Ainda tratando-se do dia 1 do SWR Barroselas, dando a devida continuidade, logo temos BELL WITCH.
BELL WITCH:
A tão aguardada actuação da misteriosa dupla estaduniense criou um muro sonoro denso e contagiante quando iniciaram os primeiros acordes arrastastados e atmosféricos, mesclado com o seu já bem requintado Funeral Doom.
Tendo sido consagrados com o colossal álbum “Mirror Reaper” de 2017, o seu nome e mestria não eram estranhos a quem já provou do que eles são muito capazes. Verdade seja dita não é de todo uma sonoridade que agrade a grandes públicos, mas a sua prestação ao vivo foi impecável, enquanto as harmonias e dissonâncias eram como ecos fantasmagóricos para o público estupefacto e hesitante, simultaneamente o som era acompanhado por uma projecção de vídeo que convidava à sua apreciação e contemplação.
Tendo em conta que este estilo musical é algo que agrada só a um determinado nicho, um público presente não arredou pé e deixaram-se contagiar pela percussão lenta e os murmúrios hipnotizantes da “Bruxa“, como se de um feitiço se tratasse.
Um grande concerto para viagens psicodélicas, aos que esperavam velocidade só puderam encontrar calmaria e temas longos.
Começaram a tocar as 21h00 no palco Abyss. Aos que não sabiam o que esperar deram de cara com a particularidade musical deles. Alguns torceram o nariz e não se deixaram experimentar, outros aproveitaram o bom momento de proposta diferenciada.
FREDAG DEN 13:E
Oriundos das gélidas e nórdicas terras da Suécia, mais especificamente da carismática cidade de Gotemburgo, não precisaram de grandes apresentações e começaram logo por vomitar a sua fusão de Crust e Hardcore sobre o palco, sem perderem muito tempo com pormenores. Na bagagem já contam com cinco discos de estúdio e uma marcante e memorável presença raivosa ao vivo.
Começaram seu espetáculo às 21:50 no palco Arena, seu estilo mais hardcore punk atraiu e agitou a todos após Bell Witch, onde todos os punks puseram-se à frente.
Temas rápidos, cheios de ódio e stamina a pulsarem como gritos coléricos cheios de um frenesim estonteante que contaminou quem assistia. Muita mosh e insanidade.
CANCER:
Cancer chegou com tudo, deram o melhor e mais violento concerto.
Apesar do vocalista e guitarrista, John Walker, ser o único elemento original da banda, de certeza que sua apresentação realizou o sonho de muitos fãs.
Agora contando com seus novos integrantes, como: Daniel Maganto no Baixo, Gabriel Valcázar na Bateria e Migueloud Ontivero na segunda guitarra.
Foi um concerto muito coeso e cirúrgico principalmente na escolha do setlist, onde tocaram temas dos gigantes e clássicos albuns To The Glory End e Death Shall Rise.
Sua setlist foi composta por:
Blood Bath, Tasteless Incest, Ballcutter, Into the Acid, The Infocidal, Enter the Gates, Death Shall Rise, Garrotte, Meat Train, Down the Steps e Hung, Drawn and Quartered.
DIOCLETIAN:
Diocletian começou a tocar e o submundo estremeceu. Metal Extremo raiz diretamente da Nova Zelandia que fez com que todos ali se pusessem a focar naquela maravilha que encantava os ouvidos, como se estivéssemos em transe.
Não me admira que muitos dos que peregrinaram de outros países ao festival esperavam firmemente por Diocletian.
Muitos compararam com Rotting Christ, o que acredito ser uma comparação injusta tendo em vista que são duas propostas diferentes dentro do Metal Extremo.
Seu setlist foi composto por temas brutais esperados por toda a gente, como:
Doom Cult, The Iron Fist, Deathstrike Overkil, Bullet Vomited, Wretched Sons, Summoning Fear, Traitor’s Gallow, Nuclear Wolves, Berserker Rites, Repel the Attack, Global Slave Enigma, Antichrist Hammerfist.
Um super concerto jamais imaginável numa forma tão acertiva.
GRANDE DIOCLETIAN !!
TERRORIZER:
Tratando-se de Terrorizer, only happy reactions! Um super concerto que botou todos a se
mecher.
Ainda mais com o incrível Pete “Commando” Sandoval quebrando tudo na bateria.
Mas a apresentação foi marcada por um fato interesante:
Pela primeira vez em 35 anos que o baixista que gravou os primeiros discos, David Vincent, actuou ao vivo.
Ele até deu tchauzinho porém nem sequer proferiu qualquer palavra ao microfone.
E ainda, o novo vocalista, Brian Werner (Ex- Vital Remains) que entrou para os Terrorizer no final do ano passado, tornou tudo mais destruidor com sua super presença de palco e a presença fora de palco também. Ele simplemente desceu do palco ao Mosh para cantar no meio de tudo e todos.
O setlist foi variado e bem grande, passando por varios discos, que são 3 ou 4, mas teve foco no World Downfall.
Tocaram 21 músicas, sendo elas: Hordes of Zombie, Subterfuge, After World Obliteration, Storm of Stress, Fear of Napalm, Human Prey, Corporation Pull In, Strategic Warheads, Condemned System, Resurrection, Enslaved By Propaganda, Need to Live, Ripped to Shred, Injustice, Whirlwind Struggle, Infestation, Dead Shall…Downfall, Evolving Era, State of Mind, Crematorium e Nightmare.
E digo mais, básicamente estivemos com os Morbid Angel original, com os integrantes em Terrorizer e ainda no dia 2 do festival que pudemos presenciar o I AM MORBID devastar tudo. Foi emocionante e realizador.
SCHIZOPHRENIA VOIDWOMB:
Devem estar a se perguntar ” Wtf, Vøidwomb aquí outra vez” mas sim, Vøidwomb outra vez, porque o que é bom a gente repete.
Era suposto tocar o Schizophrenia, porém infelizmente tiveram que cancelar de última hora.
Como os Vøidwomb foram vencedores da batalha de bandas (W:O:A Metal Battle Portugal) para tocar no Wacken Open Air na Alemanha, ocuparam lindamente o lugar de Schizophrenia e tocaram novamente.
Eles mereceram, fizeram 2 concertos espectaculares e deram conta do recado.
Assim foi o dia 1 de mais uma edição de sucesso do Barroselas e mais coisas hão de vir.