1- De que hardcore real a banda alega ter se reunido a fazer?

Bolonha: Nos últimos tempos o hardcore tem sido vinculado à bandas que falam de amores perdidos, da baladinha no final de semana, do baseadinho que não causa “mal nenhum” a ninguém, entre outras porcarias do tipo. Assuntos que são tratados de uma forma que passa muito longe da calamidade vivida pela humanidade hoje em dia. Calamidade não só econômica, mas comportamental também: famílias se destruindo, guerras em nome de religiões, o mundo das drogas exterminando a juventude, enfim, uma completa inversão de valores assola a humanidade, fazendo que o CERTO pareça ERRADO e vice-versa. E o Sangue Ruim tem o intuito de fazer um hardcore voltado à realidade, combatendo os males que assolam nossas vidas, mas também enaltecendo aqueles que lutam pra levar suas vidas de maneira correta, sem se deixar corromper pelo mal que está espalhado em todos os cantos do planeta. O Sangue Ruim é uma banda composta por trabalhadores e para trabalhadores. Não somos uma banda que o playboyzinho vai escutar quando estiver mostrando o carro do papai na porta da baladinha nos Jardins.

Raimundo: O HARDCORE que eu conheço é linha dura, não existe outro, musica agressiva que fala sobre a verdade, sobre as coisas da vida, a vida é real, a vida é hardcore, então HARDCORE REAL!!!

Alex: Hoje em dia pra mim é mais fácil falar O QUE É Hardcore. Tem muita banda que mistura outras influências no som e se dizem HC. Não tenho nada contra os caras e tais bandas, porém eles ALEGAM ser Hardcore quando realmente não são. Aqui não tem efeitos de guitarra moderninhos, influências de New Metal e tal. Totalmente Old School. Hardcore também não é só a música, é um estilo de vida. Pra mim não tem nada a ver o cara que faz um som e vai queimar fumo depois.

2- Qual a razão do nome Sangue Ruim?

Bolonha: Quando dei a sugestão do nome Sangue Ruim, foi pelo fato de todos na banda serem corinthianos, e corinthiano é visto como favelado, bandido, encrenqueiro, e mais um monte de palavras pejorativas. Mas se formos ver, na verdade o dito “sangue bão” é que é esse cara, todo malandrão, cheio de ginga, boa praça, mas que no final das contas não passa de um idiota sem escrúpulos, capaz de apunhalar até a própria família pra poder se dar bem. E esse “sangue bão” é tudo o que nós odiamos. Em nossa comunidade no Orkut o Raimundo fez um pequeno texto que ilustra bem isso que estou dizendo.

Raimundo:
Sangue Ruim na gramática é o antônimo de sangue bom;
Sangue Ruim é aquele cara que persevera enquanto o fraco procura a facilidade;
Sangue Ruim é aquele que trabalha e ganha merreca enquanto o outro é fraco e rouba;
Sangue Ruim é aquele que não se corrompe;
Sangue Ruim é aquele que resiste aos assédios do mal em sua vida;
Sangue Ruim é aquele que ainda vai estar aí quando você morrer, por causa de seus vícios medíocres;
Sangue Ruim é sinônimo de garra, a garra PAULISTA necessária para se viver na nossa querida selva de pedra.
Sangue Ruim é contrário a tudo aquilo que se enquadra na gíria “sangue bom”;
De boa intenção, o inferno ta cheio!!

HCSP- Orgulho Paulista e Brasileiro!

3- Principais influências da banda?

Raimundo: A minha totalmente OI! e NYCH!!

Bolonha: Existem as influências pessoais de cada um, mas acho que as bandas que acabaram por unir o Sangue Ruim são Treta, Biohazard, Agnostic Front e Madball, porque são bandas que todos do Sangue Ruim escutam há muito tempo e quase que diariamente.

4- Quais valores a banda espera passar em suas letras para o público, e qual retorno do público espera ao ler as suas letras?

Alex: Respeito, honra, lealdade.

Raimundo: Orgulho, honestidade. Espero que eles consigam captar a enorme luta que estamos travando contra os assédios do mal em nossas vidas como a corrupção, tráfico de drogas, banditismo, e mais algumas coisas que a legislação não nos permite falar, pois virou crime!

Bolonha: Acho que honestidade acima de tudo. Como foi dito pelo Raimundo, o mal está em todos os cantos, pronto a esperar seu 1º deslize.

5- Posição da banda sobre uso e comercialização das drogas?

