Entrevista realizada em 24/10/2009
Feita por Lennon Seawulf e Luís Felipe
Com Juarez “Tibanha” (baixo) e Fernando Alencar (bateria)
E aí pessoal do Cultura em Peso. Meu nome é Lennon Seawulf, estou pegando um espacinho aqui da coluna do Laurencce Martins para entrevistar juntamente com o Luís Felipe o meu amigo Juarez “TIBAAAANHA” (gutural) da banda Scourge e que faz parte do Tributo ao Sarcofago.
Lennon: Fala aí, Juarez!
Juarez: E aí, galera, “belê”?
Lennon: Como estão os planos do Scourge para o final de 2009 e começo de 2010?
Juarez: Bom, primeiro a gente tem que fazer as pazes, a gente briga todo dia (risos). Brincadeira (risos). A gente vai ver agora o que a gente vai fazer sobre ensaios, acabar as músicas, resolver alguns assuntos internos da banda e vamos começar a gravar o disco o mais rápido possível.
Lennon: No aspecto estrutural do disco: quantas músicas vai ter? Qual é a temática do disco? Alguma música que você destacaria?
Juarez: O disco vai ter oito músicas, se a gente tiver grana pra pagar, né? Se não tiver, aí não sei, vai ter umas seis (risos)… Tô brincando… Cara, as músicas falam de ódio, simplesmente ódio de coisas repugnantes, hipocrisia e coisas do cotidiano. E a gente tá tentando fazer o mais foda possível, mais Death Metal Oldschool possível.
Lennon: Sobre a parte instrumental, a Scourge faz o Death Metal Oldschool. Porém, pelo que eu já ouvi, tem aquela técnica (avançada) também. Cita pra gente alguma banda que você curte e alguma parte que você pegou como influência.
Juarez: Cara, é muito estranho, eu sonho com as músicas e depois eu faço. Aí eu mostro pro Henrique e pro Guarato e eles dão uma lapidada no negócio, aí funciona. Mas técnica quem tem mesmo é só o Henrique e o Guarato porque eu não sei tocar porra nenhuma (risos).
Lennon: Qual será o nome do álbum?
Juarez: On the Sin Death Lust and Hate.
Lennon: Como está a agenda da banda em relação a shows?
Fernando: A gente tocou no Profane (Araguari) na semana passada.
Juarez: Eu estou vendo um show em Araraquara com o pessoal, aqui também em Uberlândia mas a gente tá mais focado em gravar o disco primeiro.
Lennon: Falando em Profane, foi a primeira vez que o Scourge tocou em Arauguari? Como foi o show e como foi a reação do público?
Juarez: A Scourge já tocou lá antes. Foi legal, tinha pouca gente mas o pessoal estava “real” lá, os verdadeiros do metal estavam lá. Foi legal, apesar de alguns erros nossos, mas isso acontece com qualquer banda, não é? Mas foi bom, o pessoal comentou e eu gostei dos comentários.
Lennon: Fala um pouco pra gente sobre a trajetória da banda. Quando surgiu e os quais foram os fatos marcantes ao longo da história do Scourge?
Juarez: Cara, eu nem me lembro quando eu formei o Scourge. Só sei que a primeira formação era eu, o Guilherme (Krow), Mark (Krow) e o Joca (Krow), depois passaram várias pessoas, e como ninguém tinha o pulso firme pra ficar na banda, a banda acabou. Um dia eu encontrei o Fernando na rua e ele falou: “cara, eu vou tocar com você”. Aí juntou os caras que tocam no Cirrhosis que é o Henrique e o Marcelo e vieram tocar no Scourge também. Virou tipo um “Cirrhosis 2” (risos).
Lennon: Qual a diferença do Cirrhosis para o Scourge? Eu percebo que ambos são “Death Metal Porrada Oldschool”. Mas o que diferencia as duas bandas?
Fernando: A diferença é que faz a diferença (risos). O Cirrhosis é mais cadenciado. O Scourge segue um estilo de técnicas mais apuradas. Uma coisa mais.. O Scourge é o Hate Metal.
Juarez: (risos). As duas bandas são fodas. A diferença é que meu estilo de fazer música é de um jeito, e o estilo do Henrique e do Guarato é de outro, sacou? Então nesse ponto não tem como comparar as duas bandas. São estilos diferentes mas que dá certo. As duas bandas são oitentistas e é isso, cara. São pessoas diferentes, fazendo músicas diferentes em bandas diferentes, e acaba dando certo isso.
Lennon: O que você acha da atual cena da região? Alguma banda que você queira destacar?
Juarez: Uai, cara, a sua (Berserker). Vou puxar um saco aqui (risos). Cara, tem várias bandas aqui. Basta lapidar. Minas Gerais é um celeiro de bandas. Foda são as bandas que tem as panelinhas. Aí que é foda, pensam que estão no topo mas não são bosta nenhuma. O que interessa pra mim é o underground e a união entre as pessoas. Não pensar que é melhor e ter salto alto por algumas coisas feitas por elas.
Lennon: Vocês vivenciaram a cena e o brilho dos anos 80 e estão vivenciando a cena de hoje. Como era antigamente e como é hoje em termos de Uberlândia ou Minas Gerais?
Fernando: Cara, antigamente rolava um lance mais unido. As bandas tinham mais união. Tinha aquele lance de uma banda chamar a outra pra tocar, uma ir no ensaio da outra. Tomando cerveja juntos, curtindo juntos. Hoje não tem mais isso. Hoje o que rola é cada um por si. Ninguém quer saber de mais nada, só quer olhar o próprio umbigo e fazer sua parte e pensar: “eu vou conseguir” e pronto. É isso que está rolando hoje, cara. Mas, como dizem, a gente está a parte, a gente é oitentista, a gente vive o lance mais de união. É o que a gente está fazendo, a união do Scourge com o Cirrhosis, quer união mais doida que essa? (risos)
Juarez: Antes tudo era difícil, cara. Tinha que dar o sangue para conseguir as coisas. Hoje tudo é fácil. Qualquer bandinha grava um cd aí e sai tocando pela Europa. O que julga hoje é dinheiro, não é garra, não é sangue. A pessoa tendo sangue ela consegue qualquer coisa, só não consegue prestígio, pois prestígio não se compra. A diferença única é essa.
Luís Felipe: Pra finalizar, deixa uma mensagem para o pessoal de Uberlândia e do Brasil.
Fernando: Vou deixar uma mensagem oitentista que é de uma música do Dorsal Atlântica: “Metal desunido, vai se matar, vai se destruir”. Se o Metal não se unir, é isso que vai acontecer. Não adianta, tem que se unir.
Luís Felipe: Valeu pessoal do Scourge pela entrevista.
Lennon: Valeu pessoal!
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