wacken

 

O W.O.A, Wacken Open Air, é simplesmente o mais famoso e maior festival de metal no mundo inteiro. Contando já com 25 edições, seus ingressos se esgotaram em cerca de 48 horas após anunciada a venda nas duas últimas edições, 2014 e 2015. Sim, os ingressos se esgotaram 363 dias do início da edição 2015. O que faz este festival tão concorrido? Nesse resumo tentaremos mostrar como foi a edição de 2014 e dar uma ideia do porquê. Contextualizando o leitor, uma breve introdução de “quem fomos” no WOA, para entender o pano de fundo em que as informações foram colhidas: um grupo de cerca de 15 brasileiros, sendo que 4 (incluindo eu) se conheciam de Florianópolis e todos se encontraram no festival anterior, o Metaldays. Ao chegar no WOA, o grupo de brasileiros tratou de fincar sua bandeira e fundar a embaixada brasileira no WOA, certamente a mais divertida. Ao mesmo instante, este que vos escreve ingressou no território russo do WOA, algo previamente combinado, fundando assim um posto avançado e estabelecendo relações bilaterais entre Brasil e Mother Russia. É uma experiência e tanto ser o único brasuco no meio de 40 russos. Frequentemente trocavamos diplomatas, trazendo-os para o território brasileiro ou vistando MoskoWOA. Em comum, a celebração ao metal e ao Alcool!! Wacken, é um pequeno povoado no norte da alemanha com menos de 2 mil habitantes. A principal cidade próxima, Hamburgo, fica cerca de 1 hora. Há 25 anos atrás alguns malucos tiveram a ideia de organizar um festival com bandas alemãs desconhecidas. Hoje em dia todo o vilarejo entra no clima do festival, participando ou da organização ou com simpáticos bares improvisados nas garagens. Há bandeiras louvando o Deus Metal por todo lado e até as crianças lucram fazendo fretes com velocípedes carregando caixas de cerveja para o camping. Tudo muito organizado, com direito a pulseira de morador da vila e tudo. Do aspecto turístico, é uma vila bonita, mas não há nada especial que não esteja ligado ao festival. De certa forma, isso ajuda a não se distrair e (tentar) usufruir de todas as atrações que o festival oferece. E são muitas. Quando chegamos no festival, enfrentamos o verão europeu, que pode ser quente e neste ano não foi diferente. Temperaturas de 30 graus, um sol que torra com maestria e a falta de árvores aumentam muito a sensação térmica, levando o metalhead a pedir por uma chuva e comprar muita cerveja. Neste ano, não fomos abençoados com chuva, mas caso fossemos, iamos nos deparar com a lendária lama do WOA: praticamente todo o camping chafurdaria na lama, principalmente nas áreas pisoteadas pelos milhares de cuturnos, o que produz uma manteiga negra. Ali você põe a prova a impermeabilidade de sua bota, sua marca de sabão e pó e, principalmente, sua tolerância ao chiqueiro. A lama é tão famosa que rende moshs, bonecos de lama, guerra de lama e mil outras maneiras de se divertir. Não se preocupe, o público é educado e provavelmente é você quem decidirá entrar ou não na brincadeira. Avisados sobre a lama? Pois nessa ensolarada edição de 2014, a coisa não melhorou. A terra que gera o lamaçal é capaz de gerar tempestades de poeira, 80 mil pessoas sapateando são muito eficientes para causar verdadeiros tornados de pó. Nesse caso, é válido cobrir o rosto com máscaras improvisadas, beber o máximo de cerveja que puder e realizar o ritual indu de lavagem de narinas. Foram dias para eliminar a poeira dos brônquios. Ou seja, escolha um dos desastres e se prepare para os dois! Montamos a embaixada estratégicamente perto dos banheiros, pias e mercado, graças ao nosso explorador enviado antecipadamente, Wilson. A embaixada contava com três gazeebos, mesas e cadeiras, kit caipira e fogareiro, sendo rodeados por barracas brazucas. Imediatamente instalamos uma placa identificando a embaixada em português, inglês, alemão e russo. Certo, quanto ao russo só podemos confiar no que os russos escreveram. Penduramos a bandeira do Brasil e a gauchada, obviamente, pendurou a do Rio Grande do Sul. Nas duas edições do WOA conferidas, a estrutura do camping praticamente não mudou. A fazenda é dividia em áreas, cada uma com uma letra do alfabeto