O Doom metal apresentou-se em grande força numa quarta feira, dia 10 de Abril, no Ferro bar, com as presenças dos Italianos S.I.D. e os Lisboetas Lord Of Confusion.
Nesta noite primaveril os presentes tiveram a honra de vivenciar uma verdadeira ode ao riffs, não só por ser o fio condutor das músicas de ambas as bandas, mas também porque realmente os tipos de riff que estas apresentaram são de qualidade superlativa.
Assim que as ondas sonoras penetravam os nossos orifícios auditivos e essa informação chegava ao cérebro, este automaticamente enviava ondas nervosas para que os nossos pescoços fizessem headbanging incessantemente.
Os primeiros a ter essa tarefa foram os S.I.D. e com a ajuda do próprio espaço de concerto, o ambiente ficou tenebroso, de forma que por momentos achei que me encontrava numa masmorra onde o objetivo era torturar a minha mente, mas eu adorei e como eu, todos os que lá se encontraram.
O seu Death/Doom é angustiante, demonstra falta deesperança total, inspirado por um apocalipse industrial. Em relação ao que se ouve em estúdio, perde-se um pouco o ambiente industrial, mas para compensar, ao vivo o buraco de onde a sonoridade dos italianos vêm, é ainda mais fundo e com menos iluminação. Mais sufocante tal como o próprio espaço.
Não se pense que foi sempre em toada fúnebre que se fez a atuação dos S.I.D., houve tempo para riffalhões cheios de groove em pequenas acelerações de Death metal mais puro. No fim da atuação dos italianos foi necessário um tempinho para se recompor, pois a chapada foi dada lentamente mas foi mesmo em cheio na cara, para de seguida estar preparado para mais uma atuação dilacerante mas agora num ambiente diferente.
O próprio cenário mudou, aquela masmorra de bondage transformou-se numa capela mortuária onde estava prestes a decorrer um ritual de bruxaria alimentado a psicotrópicos.
De clara inspiração witchcraftiana, os Lord of Confusion bebem praticamente da influência de todas as bandas de Doom metal mais tradicional, desde Black Sabbath, Candlemass, Cathedral até aos talvez mais influentes Uncle Acid And the Deadbeats, mas com um personalidade muito própria.
Acrescentam muito psicodelismo através dos teclados da também vocalista Carlota Sousa mas sem perder a vertente pesada das composições, onde os riffs à Tony Iommi são bem distorcidos e a voz gutural do baixista elevam a agressividade e demonstram que o ritual que está a decorrer tem que ser levado a serio.
É preciso salientar a performance da vocalista Carlota que para além do corpse paint utilizado, também o baterista Nelson Figueiredo estava a utilizar, personificou perfeitamente a pele de necromante e conduziu uma performance cheia de personalidade com ajuda do seu timbre poderosíssimo.
Com esta dupla atuação, fez-se um serão onde se demonstrou que o Doom metal está vivo e aconselha-se.
Agradecimentos o Ferro Bar e Klass Act Collective pelo evento organizado e pela possibilidade de oportunidade de presenciar esta verdadeira festa de doom metal.