Narrar vinte anos é complexo, ainda mais complexo quando se trata de bandas que levam a imaginação ao limite.
Demorou alguns anos para que Riverside voltasse às terras mexicanas, o suficiente para ver o nascimento do ID.Entity e poder desfrutá-lo com primor ao vivo e se isso não bastasse em um dos melhores fóruns da Cidade do México, o Auditório BB ( antigo Blackberry). , com uma arquitectura interior que evoca aqueles teatros onde podíamos assistir a óperas ou teatro musical, aqueles onde as pessoas iam à gala, lenço no bolso do casaco e leques de veludo floridos.
O local ganhou vida, uma mística especial (e espacial), à medida que os primeiros acordes e passagens sonoras começaram acompanhados pela voz dos polacos liderados por Mariusz Duda e pela sua melancolia sobrevivendo à escuridão das almas.
A dura divisão entre rock e metal.
Progressivo é um subgênero de percepção de complexidade, não adequado ao imediatismo acústico, pois, através de melodias longas e densas em maestria, abre caminho com um pé no rock e outro no metal. Pois não é totalmente um, nem outro. É simplesmente um subgênero que ganhou força ao longo dos anos, e especificamente, em Riverside, alcançando vinte anos coroados e uma maestria que não exige grandes cenários, nem pirotecnia, muito menos performances.
Os polacos, com notável influência no Pink Floyd, conseguem redefinir o progressivo do novo século, alcançando uma complexidade requintada para o ouvinte. Nada de solos escandalosos, muito menos rápidos.
Riverside, uma dúzia de obras-primas.
Depois de doze faixas lideradas por “The Same River”, Riverside assumiu o comando na noite de terça-feira na Cidade do México. Um setlist perfeitamente selecionado pelos polacos para nos poder levar pela mão imaginativa até nos levar ao quarto do pânico; Sendo “02 Panic Room” a música que fechou a caminhada astral da noite, música de mesmo nome do EP de 2007 e estreia da banda.
Aqui está o setlist da noite:
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The Same River
- #Addicted
- Rainbow Box
- Towards the Blue Horizon
- Story of My Dream
- Escalator Shrine
- Time Travellers
- Left Out
- Egoist Hedonist
- Second Life Syndrome
- We Got Used to Us
- 02 Panic Room
Mas Riverside não era tudo, era apenas metade de uma ode à imaginação. Desde antes dessas doze faixas, pudemos testemunhar outra banda progressiva europeia.
KLONE, simplesmente no nível… outro nível.
Com um estilo distante de Riverside, mas não merecedor, os franceses, que fundem o progressivo com toques de metal alternativo, tocaram cedo naquela noite, mas ao contrário de outros shows, o sabor de uma banda de abertura não foi sentido, então pelo contrário, a experiência foi como ver duas bandas estelares pelo mesmo preço de acesso.
Apresentando Meanwhile de 2023, Klone imediatamente fez com que centenas de participantes se maravilhassem com cada uma das músicas da noite. Muitos deles, vendo-os pela primeira vez na vida, o que proporcionou uma experiência muito mais enriquecedora.
Pouco mais de um ano após a estreia de Meanwhile, e passados alguns anos de Le Grand Voyage, Klone vem relembrar-nos daquele som intenso da música progressiva atual, aquela que penetra em cada fibra nervosa do corpo, que só bandas como Tesseract ou The Ocean Collective conseguem criar. Klone, apenas uma das bandas que definem o som progressivo dos anos 2010 e que veio para dar, como um todo, um refresco àqueles sons progressivos de tempos onde o Dream Theater marcou muito do que gostamos atualmente no prog metal, e que bandas como Klone, com um som direto e conciso, nos ajudam a ficar atentos, música após música.
O setlist de Klone foi:
- Elusive
- Rocket Smoke
- Night and Day
- Sealed
- Keystone
- Bystander
- Immersion
- Army of Me
- Nebulous
- Silver Gate
- Yonder
Fotos de ambas bandas en:
Texto: Rick Vázquez. Fotos: Josshua.