e são determinadas as “ruas” que permeiam o camping. Um bom conselho é levar o mapa já impresso, com mais ou menos a área escolhida para acampar. De qualquer modo, você se perderá por um certo tempo, dado o tamanho e as inúmeras cercas que dividem as áreas. Essas cercas servem para orientar o fluxo dos campistas, mas atrapalham um bocado a localização, já que são altas. Transpo-las não será possível, qualquer atitude sua não prevista pelos organizadores, do tipo cortar caminho pela cerca ou acampar em uma das áreas determinadas como “rua” vai invocar um alemão que brotará da terra e não permitirá a conclusão do mesmo. Por isso não tenha medo de errar: você será corrigido. Algumas áreas são cativas de um grupo por tanto tempo, que não seria de se estranhar que alguém tente enxotar você de uma área escolhida. Eu não acamparia no território russo, por exemplo, pois nos dois anos presenciados, eles estavam no mesmo lugar, não sei a que custo. As áreas do acampamento contam com banheiros químicos e torneiras, ambos livres. Para aqueles que pedem um relaxamento maior nas suas atividades no defecábulo, é possível utilizar os banheiros pagos, que são individuais e limpos periodicamente. Para banhos, o mesmo: você pode tomar banho nas torneiras, com alguma habilidade, ou pagar para usar os chuveiros coletivos (que não possuem divisórias para tristeza ou alegria de alguns). Dentro das estruturas básicas também podemos citar os mini-mercados, espalhados dentro do camping. Os preços são um pouco mais caros que na cidade, mas nada absurdo. A cidade fica cerca de 15~20 minutos a pé e vale a pena uma visita por dia no mercado de lá, pelo menos. A entrada no camping com bebida é liberada, desde que a garrafa não seja de vidro. As estruturas básicas na área do camping são essas, há outras, como info point, wirelles point, tomadas para recarga, posto médico, etc. Todas essas informações e localizações são colocadas no mapa da edição (que tem versão para smartphones, com gps). Paralelo à estrutura de placo e camping, existem diversas outras estruturas que não estão dentro do festival. A maioria é permanente, mas vale a pena dar uma conferida em cada edição, para saber o que a produção preparou. Vale a pena dar uma conferida na piscina e no metal market, bastando se informar do transporte e localização na edição corrente. O cast do WOA é bem diversificado, motivo que explica a quantidade de gente, atendende à vários públicos. Portanto, para os metalheads que focam em um determinado estilo, pode não ser uma boa opção. Existem outros festivais mais focados e certamente mais baratos. O WOA também valoriza bastante as bandas alemãs, é comum ver vários nomes não conhecidos por aqui. Em minha opinião, é perfeito para descobrir novos estilos, ficar atento a novas experimentações musicais. De qualquer forma, o festival é tão grande que possui 4 áreas de shows, a principal com dois palcos que se revezam (com uma sobreposição de 30 minutos). Certamente você não conseguirá assistir todas as bandas, então faça uma lista do que é indispensável e reserve um tempo para se deixar levar, seja por alguém aleatório que deseja ver uma banda ou simplesmente pelo vento. Com a cabeça aberta, certamente você irá se surpreender. De qualquer forma, as apresentações principais, os headliners, tem uma performance digna de super produção, compatível com o tamanho do festival. Ver uma grade de cemitério se levantar cerca de 5 metros na frente do palco no show do King Diamond é algo memorável, assim como os dragões cuspidores de fogo no show do Amon Amarth. Em resumo, o WOA é a porta de entrada para os diversos festivais Europeus, mas acredito que é uma experiência que todo metalhead deveria ter. Há uma certa energia no ar que não se repete nos outros festivais, há um deslumbre por ser o primeiro festival e sonho de muita gente, de toda parte do mundo e isso se reflete nos olhos das pessoas, nos contatos que você faz. Outros festivais lhe darão outras experiências e casts mais focados, porém os frequentadores em sua maioria, são seniors em festivais, calejados. Texto por Abner

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!