Dia 2 do Barroselas, corpos cansados e ansiosos. Rostinhos inchados e corpo todo roto, mas todos prontos para mais um dia cheio e perfeito, com bandas que preenchem facilmente lacunas de desejos realizados.
Tivemos Entropiah e Booby Trap para abrir esse glorioso dia de chuva. Booby Trap, que é uma banda portuguesa de Aveiro, estiveram ali a abrir o dia e a mandar ver no seu thrash crossover pondo todos a acelerar, tocaram os seus temas mais conhecidos do seu último álbum: The End of Time lançado em 2023.
Mas no tocar do ANALEPSY que tudo passou a pegar fogo de verdade.
Os portugueses retornaram ao palco do Barroselas após 5 anos com o seu brutal death metal que penetra a mente de qualquer um, principalmente tratando-se do fato que nos trouxeram bastante do seu álbum Quiescence no setlist, sendo composto por: Locus os Dawning, Impeding Subversion, Witnesses of Extinction, Fractured Continuum, Stretched and Devoured, Apocalyptic Premonition, The Vermin Devourer e Genetic Mutations.
Logo após, mais coisa boa nacional… NECROBODE! Cara de mal, sangue, riffs pesados e bateria marcante. Eu particularmente adoro esses portugueses, de todas as vezes que os assisti, foram espetaculares. Eles têm aquela vibe que quem sabe o que esta fazendo e se prestam a fazer da melhor forma, nunca a dececionar. E dessa vez não foi diferente.
Os meninos do Necrobode deliciosamente deram conta do recado, subiram ao palco e apresentaram seu Black/Death destruidor. Estivemos todos “SOB O FEITIÇO DO NECROBODE”, que, não ironicamente, é o álbum que nos deixou enfeitiçados, que está presente seu setlist mesclado com o álbum “Metal Negro da Morte”.
Sendo o setlist composto por: Tumba Universal, Santo Santuário, Inferno Escarlate, Blasfémia, Possuído, Sodomia Bestial, Veneno, Sangue da Virgem, Metal Negro da Morte, Satanás Governa, Evangelho Negro e The Gate of Nanna (Cover Beherit).
VULTURE começou com sua forte energia, O MAIS PURO HEAVY METAL bailado. Uma grande energia emanava ali. O som clássico e envolvente que chegava para o público, era incrível. Sei que muitos ali sempre tiveram vontade de assisti-los.
O seu setlist foi composto por Screams From The Abattoir, Unhallowed & Forgotten, Clashing Iron, Ralm Of the Impaler, Vendetta, Where There’s A Whip, Star-crossed City, Sentinels, Electric Ecstasy e Vulture. – Os alemães sabem muito bem como fazer o bom e velho speed/heavy metal.
CHILD, uma banda sueca de grindcore que sinceramente eu de início não tive tanto interesse em assistir, mas eu fiquei foi de boca aberta com a energia que emanavam e seu concerto em si não foi mal, foi ótimo, na verdade.Musicalmente são ótimos, todos se jogando e divertindo-se ao máximo. É exatamente o tipo de Grind que me agrada, rápido, pesado e rasgado. Antes eu não os conhecia e fiquei bem surpreendida.
SARGEIST, BLACK METAL E DESTRUIÇÃO. A banda finlandesa não deixou baixo o porquê estavam ali, deram tudo de si por uma apresentação possessa. Uma das mais esperadas pelos entusiastas do black metal dessa linha. Sinceramente, quem não gosta de voz rasgada e riff alucinantes, com letras infernais e caóticas?? — Pois a mi me encanta!!!
Eles usavam aquelas capas de monge, com a corda amarrando, corpse paint e cara de mal com todas as forças. Visualmente, a julgar por todo o teatro da apresentação, se vê um pouco engraçado. Mas o seu brutal e verdadeiro som invadiu as nossas almas e fez-nos desejar cada vez mais, inclusive com o setlist que não deixava a desejar: Sargeist, Empire of Suffering, Black Treasures of Melancholy, Kingdom Below, Heretic Iron Will, Satanic Black Devotion, The Shunned Angel, Returning to Misery & Comfort.
NOSTROMO, uma banda suíça de hardcore/metalcore com pitadas de grindcore que sinceramente não me convenceu muito. De fato, todos ali são ótimos músicos, mas pareceu-me tudo um pouco desconexo e fazia-me confusão tentar entender do que se tratava. Ao menos os que ali seguiram a experimentar algo novo puderam se divertir com um pequeno mosh feito.
