O dia 27 de março de 2025 estava marcado no calendário. A data anunciava o retorno do Sodom, um dos “Big Four” alemães, ao Velódromo Olímpico da Cidade do México. E, sem dúvida, ficaria gravada como uma das noites mais brutais e inesquecíveis do ano.

Público no Velódromo
photo by. Josshua. (@doctor_ek_)

Às 18h, os portões do local foram abertos. O público começou a entrar com o uniforme característico: coletes com patches, botas e rostos prontos para destruir o palco. O ar se encheu do inconfundível cheiro de cerveja, risadas e a camaradagem típica de um show de thrash. Dentro, os stands ofereciam cerveja ao preço padrão de $180 MXN (cerca de R$ 50), alto mas habitual nesse tipo de evento. Na área de merchandising, destacava-se um design exclusivo do Sodom para a data no México, irresistível para colecionadores.

Camisetas oficiais
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Os atos de abertura

Embora o show principal estivesse programado para as 20h, a primeira banda, a mexicana Deidath, já estava no palco nesse horário enquanto finalizávamos nossa credencial. Segundo relatos, tocaram para um público ainda chegando, mas entregaram uma apresentação sólida e contundente.

O próximo ato foi o Strike Master, banda de thrash mexicana com quase duas décadas de trajetória. Fundada em 2005, desencadeou o caos desde sua introdução.

Strike Master no palco
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O moshpit principal se formou imediatamente e praticamente não parou a noite toda. Os duplos bombos incendiaram a energia da plateia, que se chocava ao ritmo dos riffs em uma dança violenta e catártica.

Público agitado
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Músicas como “M.A.O.A. (Maximum Amount of Aggressions)” e “Prototype God” provocaram o caos generalizado, mas foi com “Thrashing the Blind School” que toda a casa gritou em uníssono. Com chifres no ar e headbanging desenfreado, o Strike Master encerrou seu set de aproximadamente sete músicas, deixando o palco pronto para o ato principal.

Detalhe do palco
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O rei do thrash alemão

Após a saída do Strike Master, os técnicos prepararam rapidamente o palco para a lenda do thrash alemão: Sodom.

Equipamento do Sodom
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Às 21h22, a banda estava quase pronta, ajustando detalhes técnicos nas guitarras. Finalmente, às 21h30, as luzes se apagaram, o público rugiu e o Sodom emergiu no palco.

O ataque começou com “Silence is consent”, seguida por “Jabba the hut”, desencadeando o frenesi total. Na terceira música, “The crippler”, não havia um único canto do local onde se pudesse ficar “tranquilo”. Bengalas, tumultos e ondas de slam transformaram o velódromo em campo de batalha durante “Agent Orange”.

Tom Angelripper em ação
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O ar ficou impregnado com o cheiro de cerveja voando, enquanto botas, suor e itens perdidos cruzavam o ar. A banda, visivelmente feliz, se entregava com potência, enquanto o público correspondia com o mesmo nível de brutalidade.

Plateia enlouquecida
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“Let’s Fight in the Darkness of Hell” trouxe um breve respiro com sua introdução melódica, mas a trégua foi curta. A metralha continuou com “Proselytism Real”, “Sodomy and lust”, “Blasphemer” e “Tired and Red”.

Em um momento memorável, Tom Angelripper e Frank Blackfire começaram a receber bandeiras do público. Quando a bandeira mexicana apareceu, a ovação foi ensurdecedora. Em um gesto simbólico, a amarraram no baixo de Angelripper.

Bandeira mexicana no baixo
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O massacre sonoro continuou com “Conflagration” e “Nuclear Winter”, antes de um épico cover de “Leave Me in Hell” do Venom. Neste ponto, o local já abrigava cerca de três círculos de slam simultâneos.

Frank Blackfire solo
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O clímax chegou com “The Saw is the Law”, preparando o terreno para o final. Após um breve intervalo, a banda retornou para o encore.

O bis foi um banquete de clássicos: “Ausgebombt” reativou o mosh com fúria renovada, “Remember the Fallen” foi uma das mais cantadas da noite, e “Bombenhagel” encerrou a noite com riffs assassinos.

Moshpit final
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Com mais de uma hora de poderio absoluto, o Sodom deixou um gosto tão brutal quanto doce. Assim terminou a noite em que o thrash metal alemão dominou o Velódromo, deixando corpos doloridos, almas satisfeitas e a espera do próximo show.

Show finalizado
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