A Xapada Sessions, em colaboração com a SLC Productions e Larvae Records, proporcionou uma noite insana no RCA Club Lisboa. O evento marcou o lançamento do aguardado álbum “Purgatory” da banda Downfall of Mankind, além de contar com a participação especial dos icônicos mestres do Death/Grind francês Benighted.
Após algumas alterações logísticas no cartaz, as bandas The Year (Metalcore) e Moon Presence (Death Metal) substituíram Outta Spite, juntando-se ao Hardcore feroz de FONTE para abrir a noite.
Em meio a alguns atrasos e trocas na ordem das bandas, o evento superou todas as expectativas, trazendo uma experiência memorável. Confira uma resenha detalhada dessa noite insana!
Moon Presence: A Juventude do Death Metal
Pouco mais de 21:50, os jovens da Moon Presence abrem a noite para aquecer o público com seu Death Metal poderoso e agressivo!
Abrindo com “Inescapable Death”, a banda apresentou um setlist que incluiu “My Mercy My Demise”, “Inner Fate”, “Burial” e “Selenophobia“. A apresentação começou um pouco morna, mas rapidamente o público foi chegando mais perto para prestar atenção, e em sua última música, um mosh foi formado, finalmente deixando o público pronto para continuar a noite.
Apesar de um nervosismo aparente, e pequenos erros de execução, a apresentação fluiu bem, e cada vez mais aquecida, se elevando cada vez mais com a energia da banda, que inclusive fez o vocalista Roger surpreender com um mortal no palco durante “Selenophobia”.
Um fato curioso é que o guitarrista é um novo membro da banda e estava há apenas 5 dias na formação para esse show, sendo o seu primeiro, e sua performance descontraída e seus solos marcaram seu talento.
Apesar de muito jovens, a banda mostrou grande potencial e uma identidade forte, prometendo um futuro brilhante e com certeza eu e mais pessoas que ali estavam vão querer acompanhar essa jornada!
FONTE: Hardcore Esmagador
Depois foi a vez da banda FONTE, que tomou o palco com seu hardcore avassalador, começando com a intensa e irresistível “Teoria do Caos”, seguida de “Verdadeiro Mandamento”, ambas do aclamado álbum “Já Dizia O Outro”, lançado em 2022.
O setlist prosseguiu com “Dissolução”, uma faixa lançada no final do ano passado, que rapidamente provocou a formação de mosh pits, intensificando a energia da plateia. “5 Tiros” trouxe uma explosão de energia, fazendo o público cantar em coro e elevando ainda mais a intensidade do mosh.
Momentos marcantes incluíram “Ego”, lançada em janeiro deste ano e que será a faixa de abertura do novo álbum, e “Já Dizia O Outro”, que levaram o público ao delírio, cantando e vibrando junto. Neste ponto, o mosh pit estava incontrolável e a energia atingia seu ápice.
A sintonia entre a banda e o público era palpável, finalizando com “Agarra-te À Vida”, que levou todos à loucura e deixou uma impressão duradoura, com a energia ainda pulsando nas veias da plateia. Uma apresentação com toda certeza impecável!
The Year: Metalcore Melódico e Moderno que Conquistou o Público
Chegou a vez dos The Year tomarem o palco. Com seu Metalcore que mesclava um som melódico, a banda entrou com a faixa “Release Me” do seu EP recente “Kill The Imposter”.
Iniciaram sua apresentação com muita energia, mas com público resistente. A performance, carisma e coesão da banda eram indiscutíveis, porém, para os adeptos de sonoridades mais pesadas, a experiência pode ter causado estranheza.
Em seu setlist viajaram por músicas mais antigas, até as faixas mais novas. De seu primeiro álbum de 2013, trouxeram “Full Damage”, “Jason Never Dies” e “Suck My Teeth”. Do EP de 2018, trouxeram as faixas “Sweaty Palms” e “Bastion”. Já os trabalhos rescentes, trouxeram “F.O.M.O.”, “Overthinker” e “Loud Dreams”.
À medida que a apresentação avançava, a banda conquistava terreno, e o público se entregava. “Full Damage” emergiu como ponto alto com seu peso, desencadeando um mosh pit, que reintegrou os espectadores dispersos. Seguindo com “Jason Never Dies”, a atmosfera permaneceu fervorosa, e o mosh ganhava ainda mais força.
O encerramento com “Suck My Teeth” foi triunfante. Embora tenha levado um tempo para o público se ajustar ao som, logo ficou claro que os The Year tinham algo especial a oferecer com sua performance cativante.
