Carpe Diem é o 23º álbum de estúdio do grandioso Saxon, uma grata surpresa dentre a tantas coisas horríveis que vêm acometendo o Mundo do Metal, que até soa saudosista compará-lo com sucessos da própria história da banda como Denin and Leather, Wheels of Steel e por aí vai, o álbum foi produzido por Andy Sneap no Backstage Recording Studios em Derbyshire ao lado do vocalista Biff Byford. O produtor também remixou e masterizou o trabalho.

Falar de um disco que já nasceu grande não é fácil, até porque quando se fala de Saxon estamos falando de uma das bandas mais consolidadas do Metal Mundial e, quando achamos que nada de novo está para sair dessa cartola aí temos um ledo engano; esse álbum é sensacional, as músicas são muito boas, muitos riffs poderosos, muito peso e a inconfundível marca do Saxon em todas elas. Vou destacando logo de cara a faixa título Carpe Diem, Dambusters, Super Nova e a incrível All for one, mas não me limito a elas pois o álbum inteiro é uma deliciosa aula de Metal dos Mestres dessa incrível banda que não soa datada mesmo após mais de 40 anos de história.

Tive a oportunidade de bater um papo com o vocalista da banda Biff Byford, acompanhem;

A banda foi formada em 1979, de lá para cá são mais de 40 anos de história, foram 23 álbuns; como uma banda produz tanto conteúdo sem soar datada?

Byford – Começamos em 1979 e lançamos 23 álbuns de estúdio até aqui – sim, é uma grande história. Minha visão é que cada álbum seja melhor que o anterior, se for possível. Estamos sempre tentando alcançar isso sem perder nossas raízes e a sonoridade original, mas tentando também nos atualizar.

O Saxon carrega a bandeira de ser um dos precursores e um dos pilares do NWOBHM, o que isso representa para vocês?

Byford – Percebemos que alguma coisa estava acontecendo quando as revistas grandes começaram a escrever sobre o Maiden e nós. NWOBHM é um nome bem ridículo, mas suponho que eles necessitassem dar algum nome para aquilo.

O último lançamento, o excelente “Carpe Diem” estreou nas paradas Britânicas, chegando na posição 17, coisa que não acontecia desde 1983 com  “Power in the Glory”, reconhecendo que a banda se mantém sempre trabalhando forte para alcançar a melhor sonoridade possível em cada lançamento, vocês trabalham isso na banda ou já é natural?

Byford – Veja minha resposta anterior, sempre tentamos fazer melhor. E, sim, Carpe Diem é um grande sucesso no Reino Unido, mas de uma maneira geral foi muito bem recebido. Na Alemanha o álbum teve a melhor entrada nas paradas que já tivemos em nossa história, nº 3, é algo que significa muito após todos esses anos e estamos bastante gratos por isso.

O que podemos esperar da Tour do novo disco, visto que ele é repleto de “Hits”, como vocês vão escolher um repertório de um show com tantos clássicos para tocar?

Byford – Bom, vamos misturar. A banda está justamente discutindo o repertório, claro que haverá músicas de Carpe Diem, mas o teremos muitos clássicos também.

“Carpe Diem” é um álbum intenso, numa pegada muito forte, músicas como “Dambusters”, “Super Nova”, “Black is the night” são rápidas, pesadas, “All for One” e “Carpe Diem” são músicas que martelam o refrão em nossas cabeças, a tendência de uma banda com 40 anos de idade é tirar um pouco o pé do acelerador e testar novas sonoridades e vocês mantém a ferocidade dos anos 80/90 porém com uma cara bem moderna, como isso é trabalhado? Todas as músicas que vocês compõem são todas pensadas para serem Hits?

Byford – Se fosse possível, teríamos apenas hits. Você só pode compor o que gosta e esperar que na melhor das hipóteses os fãs gostem também. Em Carpe Diem eu queria que os riffs de guitarra se tornassem importantes novamente. Os riffs são muito importantes quando você ouve os trabalhos dos anos 80. Eu quis que os riffs, cada um deles, fosse marcante. Quando escrevo melodias sem as letras, só cantarolando, às vezes mudo o arranjo da música para encaixar naquilo. Às vezes eu já tenho a letra pronta antes, e encaixo numa música.

O Saxon começou a carreira, como toda banda, tocando em pequenos pubs, a algum tempo, merecidamente alcançaram os grandes festivais como Monster of Rock, Wacken Open Air, Sonisphere, dentre vários, para vocês há alguma diferenciação na vontade de tocar em lugares pequenos ou grandes? Há algum preparo especial para tocar em grandes festivais?

Byford – É um pouco mais intenso tocar para plateias menores, mas no fim não faz muita diferença, você sai de casa para tocar e fazer o melhor do melhor que você pode fazer. Com uma plateia enorme, como por exemplo no Wacken Open Air, é especial ouvir 85.000 pessoas cantando junto com você. É avassalador!

O álbum “Crusader”, de 1984, foi o sexto álbum da banda e o que alavancou de vez o Saxon pelo mundo, tocando na época, com bandas como Motley Crue, Iron Maiden e Accept, a música título, até hoje é considerada um hino do NWOBHM, para vocês também foi um marco histórico para banda?

Byford – Crusader mostrou a banda sob um ângulo ligeiramente diferente, mas mesmo assim faz justiça ao legado do Saxon e é um álbum essencial de se ouvir.

Vocês já vieram por 6 vezes ao Brasil. O que mais gostaram daqui? Tem previsão para retornarem?

Byford – Todos amamos o Brasil. Só temos boas memórias e a galera é maravilhosa e insana! Você se sente em um mundo diferente quando toca para os brasileiros. Claro que sempre tentamos tocar para todos nossos fãs ao redor do mundo, mas quem elabora isso são nossos agentes.

Como vocês se sentem influenciando até hoje bandas pelo mundo todo? Há uma sensação de “dever cumprido” nesse quesito?

Byford – Devo dizer que nós não pensamos nisso. Ninguém na banda realmente pensa dessa maneira. Digo, só levamos a coisa na base do dia a dia. Voltamos pra estrada e cada show é basicamente “missão cumprida”, de uma maneira maravilhosa.

Em nome do Cultura em peso agradeço a oportunidade dessa conversa, sou um grande admirador do trabalho de vocês; para finalizar, deixem um recado para os fãs Brasileiros.

 Queremos muito encontrá-los novamente, não vemos a hora de tocar de novo no Brasil. Agradecemos muito pelo apoio e lealdade de vocês.

 

 

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