Em sua primeira edição no sábado dia 7 de outubro às 14h00min na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, 2132, bairro Sarandi, Porto Alegre aconteceu um grande festival, o Zona Antifa Oktober HellFest, organizado por Neto Oliveira com o apoio, entre outras pessoas, do Jean Andrade da Alvo Cultural que merece uma atenção especial por ser uma associação que desde 2005 tem a pretensão sadia de elevar o desenvolvimento da cultura urbana, oferecendo Oficinas, Cursos etc, vale dar uma olhada na página do projeto lá no Facebook e até participar.
Sobre o festival então foi exatamente isso, um grande evento underground, em termos de público, bandas da melhor qualidade, responsabilidade da produção, cerveja gelada, refrigerante liberado e grátis para a criançada, tudo isso sim e o ingresso por uma barbada.
Enfim foi perfeito, o festival aconteceu com a presença de quatorze Bandas abrindo espaço para cerveja gelada, ótimas companhias, um medley de Bob Marley protagonizado por um participante eufórico e super entusiasmado, e também extravasarmos nossa revolta política e social, uma vez que as mensagens temáticas eram carregadas de criticas nesse sentido.
Iniciou com a apresentação da Banda Golpe de Alvorada – RS, seguindo com a Pogo Deskontrol HC punk nervoso também de Porto Alegre, na sequência a Banda Distúrbios, entrando logo depois a Death Watch DE Viamão – RS e seu Thrash Metal com Junior Fraga – Guitarra, Renato Arguelho – Bateria, Alex Silveira – Vocal, Leonardo Andrades no Baixo e Rafael Hernandes na Guitarra, tudo muito rápido e tranquilo, pois a organização foi eficiente, os percalços foram pouquíssimos e resolvidos na boa.
Segue o festival pela noite adentro Os Repetentes vindo de Canoas no punk Rock desde 1999, Discrença de Esteio na cena também desde 1999 e hoje com a seguinte formação: Roger Cardoso Cigaran Eraldo Santana Leonardo Neves e Marcus Lento.
O frio pegando e para esquentar a galera entra a Banda Rejeitados Pelo Ódio, Hardcore Banda composta por Luciano “Diabão” no vocal, Casca HC “Vincent Vega”no baixo, Renato “Bay Ray” e Cristiano Baum na guitarra e Alexandre “Tim Maia” na batera, seguindo com a KDP a qual, como disse o Neto, trouxe um grind core do inferno, uma desgraceira total.
Infectus Muertos se apresentou tendo o organizador Neto Oliveira no vocal, mais o Jone também no vocal, na guitarra o Vagão, no baixo o Fife e na batera o Pércio, aqui repasso a proposta da Banda que é criticar o governo, o sistema capitalista e mostrar a dura realidade que é morar e sobreviver dentro da favela, tendo que conviver com assassinos das piores espécies, que na verdade são produtos de uma sociedade capitalista, onde na grande maioria das vezes são estes mesmos assassinos que garantem a proteção do morador, tendo em vista que na realidade do país em que vivemos, a polícia existe para proteger a elite e o governo. Ainda alegam não fazer apologia ao crime, mas infelizmente ter que conviver pacificamente com o mesmo. E o festival andou nessa linha, acompanhou a temática do organizador, um espaço de muita critica politica e social, mas com muita diversão também.
Partindo para a finaleira entra a – THC Banda de Loco Jones, Carlos Nenê, Nat Porcão e Bruno Ruffles, vindos de Alvorada – RS, se classificam como uma Banda de rap core com algumas pegadas de reggae e metal, a proposta temática são problemas sociais do cotidiano.
Faltando pouco para o desfecho final do festival entram a Remakers de Cachoeirinha e logo na sequência a Banda Revolta XXI com seu Trash Hard Core, Banda composta por Fussa na guitarra e vocal, Gordo no baixo e vocal e Mayki na batera, de Butiá – RS.
A penúltima Banda a se apresentar, foi a Banda Troll de Porto Alegre, que mostrou um diálogo perfeito de gêneros, Death, Grind, Hardcore, Crossover, abordando reflexões sobre a conexão com a natureza tanto interna quanto externa ao ser humano, mistérios do universo, misticismos, outras dimensões e frequências, autoconhecimento, evolução, formada por Ruinas (Rodrigo Rootsnr) no vocal, Phill Barragan na guita, Daniel Trench no baixo e Cássio Quines na batera, a galera entrou no astral da Banda e fizeram um bonito Genki Dama (gesto de levantar as mãos em busca de energia positiva que dá o nome a uma das músicas do setlist apresentado).
Finalizando o festival e com um público ainda fiel e pilhado entra a Banda ARD Hardcore da cidade satélite Gama do DF, carregando a bandeira do Punk desde 1984 encerram o festival no melhor estilo, a galera respondeu, se divertiu pra valer, não faltou dancinha e cantaram junto, com destaque para algumas músicas. Sem mimimi a mulherada curtiu a música Meggie, a música Antifa Gama também agitou a galera que cantou junto tendo a participação especial de vários no vocal, ficando no final uma mistura perfeita de Banda e público.
O projeto merece toda atenção e consideração, tanto pela organização, quanto pela proposta de não deixar o underground morrer e pela verdadeira dedicação do organizador Neto Oliveira, o qual pretende que seja o primeiro de uma sequência e, mais bonito ainda, carrega a intenção de reverter a grana dos ingressos para compra de aparelhagem profissionalizando mais ainda os festivais que se seguirem.
Em entrevista o Neto relatou todo o trabalho que foi essa produção, contando com a amizade e a boa vontade de amigos, relato esse que fará parte de um breve documentário, ainda em edição, sobre o festival e que logo estará disponível.
Repasso as palavras do organizador: Quem faz o underground somos nós! Que venham vários outros festivais assim, que se concretize o projeto e, estaremos lá, dançando, batendo cabeça, com diversão garantida. Obrigada Neto Oliveira.