Bolonha: Somos abertamente contra o uso de drogas e quando eu e o Raimundo iniciamos a banda, o único critério adotado como forma de entrar na banda era não utilizar drogas ilícitas de forma alguma. Temos letras a respeito desse assunto que falam por si só. E não somos hipócritas como acontece com muitas bandas por aí, que chegam numa entrevista e se dizem contra as drogas, se dizem limpos, mas que quando estão em casa ou numa festinha adoram queimar um baseadinho ou dar uma cheiradinha. Abominamos isso, porque o Sangue Ruim realmente pratica o que prega em suas letras.

Raimundo: Droga é lixo e transforma o ser humano em lixo! E lixo serve pra ser jogado fora!!!

Alex: Esse tipo de gente (o viciado) deveria se matar logo de uma vez, por que no final é isso o que ele está procurando. Além disso, o cara mantém a boca de fumo, enriquece o narcotraficante e gera boa parte da violência que acontece no mundo.

6- O Sangue Ruim é uma das bandas paulistas que são chamadas de carecas, homofóbicas. Qual a posição da banda sobre este fato?

Alex: Em momento algum a gente agride ou agrediu alguma “minoria” em nossas músicas, atitudes e declarações públicas. Se assim nos denominam, tenho a séria desconfiança que essas pessoas não prestaram atenção nos nossos sons.

Bolonha: Acho que nada mais precisa ser dito depois das palavras do Alex.

7- E sobre o cover da banda Bota Gasta que vocês realizam, pois este grupo apesar de ser OI é totalmente confundido com nazista , este é um dos motivos?

Raimundo: Olha a pergunta não é pertinente, no Brasil não há NS. O Bota é uma banda que mostra a verdade e a verdade não interessa para a maioria das pessoas , pois a verdade é feia e só os que não tem medo do escuro caminham em direção a verdade. E outra, se dizer ou taxar de NS qualquer turma aqui no Brasil soa como piada. Imaginem só, “ARIANOS” aqui no Brasil??? Hitler ia cortar os pulsos.

Alex: Como já falei na questão anterior, boa parte do público, e quase que 100% da mídia fazem uma tremenda salada com esse assunto.

Bolonha: Quanto ao cover do Bota Gasta, o falecido Claudião, 1º vocal do Bota, era meu amigo pessoal e foi um dos maiores incentivadores quando eu resolvi voltar a tocar depois de quase 3 anos parado, depois que larguei a música por não encontrar pessoas que tivessem o mesmo objetivo que eu ao montar uma banda de hardcore. Tocar o som do Bota é uma forma de homenagear meu amigo, além do fato do Bota Gasta ser uma banda que todos na banda gostam. E uma pessoa dizer que o Bota Gasta é uma banda nazi mostra que nunca ouviu o som da banda e nunca viu uma foto da banda também… rs… Mas não se preocupem, já temos uma letra bem contundente em relação aos white power. Se existe algum white power que curte o Sangue Ruim, ele passará a nos odiar quando escutar essa letra… rs

8- Responda Rápido:

4 bandas nacionais:
Raimundo: Bota Gasta, Treta, Oitão e Bandeira de Combate
Alex: Treta, Sétimo Round, 011 HC e Oitão
Bolonha: Treta, Bota Gasta, Infecção Raivosa e Mão-de-Ferro

4 bandas internacionais:
Raimundo: Agnostic Front, Madball, Suicidal Tendencies, Sick Of It All
Alex: Biohazard, Madball, Hatebreed e Agnostic Front
Bolonha: Metallica, Biohazard, Madball e Killswitch Engage

1 livro:
Raimundo: A cidade do Sol!!!
Alex: Memórias do subsolo – Fiodor Dostoeiveski
Bolonha: qualquer livro sobre o Sport Club Corinthians Paulista

1cd:
Raimundo: Something’s Gotta Give, do Agnostic Front
Alex: Impossível citar um só
Bolonha: Urban Discipline, do Biohazard

Nos tempos livres:
Raimundo: Família, música e cerveja.
Alex: Hardcore, cerveja e picanha.
Bolonha: família, churrasco e shows de hardcore.

Uma frase:
Raimundo: Quem se mistura com os porcos, lavagem come!!!
Alex: “Tá na rua é pra correr perigo”
Bolonha: “As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos.” Malcolm X

9- Por qual motivo a banda, muito influenciada pelo HCNY, prefere compor em português?

Alex: Alguém ainda sonha com o sucesso internacional do Sepultura? Nós não. O nosso público está aqui, falamos da nossa realidade, então nada mais justo compormos no nosso idioma.