KRYPTS, finlandeses que fazem Death/doom um pouco atmosférico, quase com um ar meio-ritualista. Ora muitos riffs calmos e detalhados, ora riffs extremamente acelerados. Eles souberam cativar a atenção de todos que ali queriam descobrir mais. E enquanto os riffs soavam com letras que vagueavam entre espiritualidade e ancestralidade. Foi uma banda que valeu a pena descobrir.
THANTIFAXATH o trio canadense que dão a cara pelo black metal melódico, vestidos com capuz, todos em anonimato tapando a cara e tudo mais o que todas as bandas do meio oferecem. No primeiro contacto pareciam apenas mais do mesmo, apesar de eu ser grande apreciadora do estilo musical, os julguei com toda a força. Até começarem a tocar e os seus ruídos inundaram todo o festival e eu pude ver que eu estava MUITO ENGANADA. Eles estavam ali a agitar e os nossos corpos todos se corroendo com o som que ultrapassava toda e qualquer expectativa. Eu consegui o cd do último album Hive Mind Narcosis e o escutei completamente em outro momento e todas memorias que chegaram a minha mente foram boas referente a esse belíssimo momento do concerto.
I AM MORBID começou com sua belíssima e tão esperada presença. Todos ansiávamos por ver um pouquinho do Morbid Angel que ainda nos sobra. A minha sincera reação foi WHATAFUCKKKKKKK????? – Nunca que na minha vida ia esperar de fato ter essa belíssima experiencia!!! Fogo, os Morbid Angel!!!!! Tudo bem, há quem diga que não são os originais e velam uma chatice em cima dizendo que preferem os antigos. – Okay, eu entendo.
Mas na minha opinião, o I Am Morbid é a versão do Morbid Angel atual mais melhorada. Instrumentalmente falando estão melhores e atualizados. Ainda mais com o fucking Commando, o nosso grandioso Pete Sandoval, arrasando na bateria desde sempre.
O Morbid Angel está mais que vivo, minha gente. Que show absurdo de bom, tocaram temas clássicos do primeiro álbum de Morbid Angel, fizeram um show extraordinário com muita emoção.
O seu setlist foi NADA basico: Omni Potens, Immortal Rites, Fall From Grace, Visions From the Dark Side, Blessed Are the Sick, Rapture, Pain Divine, Eyes to See Ears to Hear, Maze of Torment, Dominate, Where the Slime Live, God of Emptiness e World of Shit (The Promised Land). – NADA BÁSICO, SOMENTE TODAS AS MÚSICA QUE MAIS GOSTAMOS.
E ainda, Bill Hudson, o queridissimo e simpático guitarrista de I am Morbid, nos concedeu uma entrevista rápida antes do show, e logo, logo soltaremos essa belezinha para vocês. Fiquem atentos!!!
HEXECUTOR finalizou a noite com seu heavy/thrash metal de lei com pitadas de speed metal, debaixo de uma chuva e um frio congelante, os franceses souberam muito bem como manejar o público e aquecer os nossos corações. Assim como Vulture, Hexecutor traz no seu heavy metal aquela cena mais bailada onde é difícil ficar parado.
Desde o front ali era possível ver toda a malta se divertindo, mas também um casal de franceses que atravessaram numa viagem longa França e Espanha para chegar em Viana do Castelo para o Barroselas, sentiam orgulho de tudo o que viam e acreditavam.
Os meninos da banda disseram que já tiveram apresentações melhores no sentido musical do show deles, NIN-GÚEM NEM SEQUER TEVE O QUE RECLAMAR. Todos ali estavam extasiados por vê-los, para mim foi um grande concerto. Ainda mais com seu setlist que foi deliciosamente composto por: Buried Alive with Her White Silk Dress, Ker Ys, Eternal Impenitence, Hangmen Of Roazhon, Tiger of the Seven Seas, Visitations of a Lascivious Entity, La Socière Du Marais e Soldiers of Darkness.
Stay on HEAVY!!!!!
Por que o Barroselas acerta tanto? Eu não sei dizer, mas nossas vidas se preencheram ainda mais de alegria, satisfação e realização por todas as bandas que ali tocaram.