Era fim de tarde (para não variar, bem queeente) e os primeiros fãs da banda chegavam para uma noite repleta de muita expectativa pela apresentação da veterana banda de Black Metal, Rotting Christ, agenciados pela Talent Nation Latin America. Alguns destes chegaram mais cedo e puderam tirar fotos com o carismático Sakis.
Banda formada em 1987 pelos irmãos Sakis e Themis Tolis, possui extensa discografia que vão de Demos, splits, compilações, discos e uma grande quantidade de álbuns, os quais pode-se notar um trabalho sempre em evolução e que permitiu chegar no patamar onde estão, inicialmente uma banda de grindcore e por fim partindo para o Black Metal, construindo o seu som, atribuindo elementos diversos e aglutinando a sua música à abordagem a religião, mitologia e filosofia.
Desta vez, a banda veio para celebrar os 35 anos de sua maligna existência em seu giro intitulado “35 Years Of Evil Existence”, trazendo para os fãs uma apresentação repleta de clássicos fazendo o seu prenúncio para o vindouro álbum, “Pro Xristoy”, e também a sua biografia oficial “NON SERVIAM” via ESTETICA TORTA (responsável pelos três shows no Brasil e pela biografia oficial em sua versão brasileira), que contará toda a trajetória desde os primórdios da banda em sua origem simples, segredos, bastidores, o que levou a banda a ter o legado que possui e ser uma das bandas mais influentes no cenário mundial.
Escrita originalmente por Sakis Tolis e Dayal Patterson (Autor de Black Metal: A História Completa), a biografia conta sobre questões intimas da banda, tem depoimentos importantes e contribuições de Themis Tolis, Jim Mutilator, Morbid entre outros.
O espaço foi tomado aos poucos pelo público, que chegava tímido, porém, foi sendo preenchido enquanto tocava música por som mecânico. No telão e nas Tv’s laterais eram exibidas o logo do Rotting Christ.
Pontualmente as 20h30min, os gregos do Rotting Christ subiram ao palco e durante todo show, o Χ Ξ Σ (666) prevaleceu no telão e telas.
As luzes se apagaram, a fumaça tomava conta enquanto a faixa de abertura “666” dava o tom sombrio e obscuro enquanto a banda subia ao palco e o público sentia que seria um show intenso.
Sem banda de abertura e com a casa cheia para uma noite de quinta-feira, foi o evento para os fãs ensandecidos que vibravam efusivamente a cada clássico, não deixando de lado os sons dos últimos álbuns, show sensacional no Carioca Club.
A medida que a banda pedia para o público cantar ainda mais alto, era prontamente atendida.
As saudações do público foram constantes e os anfitriões correspondendo, Sakis se dedicou e entre uma faixa e outra, soltava palavras e fazia a marcação do tempo das faixas contando em português, o que deixava a platéia enlouquecida e ainda mais próxima da banda.
No geral toda a banda foi muito bem acolhida pelo público e o entusiasmo e energia tomavam conta tanto dos músicos, como da platéia que cantou a plenos pulmões cada uma das faixas. As luzes, a fumaça e todo o clima de êxtase pairavam no Carioca.
Espero sinceramente que o pescoço do baixista Kostas Heliotis esteja bem, pois ele agitou bastante em seu “headbanging” e desceu para um degrau do palco, onde cumprimentou o público de maneira mais próxima.
Sakis também desceu para este mesmo degrau e esteve por minutos ali, tendo a platéia ainda mais perto de si.
O guitarrista Kostis Foukarakis demonstrou também bastante entusiasmo e que estava curtindo estar ali.
Themis, um pouco mais “tímido” vibrava, se levantava e acenava fazendo os chifrinhos do Metal (Horns).
As músicas, foram de sons mais cadenciados à faixas melódicas, mas alternando com as mais rápidas, o que permitiu que a galera pudesse abrir o incansável moshpit. Riffs, blast beats, vocais alternados e brutais.
Notória a resposta positiva, o entusiasmo do público e toda energia que se dividia entre os “mosheiros” e os demais que optaram em não se arriscar mas que apreciavam aquele momento ímpar, música a música.
Em toda a casa o público vibrava, cantava e gritava. Não houve separação de pista comum e pista premium, apenas pista e camarote.
Mais próximo ao fim, alguém da platéia jogou ao palco uma bandeira do Brasil com o logo do Rotting Christ, que foi respeitosamente colocada por Sakis sobre a bateria de Themis.
A bandeira ali permaneceu até o fim do show e foi levada pela banda, deduzo que seja a bandeira de fã clube.
Após encerrar o set com “Noctis Era” e ao apagar das luzes, a banda retorna para mais dois sons.
Um ponto importante do show, foi a presença e participação do extremamente talentoso Fernando Iser, (Lalssu, Iron Woods,Torqverem, Exterminatorium, entre outras) na faixa “The Sign of Evil Existence”, música destruidora que teve uma excelente recepção por parte de todos(as) que ali estavam e uma roda insana, mesmo com o público já totalmente encantando pela performance profissionalissíma dos músicos do Rotting Christ.
O show do Rotting Christ em São Paulo se tornará um DVD em momento futuro, sendo assim, já podemos ficar na expectativa.
Toda a apresentação foi realizada de maneira coesa, consistente e com muita maestria. Um show impecável com a assinatura e atmosfera do Rotting Christ em sua mais profana essência.
Setlist:
1- “666“;
2- “P’unchaw kachun- Tuta kachun“;
3- “Demonon Vrosis“;
4- “Kata Ton Daimona Eaytoy“;
5- “Apage Satana“;
6- “In the Name of God“;
7- “Pix Lax Dax“;
8- “King of a Stellar War“;
9- “Archon“;
10-“Non Serviam“;
11-“Societas Satanas (Thou Art Lord cover)”;
12- “In Yumen-Xibalba“;
13- “Grandis Spiritus Diavolos“;
14- “The Raven“;
15- “Noctis Era”.
Bônus:
“The Sign of Evil Existence”;
“Fgment, Thy Gift”
Fotos de Sabrina Ribeiro e texto de Argoth Rodrigues – Cobertura Cultura em Peso.