Entrevistamos Vinnum Sabbathi , banda mexicana pioneira na cena, com uma temática peculiar e que foi solicitada pelo público para este festival.

1. Nos conte, o que é música Sci-Fi?

Juan (J): A banda não aborda os temas mais tradicionais do gênero Doom. No nosso caso, tentamos fazer com que a música seja uma espécie de “trilha sonora” para eventos como o lançamento de uma missão espacial, explosões cósmicas ou procedimentos em gravidade zero. Por isso acrescentamos o “Sci-Fi” quando falamos de rótulos.

2. Como nasceu o projeto? Esta é a formação original?

J: A banda começou como um projeto solo em 2012. Naquele ano gravei uma demo caseira tocando todos os instrumentos. Nesse mesmo período, Samuel entrou no baixo e fizemos algumas apresentações de drone. Em 2013, Gerardo entrou na bateria e Roman para colocar samples ao vivo.

Atualmente a formação continua a mesma, embora no passado Gerardo tenha se ausentado para estudar e nesse período nosso amigo Leonardo Cardoso (Nazareno el Violento, Apocalipsis) tocou bateria conosco.

3. Sua banda é instrumental, mas costuma ter gravações de voz. Sobre o que são?

J: Principalmente abordamos temas científicos focados na exploração espacial, considerando eventos astronômicos e a participação humana nesse campo (como a corrida espacial, por exemplo). Isso está representado principalmente na série de colaborações com bandas amigas, chamada HEX.

Quanto ao Sci-Fi, deixamos a imaginação fluir especialmente em nossos dois álbuns, explorando ideias sobre o futuro da humanidade em sua busca por ferramentas para cruzar a barreira para uma civilização Tipo I e as consequências que isso poderia trazer (nota: uma civilização Tipo I é aquela que consegue acessar, armazenar e utilizar toda a energia disponível em seu planeta).

4. Conhecendo sua música, parece óbvio que vocês se encaixam no Doom City Fest . Mas para quem nunca os ouviu, como explicam essa conexão?

Gerardo (G): É um festival com muita história. Alguns anos atrás era impensável ter uma banda internacional de Doom passando por aqui, e hoje é relativamente comum termos bandas pesadas no México pelo menos uma vez por mês.

Mais do que se encaixar, na minha humilde opinião, Vinnum Sabbathi foi uma banda precursora do gênero no país, com muito trabalho por trás que ajudou direta e indiretamente no crescimento dessa cena. Além, é claro, dos sons pesados e lentos característicos do gênero.

5. O público os escolheu para esta edição do festival. Como eles os conhecem?

G: Não lembro quantas turnês fizemos no país, mas foram várias. Além disso, tivemos a sorte de realizar duas turnês na Europa e colaborar com várias bandas internacionais renomadas, como nossos amigos do REZN .

J: Exato. Somos privilegiados por conhecer grande parte do México e algumas regiões da Europa, tocando com grandes bandas e amigos do circuito underground, além de colaborar com outros projetos para apoiar o trabalho das bandas, como o selo LSDR Records e o blog Doomed & Stoned Latinoamérica .

6. O que sentem ou que expectativas têm ao participar do Doom City Fest ?

G: É sempre gratificante ver que o que um dia parecia impossível está acontecendo. Para mim é algo surreal tocar com bandas que nunca imaginei que tocaria (ou mesmo que veria tocar). O melhor é que sempre aproveito para rever grandes amigos que apoiaram esse projeto desde o início e continuam contribuindo para que ele não morra.

7. Têm algum plano? Algum álbum em processo ou turnê?

J: Estaremos pela terceira vez na Europa em agosto para promover o lançamento de um novo EP. Ele será lançado em vinil e fita cassete com selos europeus e tem como tema a relação humano-máquina, focando na participação do nosso país na era espacial com o lançamento dos satélites Morelos em conjunto com o astronauta Rodolfo Neri Vela.

Vinnum Sabbathi

8. Mais alguma coisa a acrescentar?

G: Agradecer a todos que tornaram isso possível e convidar a todos para continuarem apoiando os projetos nacionais – a melhor forma é comprando ingressos, adquirindo merch e indo aos shows.

J: Estender o convite para que todos leitores venham ao Doom City Fest . Seu apoio torna possíveis essas iniciativas. Também agradeço a todos que apoiaram não só nossa banda, mas todo o circuito underground do país, selos, blogs, fóruns e todos envolvidos – kudos!

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