Escombro cospe realidade no single “Vida Vazia”
O Escombro retorna com “Vida Vazia”, um soco curto e direto que resume bem a essência da banda: hardcore feito com sangue nos olhos e consciência de classe. Em pouco mais de dois minutos, o grupo paulista entrega uma faixa intensa, carregada de crítica e desabafo contra a alienação que corrói o cotidiano nas periferias.
A letra não alivia: “Vida Vazia” é um retrato seco de uma juventude sufocada por um sistema que não oferece saída apenas trabalho exaustivo, criminalização e esquecimento. Escombro transforma essa vivência em munição sonora, com versos que não pedem licença e batem como verdade jogada na cara.
O instrumental mantém o padrão que consagrou a banda no underground: riffs dissonantes, bateria quebrada na medida e vocais urrados com urgência. A produção é certeira nada de polimento, tudo soa sujo, honesto e direto, como deve ser em um bom hardcore.
A capa do single, assinada por Marcelo Dod! Illustration, é uma representação visual poderosa que complementa a intensidade sonora e lírica da música. A arte apresenta uma figura humana em desespero, envolta por correntes, com um fundo escuro que acentua o clima de opressão e angústia. As correntes simbolizam a prisão emocional e social, refletindo a temática da música sobre alienação e vazio existencial. O uso de cores escuras e contrastantes reforça a atmosfera sombria e intensa, característica do hardcore da banda.
Mais do que música, “Vida Vazia” é um manifesto. Em tempos de desinformação, apatia e esvaziamento político, o Escombro segue usando o hardcore como ferramenta de resistência. É o tipo de som que nasce nas ruas e fala com quem vive nelas sem filtro, sem maquiagem, e com muita verdade.
Junto com o single, o videoclipe de “Vida Vazia” estreou no canal oficial da banda no YouTube, traduzindo em imagens toda a claustrofobia e tensão da música. Com estética em preto e branco, cortes secos e ritmo nervoso, o clipe mescla cenas simbólicas com performance da banda em ambientes fechados, reforçando a ideia de aprisionamento psicológico e social.
A direção foca em transmitir angústia e desconforto: personagens anônimos encaram o vazio, enclausurados, estáticos, como se tivessem perdido a conexão com o mundo exatamente como a letra propõe. A montagem agressiva e a ausência de cor realçam o estado de inércia e abandono. É um vídeo que não alivia, não explica, apenas sufoca.
Com isso, o Escombro reforça que sua mensagem não é apenas sonora, mas visual, social e existencial.
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