Era uma quarta-feira, mais de uma hora antes, a plateia aguardava já colada na grade, pois a expectativa era grande e o tempo parecia não passar.

Por fim, às 20:35, os noruegueses do Satyricon subiram ao palco.
Depois de sete anos sem vir ao Brasil, a banda retorna através da Estética Torta, Talent Nation em parceria com K2 Agency Ltd no Carioca Club, em São Paulo.
Aliás, toda a tour da banda pela América Latina, teve este maravilhoso time trabalhando nos bastidores/produção.

Com a casa cheia, deu-se inicio a hecatombe sonora, uma tempestade, os portões do inferno estavam abertos mais uma vez. O público fascinado contemplava aquele momento catártico.

Satyricon. Créditos: Sabrina Ribeiro

O setlist passeou por toda a discografia da banda e, ao mesmo tempo, que fazia vir a mente um filme, sobre a sensação de surrealidade, de um momento tão aguardado. A medida que as faixas eram tocadas, à memória emergiam as lembranças dos videoclips e um sentimento inexplicável de satisfação e incredulidade.
Para mim, foi uma volta no tempo, pois vinte anos atrás, aquele garoto do interior de Minas, nunca imaginou que ouviria e assistiria ao vivo, uma das bandas dos primórdios de sua “iniciação” no som extremo e assim foi, gratificante e algo inesquecível.

Satyricon. Créditos: Sabrina Ribeiro

Com o apagar das luzes e com o início da “intro, a banda foi tomando seu lugar no palco e a medida que cada integrante tomava sua posição, a platéia ovacionava efusivamente a banda, com destaque obviamente para os membros fundadores, Frost e Satyr.
Ao fundo, uma imagem de corvos acompanhou todo o show, a primeira faixa tocada foi “To Your Brethren in the Dark”, seguida da poderosa, clássica e contundente “Nemesis Divina“.
Então o mar de vozes, soou enfim uníssono, com todo mundo cantando “Diabolical Now“.
Não somente após a execução desta faixa, mas durante algumas partes da apresentação, Satyr conversou com o público e sempre incentivando a plateia a curtir ao máximo, que aquela seria uma noite grandiosa e que o público iria tornar aquela noite ainda mais especial, a mais ph#da da tour na América Latina.

Satyricon. Créditos: Sabrina Ribeiro

Em dado momento, com o público atônito com apresentação, fez um singelo convite para que fosse aberto o moshpit.
Meus amigos e amigas, devo lhes dizer, que todo o show foi permeado por muito entusiamo da banda, que agitou efusivamente. Uma apresentação com muita energia, que nem de longe lembra aquela cara de “poucos amigos” e temperamento sério do povo nórdico.

Um teclado nada grudento e nada meloso, acompanhou todas as faixas, enquanto a bateria de Frost impressionava, pedrada atrás de pedrada, executadas com demasiada técnica e o som estava perfeito. Podia -se ouvir as guitarras cortantes e alinhadas, o zelo com a apresentação era evidente. As trocas de guitarras, inclusive as de Satyr, para cada timbre das faixas, encaixando com a cronologia dos sons e uma iluminação pensada, que trazia o frio do Norte e o calor dos trópicos, mantendo o público atento.

Em “Black Crow on a Tombstone” não houve quem não cantasse junto e a receptividade do público foi recebida pela banda. Seguidas de “Deep Calleth Upon Deep”,  “Our World, It Rumbles Tonight”, “Repined Bastard Nation”, o Satyricon trouxe faixas de seus primórdios “Hvite Krists død” e “Walk the Path of Sorrow”.

Satyricon. Créditos: Sabrina Ribeiro

Após estas pedradas, Satyr comentou sobre as críticas feitas ao álbum “Extravaganza“, que à época, na percepção dos críticos, fugia ao que chamavam de “Black Metal tradicional”, por conta das inovações propostas pela banda. Em seguida foram tocadas “Filthgrinder” e “Die By My Hand” que antecederam “To the Mountains” e “The Pentagram Burns”.

Obs: “Die By My Hand” e “The Pentagram Burns”, faixas demasiadamente arrepiantes e nostálgicas.

A esta altura, o público extasiado já sentia que esta memorável apresentação chegava ao fim e pelo menos ao que pude ver, o set parecia completo. Em seguida foi a vez de “Fuel For Hatred“, cantada com energia pelo público e de nenhuma forma poderia faltar o hino “Mother North“, música esta que possui um icônico videoclipe que trazia ainda a banda com seus corpse paints. Para finalizar foi a vez da radiofônica “K.I.N.G“.

Satyricon. Créditos: Sabrina Ribeiro

Foram quase duas horas de show, de uma apresentação impecável e que foi coroada com um agradecimento por parte da banda, com a devida reverência ao público, onde Frost se juntou aos companheiros de banda para tal momento.

Em resumo, foi uma noite magnifica!!!!
Tenho certeza de que muitos saíram dali roucos, mas com a satisfação em ver estes gigantes se apresentando em terras brasileiras.

Parabéns Estetica Torta, Talent Nation, K2 Agency e todos os envolvidos pela realização deste formidável e inesquecível show! Satyricon Forever!!!

Satyricon. Créditos: Sabrina Ribeiro

SETLIST:
Intro
To Your Brethren in the Dark
Nemesis Divina
Now, Diabolical
Black Crow on a Tombstone
Deep Calleth Upon Deep
Our World, It Rumbles Tonight
Repined Bastard Nation
Interlude (Black Wings and Withering Gloom intro)
Black Wings and Withering Gloom
Hvite Krists død
Walk the Path of Sorrow
Filthgrinder
Die by My Hand
To the Mountains
The Pentagram Burns
Fuel For Hatred
Mother North
K.I.N.G.

 

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