Texto por Maria Gutierrez.

 

Na passada sexta-feira, dia 3 de fevereiro, a sala Santana em Bilbao recebeu mais de 1.000 pessoas que estavam totalmente ansiosas por receber Trivium e Heaven Shall Burn. Um murchamento esgotado, com uma longa fila de espera antes das 17h30 (horário de abertura das portas) foi o grande exemplo de como estas bandas eram esperadas pelos bascos, pois embora o Trivium, por exemplo, não passasse tanto tempo por Bilbau, as bandas como Obituary ou Heaven Shall Burn tinha algo mais sem andar pela capital da Biscaia.

Photo Facebook Malevolence

Os primeiros a subir ao palco de Santana foram os jovens britânicos Malevolence. Embora seja sempre um prazer vê-los pela sua grande atitude, totalmente selvagens, enérgicos e intensos; talvez tenham sido os que menos bateram nesta noite, já que fazem parte do hardcore beatdown, sem muito a ver com as bandas que vieram depois. O público, seguindo a motivação de Alex (vocalista da banda), não levou duas músicas para correr para os boxes do círculo e derrubar a sala com seus moshpits.

O setlist não era muito longo (sete músicas), e as diferentes músicas tocadas pela banda pareciam ser tocadas em um ritmo mais rápido. Os grandes protagonistas da setlist pertenceram sobretudo ao último álbum dos britânicos, como ‘Malicious Intent’, ‘On Broken Glass‘ ou ‘Life Sentence‘. No entanto, também tiveram tempo para relembrar outras canções mais clássicas como ‘Self Supremacy‘. Como dizem, este concerto foi breve, mas intenso; e sem dúvidas deixaram todo mundo querendo mais.

Ao anunciar sua chegada, os participantes do evento olharam para cima: o nome de Obituary projetado no teto, era a vez dele. Ao ritmo de ‘Snortin Whiskey’ (Pat Travers Band) como introdução, os americanos iniciaram sua apresentação. John Tardy, o vocalista da banda, foi o último a entrar em palco com uma voz que foi sem dúvida uma das mais surpreendentes de todas as bandas convidadas. Conseguiu manter diferentes registros vocais que iam do mais simples gutural ao mais grave e quase infrassônico; que além disso, conseguiu manter muito bem durante toda a performance.

A fumaça escondeu momentaneamente todos os integrantes do combo americano, as luzes de fundo, cores foscas e escuras; Eles conseguiram manter uma atmosfera mística, escura e sombria. Tardy, dada a magnitude do público e este ambiente idílico para uma banda como o Obituary, encontrou uma oportunidade perfeita para apresentar o mais recente álbum da banda: “Dying Of Everything”, ronda que começou a tocar com ‘The Wrong Time’. O setlist também não se concentrou em dar destaque a este último trabalho, já que também tocou músicas de álbuns anteriores como ‘Redneck Stomp’ (“Frozen In Time”), ‘Visions In My Head’ (“Inked in Blood”), e até um cover de Celtic Frost (‘Circle Of The Tyrants’).

Com a pausa pensativa para mudar de palco, chegou a vez de mais uma grande e tão esperada banda, os alemães Heaven Shall Burn. Alguns dos participantes tiveram a sorte de vê-los há menos de um ano na edição de 2022 do Resurrection Fest, mas a oportunidade de vê-los em Bilbau não poderia ser desperdiçada. Assim como Obituary, a retroiluminação em tons escuros e principalmente vermelho, a falta de iluminação frontal, e um grande número de estrobos e flashes, criaram mais uma vez uma atmosfera digna de uma banda tão icônica como o HSB.

Depois de 23 anos sem se apresentar na capital da Biscaia, como comentou o vocalista Marcus Bischoff, os alemães deram tudo para dar um show inesquecível. Eles começaram com seu último trabalho, “Of Truth And Sacrifice” com canções como ‘My Heart And The Ocean’, ‘Übermacht’ ou ‘Tirpitz’; onde vimos um Marcus totalmente fora de si, enérgico, sem parar de agitar ou interagir com o público. Além de recordar o tempo que passou sem visitar Bilbau, agradeceu de coração às bandas que os acompanharam e ao público que ali esteve pela grande acolhida que lhe proporcionaram, e todo o apoio dado ao longo dos anos; e sua melhor forma de agradecer por tudo foi dedicando ‘Black Tears’ (cover de Edge Of Sanity) para seus fãs e amigos.

A nível de equipa, percebeu-se que todos os elementos da banda alemã se entendiam na perfeição. Não houve falha, nenhuma nota ou batida fora do lugar, mesmo em músicas que são difíceis de tocar perfeitamente ao vivo como ‘Voice Of The Voiceless’ ou ‘Profane Believers’. A experiência do Heaven Shall Burn ao longo dos anos, como uma das grandes bandas de metalcore – death metal, foi mais do que demonstrada na sala Santana, e show após show, não perderam um pingo de qualidade.

Chegou o Trivium do prato principal: Trivium. Depois de alguns flashes acompanhados pela bateria, a grande cortina negra que escondia os americanos caiu. O palco mais decorado do que nunca durante o evento: duas figuras de dragões asiáticos nas duas extremidades da sala, um logotipo de dragão sob a bateria e diferentes.

Texto por Maria Gutierrez

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