversão.
O setlist começou com o animado “Ain’t Nice”, levando a plateia a cantar, pular e dançar. Seguiram com hits como “Slow Learner”, “Punk Rock Loser”, “Troglodyte”, e “Amphetanarchy” — que provocou um coro vibrante. A sequência incluiu “Worms” e “Sports”, e terminou com “Research Chemicals”. O show foi complementado por animações divertidas e psicodélicas no telão, criando uma atmosfera imersiva e única que manteve todos completamente envolvidos.
POISON RUIN
De volta ao PALCO 2 para a penúltima atração da noite, os Poison Ruïn, direto dos Estados Unidos e no início de sua tour pela Europa, subiram ao palco para agitar o público com seu punk rock tradicional e de alta qualidade. Mesmo após uma longa e animada jornada de shows, o público estava ansioso para ver a banda e rapidamente se posicionou para o show.
A performance dos Poison Ruïn foi enérgica e cativante, com riffs velozes e um som potente que manteve todos envolvidos e batendo cabeça, mesmo após um dia inteiro em pé. A banda demonstrou grande presença de palco e experiência, oferecendo um show perfeito para fechar o palco com chave de ouro. O punk veloz da banda garantiu que a energia se mantivesse alta até o último momento.
TONS
À medida que a noite avançava para o fim no PALCO 3, o público já começava a se acomodar no chão, aguardando a chegada dos Tons. A banda subiu ao palco pontualmente, e a área rapidamente se encheu com espectadores ansiosos.
Desde o início, o show foi eletrizante, que desencadeou um mosh pit e logo os crowdsurfings começaram, mostrando que o público estava longe de sentir cansaço. Todos cantavam, dançavam e bangeavam.
Foi um encerramento perfeito para a noite, finalizando o festival com uma explosão de energia e entusiasmo para o segundo dia que estava por vir!