MÉXICO JUGLAR

Sábado, 5 de abril de 2025… Dia de show na imponente Arena CDMX, localizada na região de Azcapotzalco. Desde o amanhecer, previa-se um dia de calor intenso… No entanto, o entusiasmo não demorou a aparecer. O encontro estava marcado para as 11:00 h, quando a comunidade oficial de fãs da Saurom no México realizaria uma marcha especial até o local, convocando todos os juglares modernos a se reunirem do lado de fora da estação de metrô Azcapotzalco.
Validados e apoiados pela própria banda, e acompanhados por membros da equipe organizadora, restava apenas esperar pacientemente enquanto os fãs chegavam, cada um com um brilho especial nos olhos. Alguns eram rostos conhecidos, outros completamente novos, mas todos compartilhavam a mesma paixão. Os curiosos observavam com interesse, perguntando o que estava acontecendo, atraídos pela energia que começava a se espalhar.

Durante a espera, o ambiente se encheu de cor e simbolismo: foram distribuídos pôsteres com designs exclusivos, flyers comemorativos, pulseiras, broches e uma variedade de lembranças que faziam sentir que essa não era uma marcha qualquer, mas sim uma celebração antecipada.

A organização deu as instruções necessárias e, após alguns minutos, a coluna de seguidores começou sua caminhada rumo à Arena CDMX. Gritos, cânticos, cartazes, bandeiras, lonas enormes e trajes verdadeiramente impressionantes acompanhavam o trajeto. A emoção era palpável e contagiante, como um fogo que não parava de crescer.

Ao chegar ao local, já era possível ver grupos de pessoas que haviam se formado antes. O grito de guerra, “¡Saurom!”, ecoou e uniu todos os presentes em um único rugido de fraternidade musical.

Vale destacar que, desde a noite anterior, o local já começava a receber os mais dedicados. Algumas dezenas de fãs acamparam para garantir um lugar nas primeiras filas, um sacrifício que trouxe frutos extraordinários. Por volta das 00:30 h da madrugada, a Saurom surpreendeu os acampantes com uma visita inesperada e profundamente emocionante. Autógrafos, abraços, fotos e palavras sinceras transformaram aquele momento em algo inesquecível.

Já na manhã de sábado, ao meio-dia, a fila havia crescido significativamente. Fãs de todas as idades chegavam com suas camisetas da banda, trajes personalizados, maquiagem juglaresca, instrumentos simbólicos e uma atitude festiva que dizia tudo. Entre risas, lanches, bebidas refrescantes e cânticos improvisados, a comunidade se preparava para uma noite memorável.

Às 18:00 h começou a entrada para quem tinha ingressos para a pista geral. No entanto, o processo foi caótico devido à falta de informações claras. Havia apenas uma fila para todos os participantes, mas só foi permitido o acesso à seção da pista. Aqueles com assentos numerados tiveram que se reorganizar e formar uma nova fila, o que gerou frustração e perda de lugares para alguns. Foi um momento infeliz que poderia ter sido evitado com uma logística melhor.

Às 19:30 h, foi autorizada a entrada geral. Dentro do local, os estandes de mercadorias foram invadidos por centenas de pessoas em busca de seus troféus: camisetas exclusivas, moletons, discos, broches e até itens de edição limitada. A emoção só aumentava.

Às 21:00 h em ponto, sem atrasos, as luzes se apagaram e o espetáculo começou. Ainda esperávamos a autorização para acessar o fosso da imprensa, mas isso não foi possível. Nenhum veículo de mídia teve acesso direto, então as imagens que compartilhamos foram capturadas da pista, no meio de uma multidão apaixonada que vibrava ao ritmo da banda.

O início foi impactante: “El mordisco de la serpiente”, uma peça poderosa do novo disco, foi interpretada junto a um coro de vozes infantis que adicionou um toque mágico ao começo. Desde aquele instante, o nível emocional estava altíssimo.

O setlist foi uma montanha-russa musical que prometia mais de trinta músicas ao longo de três horas intensas. Canções como “Irae Dei”, “Nostradamus”, “La hija de las estrellas” e “Músico de calle” serviram de aquecimento para um público entregue desde o primeiro segundo.