Raimundo: Não tocamos e nem cantamos pra os nova iorquinos, cantamos pra Brasileiros.

Bolonha: Se cantássemos em inglês, não atingiríamos nosso objetivo, que é tentar acordar as pessoas e fazer com que elas passem a lutar contra todas as merdas que se passam em nosso país. O foco do Sangue Ruim é o Brasil. A influência do NYHC acaba sendo mais na parte musical mesmo, de fazer um som pesado e enérgico.

10- Qual a principal maneira de honrar o hardcore São Paulo? Por que não o hardcore em si, ao invés de regionalismos?

Raimundo: Mantendo o sangue frio e a linha dura… rs… É um caso de amor que temos pela nossa cidade. Não posso fazer uma música que fale, ou simplesmente carregar a bandeira de Recife (onde mora nosso irmão Dênis), mas acho que nossa mensagem ultrapassa as fronteiras estaduais.

Alex: No meu caso, pra quem nasceu no Ipiranga, mora há 20 anos na Vila Prudente, e estudou na Mooca, não teria muito jeito. Se quiser arrumar confusão comigo é falar mal de São Paulo na minha frente. Honra? Em primeiro lugar sermos honestos com a gente mesmo e também com aqueles que nos cercam.

Bolonha: Aqui em SP existem milhares de bandas que tocam emo e se dizem hardcore, e existem muitas outras bandas que são metalcore, mas que também são taxadas de hardcore. E grande parte dessas bandas não fala sobre nosso dia-a-dia, sobre o que é morar e trabalhar nessa selva de pedra que é São Paulo. E em todos os lugares existem bandas que amam a cidade em que vivem e passam isso em suas músicas, enaltecendo as qualidades e criticando os defeitos. O problema é que quando uma banda de São Paulo exalta nosso Estado, um monte de gente já sai logo falando que é xenofobia, que a banda é de white power, etc., etc., etc.. Mas eu seria muito idiota se fosse xenófobo, afinal, minha mãe é mineira e meu pai é paranaense… rs

11- Atualmente sem material gravado, quais as formas de divulgação e projetos sendo realizados pela banda?

Raimundo: Internet é a melhor propaganda que existe sem dúvida!!! Estamos trabalhando pra aumentar o nosso repertório pra shows e colocar sempre uma surpresa para nossos amigos se quebrarem na pista.

Alex: Eu diria que se não fosse pelas formas de mídia gratuitas (Myspace, Youtube, Orkut), talvez nem 1/3 de tudo isso já teria acontecido. Mas a boa e velha propaganda boca-a-boca ainda funciona. O nosso próximo passo é assim que possível registrar um material.

Bolonha: A internet é a melhor forma de divulgação hoje em dia, não temos como escapar disso. E como ainda não temos nada gravado, então filmamos alguns ensaios e alguns shows e colocamos no nosso My Space e no You Tube, pra que as pessoas tenham idéia de como é nosso som. E acabou dando certo porque no nosso show de estréia, no HCSP Crew Fest, já tinha gente cantando alguns sons.

12- Qual a experiência de infância que vocês usam até hoje e será uma lição a ser repassada e usada sempre?

Raimundo: Acho que posso falar por todos, se não, me corrijam!!! Nossos pais, somos espelhos deles, tivemos e temos heróis dentro de casa. Nunca falharam, nem se quer escorregaram e se dedicaram pra nos criar incondicionalmente. Mesmo que não fôssemos o que somos hoje, eles teriam feito do mesmo jeito. A experiência vem da vivência e lês nos mostraram o caminho correto. A eles, obrigado.

Alex: A melhor escola é a escola da vida. Não tem jeito. Os erros e fracassos ensinam muito mais que a vitória. Cabe a nós ter sabedoria para tirar bons ensinamentos disso tudo.

Bolonha: Como foi dito pelo Raimundo, as maiores experiências acabam sendo passadas por nossos pais, os ensinamentos que eles nos dão nunca devem ser esquecidos. E se você teve pais relapsos, que não estavam nem aí com sua educação, ainda assim eles te ensinaram o que não se deve fazer quando tiver filhos. Vai de cada um de nós por em prática esses ensinamentos ou não.

13- Contatos:

My Space: www.myspace.com/sangueruim

E-mail: [email protected]

14- Mensagem?

Raimundo: Que Deus abençoe a todos!!!

Alex: Valeu pela oportunidade. Um abraço a todos que tiveram paciência de ler até aqui.

Bolonha: Obrigado pela oportunidade, e não se esqueçam: apóiem as bandas independentes.

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Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!