Para o terceiro dia estavam reservadas as sonoridades mais “pesadas”, passando por vários subgéneros do metal, e o warm up esteve a cargo dos Bizarra Locomotiva. A hora escolhida talvez não tenha sido a melhor para a intensidade e obscuridade do metal industrial dos Bizarra, mas mesmo com um por do sol radioso, Rui Sidónio mostrou porque é um dos frontman mais carismáticos da cena metal nacional. Não parando um segundo em palco, descendo mesmo várias vezes deste para interagir com o seu publico, enquanto desfilava pelo pit, qual animal enjaulado, até escolher com quem partilhar o microfone. Numa espécie de ritual desta locomotiva, foi vertido diretamente de uma garrafa com o logo da banda, para a boca de alguns fãs algo que acreditamos não ser certamente água mineral! Foi ainda tocado um tema inédito “Volúpia”, tema do próximo disco, “Volutrabo”. De destacar que, apesar da hora eram muitos os fãs da banda que aguardavam a atuação, formando uma massa humana que aumentaria com o cair da noite.
Já completamente de noite, era altura de subirem a palco os Apocalyptica, a banda finlandesa de metal sinfónico conta também com um generoso numero de fãs em Portugal, algo que foi notável com a adesão do publico à sua atuação. Ainda antes das covers que ajudaram a celebrizar a banda, foi o tema original “Ashes of The Modern World” do ultimo álbum, que abriu o concerto, com o seu som vibrante dos violoncelos. Ouviram-se então temas de Metallica com grande impacto e envolvência do publico como por exemplo “For Whom the Bell Tolls”, “Nothing Else Matters” e “Seek & Destroy” com o publico a cantar as musicas sempre em êxtase! A dinâmica atuação dos Apocalyptica seria encerrada com “In the Hall of the Mountain King” de Edvard Grieg.
Com um palco cénico de acordo com o estilo musical intenso e dramático que os caracteriza, os Within Temptation eram na realidade os cabeça de cartaz desta 3ª noite. Ainda dentro do metal sinfónico, embora bastante diferente daquele tocado pelos Apocalyptica (este bastante mais instrumental), a banda liderada por Sharon den Adel começou com o tema “Our Solemn Hour” seguindo-se “The Reckoning” e “Faster”. Foram ainda tocados alguns temas do novo álbum entre eles o single “Wireless”, “Entertain You” e “Bleed Out” tema que dá o nome ao disco a ser lançado em outubro deste ano e que aborda os direitos humanos. Durante um emotivo apelo à paz e ao fim das guerras foi empunhada pela vocalista uma bandeira da Ucrânia em homenagem aqueles que sofrem com esta guerra. “Mother Earth” do álbum de 2001 com o mesmo nome, encerrou na perfeição uma atuação que ficará marcada na memória de quem esteve presente!
O “after” desta noite ficava a cargo dos australianos Pendulum, e dizemos “after” porque na realidade esta teria sido a noite mais musicalmente homogénea, com exceção precisamente dos Pendulum que apesar de não se encaixarem no género musical das 3 bandas anteriores, encaixaram perfeitamente no ambiente de festa e diversidade do Vilar de Mouros. Temas como “Propane Nightmares”, “Come Alive” ou “Witchcraft” meterem o púbico a saltar e a dançar até ao final da noite transformando o recinto do festival numa gigantesca rave!