O trio de power thrash metal Botolph Dissidents, formado em Tokyo há 17 anos, lançou em 30 de julho de 2022 o álbum “The Back of The Beyond”. Contando com 6 faixas, o disco agrada diversos gostos musicais, com os vocais frenéticos do thrash metal, as guitarras rápidas e cantadas do power, mas, ao mesmo tempo com um toque de funk rock lembrando vagamente Red Hot Chili Peppers, que podemos ouvir na primeira música From Cradle to Urn. Além disso, banda possui diversas inspirações da old school como Judas Priest, Metallica, Megadeth, Slayer, Anthrax e Pantera.
A partir da segunda faixa, que inspira o título The Back of The Beyond, começamos a perceber melhor o estilo da composição, com os versos mais gritados, chorus melódicos e letras padrões do power metal, de temáticas motivacionais e linguagem mais polida (remete o período medieval) mas que, ao mesmo tempo, foge do óbvio trazendo uma perspectiva da vida moderna, como em:
“Confiscated passport pages (Páginas de passaportes confiscadas
Beds and back seats blood and wages Camas e bancos traseiros, sangue e salários
Curated, sedated, post modern cages Curados, sedados, gaiolas pós-modernas
The Back of the Beyond” A parte de trás do além)
Seguindo adiante, com a música Sciolists, notei a agradável semelhança do timbre do vocal com Kai Hansen, do Helloween. The Creed of Cowards e Unshriven são as únicas faixas que ultrapassam os 6 minutos de duração, mas é difícil dizer se são as mais agressivas e energéticas do álbum, porque realmente não há um descanso entre o nível de intensidade das músicas, são todas trabalhadas no pump do metal, com um excelente trabalho de riffs e solos de guitarra. Para finalizar The Wolf Who Cried Boy, não decepciona, mantendo o mesmo ritmo das anteriores.
Botolph Dissidents é projeto do vocalista, guitarrista e líder da banda Andrew McGuire, juntamente com Hideo Ohara no baixo e David John Austin na bateria, característica pelos vocais elevados, as passagens técnicas de guitarra de metal misturadas com a agressividade da costa leste americana, as linhas de baixo com sabor progressivo do Reino Unido e alimentadas pelo motor de bateria infundido do outback australiano, misturam elementos de metal clássico, power, thrash e groove numa experiência moderna. Quanto ao nome da banda, ‘Botolph’ é uma homenagem à cidade natal de Andrew, Boston, Massachusetts. Com ‘Boston’ sendo uma contração de ‘Saint Botolph’s Town’ e Saint Botolph sendo o santo padroeiro dos viajantes, é muito apropriado, pois todos os três membros são de diferentes países e origens, tendo convergido e se encontrado em Tóquio. A parte “Dissidents” vem do fato de a banda continuar a tradição do metal de usar a música como uma forma de jornalismo para abordar e enfrentar as questões de injustiça na sociedade.
NOTA DA EDITORA: 8.0/10