Com mais de um quarto de século de carreira às costas, já pouco resta para dizer acerca dos demolidores ROTTEN SOUND — ou, antes, pouco haveria para dizer se o seu mais recente LP, «Apocalypse», não fosse simultaneamente um disco tão ansiado e uma reabilitação tão vigorosa da vitalidade da banda finlandesa no espectro do grindcore. Criado em 1993, durante a década seguinte o quarteto liderado pelo guitarrista Mika Aalto e pelo vocalista Keijo Niinimaa acabou por estabelecer-se como um dos nomes mais entusiasmantes no que à música rápida e contundente diz respeito. Manejando habilmente a brutalidade feroz e a agressão massiva, assinaram oito álbuns de estúdio altamente aclamados e oito EPs repletos de composições inteligentes, arranjos eficazes e proficiência musical, condimentados pela dose necessária de death metal injectado de balanço colossal.

Foi num já longínquo ano de 2007, cumpria o SWR o seu décimo aniversário, que os INFERNO nos visitaram pela primeira vez provenientes da sua Chéquia natal, e já nessa altura não eram de todo uma banda recente, trazendo na bagagem «Nikdy Nepokřtěni», o seu excelente terceiro álbum. Desde então, sempre pelo meio de inúmeros splits e lives outros lançamentos mais pequenos, já lançaram mais cinco longa-duração, com destaque para o mais recente, o labiríntico «Paradeigma (Phosphenes Of Aphotic Eternity)» de 2021, uma espécie de culminar de uma evolução brutal que os situa agora próximos do campeonato de uns Deathspell Omega e similares. Altura perfeita para os nossos caminhos se voltarem a cruzar, portanto.

Com excepção do black metal, há poucas coisas que sejam tão tantalizantes no SWR como um bom e velho frenesim thrash. Se isso vier servido numa insana mistura de punk, d-beat e speed metal, e se vocês possuem um soft side pelos anos 80, bom… preparem-se para um dos melhores amanheceres da vossa vida! Se os NAGASAKI SUNRISE deixaram uma tremenda impressão no seu EP de estreia, «Turn On The Power» (2020), no álbum «Distalgia», no ano seguinte, elevaram todos os aspectos da sua música ao estatuto de potência nuclear. Velocidade intransigente, leads melódicos de inspiração assinalável e shred. Apetece citar o Athenar, quando passou com os seus Midnight no Main Stage do SWR, em 2019: “You can’t stop guitar shreds and you can’t stop steel!”

Numa era de filtros, de cosmética e de uniformização de produções, os BASALTO colocaram-nos diante da barbárie sónica, através de um som monolítico e cru que é sinestético do planalto granítico da Beira Alta. A sua viagem discográfica, iniciada pelo trabalho homónimo de 2016, tem vindo a revelar progressivamente a coesão do trio de músicos. «Doença» (2018) e principalmente os EPs «Odor» (2019) e «Cólera» (2020) tem revelado uma emancipação de identidade bem fundamentada na exploração do peso através do desenvolvimento harmónico e da paulatina convicção estrutural em detrimento do improviso. Ainda assim, o sentido jam de um palco parece permanecer como o mais indicado ponto para o magmático carácter dos BASALTO.

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