Benighted: Os Mestres do Death/Grind Francês
Houve uma troca repentina na ordem das bandas, e um dos momentos mais aguardados (inclusive por mim) que ficaria para o encerramento da noite, finalmente chegou!
Os franceses do Benighted, com seu Death/Grind e Brutal Death, entraram em cena com força total, começando com a esmagadora “Scars”, do álbum “Ekbom”, lançado em abril deste ano. O mosh pit se formou imediatamente e não parou mais!
O setlist foi uma mescla entre as novas faixas do álbum “Ekbom”, como a própria “Scars”, “Metastasis” e “Nothing Left To Fear”, e os clássicos “The Starving Beast” e “Implore The Negative” de 2017, “X2y” de 2014 e a clássica “Let The Blood Spill Between My Broken Teeth” de 2012.
O show foi insano, com cerca de 40 minutos de pura loucura: mosh pits incessantes, headbanging, stage diving e crowd surfing. A energia da banda é realmente contagiante, e o vocalista Julien interage com o público com uma maestria impressionante. Além disso, sua brutalidade vocal é surreal, mesclando guturais e pig squeals com uma potência e qualidade técnica impressionantes.
A performance da banda foi impecável e visceral, entregando um som perfeito, energia alucinante e um show esmagador – exatamente o que se espera do mais puro Death Metal!
Fecharam a apresentação com a aguardada “Let The Blood Spill Between My Broken Teeth”. Julien dizia “Let The Blood Spill…” e o público respondia em um coro alucinado com “…Between My Broken Teeth!”.
Benighted definitivamente deixou claro por que são chamados de mestres do Death/Grind Francês, e essa, meus amigos, foi uma experiência BRUTALMENTE MEMORÁVEL!
Energia Brutal, Fidelidade dos Fãs e Muitas Surpresas: Downfall Of Mankind Fecha a Noite em Grande Estilo!
Fechando a noite, a razão de todo esse evento: Downfall Of Mankind. A introdução com Hip-Hop criou uma expectativa no público e um clima dançante. Logo entraram com muita energia, com uma música inédita, e desde o início todos estavam batendo cabeça e cantando juntos!
A banda tem uma presença impactante, envolvendo cada vez mais o público, aproximando todos do palco. Apresentaram faixas como “Altered State Of Consciousness”, “For I Am Terror”, “Oblivion” e “God For Nothingness”. Durante a faixa “Oblivion”, uma das minhas favoritas, veio uma surpresa muito feliz: Roger, do Moon Presence, subiu ao palco para dividir os vocais com Lucas. A energia desse momento foi incrível, com o apoio e incentivo de Lucas ao jovem Roger, e as vozes juntas trouxeram um peso extra. Além disso, destaco os elementos sinfônicos da música, que trouxeram ainda mais feeling a esse momento.
Logo em seguida, houve um feliz aniversário para o fã Orlando, que foi chamado ao palco por Lucas. Em seguida, todos ali presentes, público e banda, cantaram “Parabéns pra Você”. Com certeza, um momento muito especial para o aniversariante, e muito divertido para todos nós.
Quando chegou a vez de “Ville Birth”, Julien, dos Benighted, subiu ao palco. O impacto foi imediato e avassalador. A combinação das vozes de Julien e Lucas foi simplesmente incrível, criando uma parede sonora de pura brutalidade. A intensidade foi palpável, com cada gutural, pig squeals e scream ressoando pelo local e fazendo a plateia ir à loucura. Esse momento não foi apenas brutal, mas também memorável, deixando uma marca registrada na memória de todos os presentes. Que momento épico!
Em seguida, veio a apresentação do tão esperado single “Purgatory”, lançado em 10/05/2024, com participação de Matthew Heafy da banda Trivium. Impressionante como, em apenas uma semana desde o lançamento, todos já estavam com as letras na ponta da língua. Os refrões foram cantados com toda força pelo público, criando um belo momento no show. Durante o breakdown, houve mosh, e no final da música, o microfone começou ser repassado do Lucas para os fãs, com vários deles dando o sangue por um gutural. Essa interação pegou todos de surpresa, levando o público ao ápice.
Finalizaram a noite com “Bow to the Crow”, onde a banda pediu que todos se abaixassem e pulassem logo que a música começasse, criando uma experiência coletiva incrível. A fidelidade do público ao Downfall Of Mankind ficou evidente, agregando excelentes momentos ao show. O evento seguiu com menos moshs que as bandas anteriores, mas com muito headbanging e atenção fixa do público com uma entrega incrível.