Das profundezas do underground grego até se tornarem uma das bandas mais icônicas do black metal, Rotting Christ construiu uma carreira marcada pela evolução musical e polêmica. Fundada em Atenas em 1987 pelos irmãos Sakis e Themis Tolis, a banda tem conseguido se manter na cena metal com uma proposta que combina dark, misticismo e uma sonoridade em constante transformação.

 

Em seus primeiros anos, Rotting Christ transitou entre o death metal e o grindcore, mas logo abraçaram o black metal, tornando-se pioneiros do gênero na Grécia. Com “Thy Mighty Contract” (1993) e “Non Serviam” (1994), eles consolidaram sua reputação no metal extremo, oferecendo uma abordagem mais melódica e atmosférica do gênero.

Ao longo dos anos, a banda experimentou diferentes estilos, desde o gothic metal em “A Dead Poem” (1997) até a incorporação de elementos folk em “Theogonia” (2007) e “Aealo” (2010). Esta evolução permitiu-lhes permanecer relevantes num mercado musical em mudança.

Discos essenciais

Rotting Christ tem uma extensa discografia, mas alguns de seus álbuns mais notáveis ​​incluem:

  • “Thy Mighty Contract” (1993): Uma peça fundamental do black metal grego.
  • “Non Serviam” (1994): Refinado e com maior complexidade composicional.
  • “Theogonia” (2007):
    Marcou antes e depois com influências da música tradicional grega.
  • “The Heretics” (2019): Uma obra onde exploram conceitos filosóficos e literários.

Marcos e legados

Com mais de três décadas na indústria, Rotting Christ deixou uma marca indelével no metal. Eles foram uma das primeiras bandas a colocar a Grécia no mapa do black metal e alcançaram reconhecimento internacional graças ao seu som único. Já percorreram Europa, América e Ásia, consolidando-se como referências do gênero.

As polêmicas: entre liberdade e censura

Não foi apenas a sua música que lhe deu algo para falar. O nome da banda, que se traduz como “Pudriente Cristo”, rendeu-lhes a censura e o cancelamento de shows em diversos países. Em 2018, Sakis e Themis Tolis foram presos na Geórgia por suspeita de terrorismo e satanismo, embora tenham sido libertados após a intervenção de advogados e pressão da comunidade musical.

Também foram criticados por figuras políticas e religiosas, como o político americano Gary Bauer, e enfrentaram oposição da Igreja Ortodoxa no seu próprio país, levando ao cancelamento de vários concertos.

                         Imagem da mídia “Revolver” sobre a prisão da banda.

Apesar das adversidades, Rotting Christ permanece firmemente em cena. Seu último álbum, “Pro Xristou” (2019), foi bem recebido. Continuam a fazer digressões e a participar em festivais internacionais, provando que o seu legado está longe de acabar.

Rotting Christ não apenas desafiou os limites do black metal, mas também as barreiras impostas pela censura e pela controvérsia. Sua capacidade de se reinventar e se manter atualizado faz deles uma das bandas mais influentes do metal. E enquanto continuarem a desafiar as normas, a sua música continuará a ressoar.

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