A energia subiu com hinos como “Baobabs”, “La leyenda de Gambrinus”, “La batalla con los cueros de vino” e a muito cantada “No seré yo”. O espetáculo visual era um complemento primoroso à música: bailarinos com trajes medievais, coreografias teatrais, apresentações de balé contemporâneo, fogo cênico e luzes perfeitamente sincronizadas com a narrativa musical.

Um dos momentos mais emocionantes foi “El hada y la luna”, uma balada que fez tremer até as estruturas do local. Os presentes cantaram com tanta intensidade que, por instantes, parecia que o público estava no comando. A banda, visivelmente emocionada, agradeceu mais de uma vez o carinho e a paixão.

“El principito”, uma das músicas mais recentes, foi apresentada com um fundo visual extremamente criativo. Foi recebida com entusiasmo pelos fãs mais fiéis, que a cantaram do início ao fim.

A noite não dava trégua. Os convidados especiais elevaram o show a um nível superior. Ramón Lage, Elizabeth Amoedo e Isra Ramos dividiram o palco com Miguel, deixando claro que o talento vocal abundava naquela noite.

Na parte mais romântica do show, canções como “Mejor sin ti”, “Reina de mis sueños”, “Soñando contigo” e “Cuando nadie nos ve” criaram uma atmosfera íntima. Casais entrelaçados, abraços sinceros, beijos discretos e olhares cheios de amor tomaram conta da Arena. Uma pausa terna em meio à intensidade do juglar metal.

Depois, um estrondo visual: raios, sombras projetadas e silhuetas fantasmagóricas anunciavam a chegada de “El pájaro fantasma”, seguida por “El laberinto de los secretos”, “Burlesque”, “Vida”, “Todo en mi vida” e “El monte de las ánimas”. Cada uma executada com maestria, mostrando que a banda estava em uma de suas melhores noites.

Um momento de profunda conexão cultural veio com “La llorona”, um tributo da banda ao México. Duas figuras — um catrín e uma catrina com figurinos deslumbrantes — dançaram pelo palco e pela passarela, acompanhando a melodia melancólica. O aplauso foi unânime e sentido.

Em seguida, outra joia narrativa: “El lazarillo de Tormes”, prelúdio de um dos momentos mais aguardados da noite: “La musa y el espíritu”, música emblemática do disco Juglarmetal, um clássico que fez vibrar o coração de todos os presentes. O coro foi ensurdecedor:

“Mientras recorro los ríos, los valles
Los cielos, las nubes y los siete mares
Seguiré por ti esperando
¡Mi vida no llores que te estoy mirando!”

A energia era avassaladora. Embora muitos já estivessem visivelmente cansados, ainda restava o ato final.

“Cambia el mundo”, com seus coros potentes e a participação do conjunto de gaiteiros, foi o prelúdio perfeito para “El carnaval del diablo”, onde ninguém conseguiu ficar parado. O Krampus apareceu jogando ovos de Páscoa que podiam ser trocados por presentes, enquanto guerreiras dançavam e animavam ainda mais a festa. Depois, a banda apresentou “Rey que no sabía mandar”, uma poderosa música recente que não destoou dos grandes clássicos.

Então, chegou o momento do “Círculo Juglar”. A banda brincou com o público sobre como formar o círculo perfeito e, após algumas tentativas, o local vibrou com um mosh juglaresco impressionante que cobriu três quartos da pista. Slam, risadas, empurrões amigáveis e puro júbilo.

Por fim, o encerramento foi espetacular. “Fuego”, “Noche de Halloween” e “La taberna” coroaram a noite com pirotecnia, chuva de serpentinas, balões, chamas e um palco lotado com mais de trinta pessoas, entre músicos, atores e bailarinos.

Uma despedida eufórica, uma chuva de aplausos e muitas emoções à flor da pele. A Saurom fez de novo. Um espetáculo inesquecível que ficará gravado na memória de todos os que estiveram presentes. ¡Gracias, juglares! ¡Hasta la próxima fiesta! No te pierdas todas las fotos en facebook

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