Moreno Simões, primeiramente nós do Cultura em peso agradecemos pela oportunidade de entrevistá-lo e esperamos ajudar na divulgação desse seu novo projeto que é o Trépano.
Conta pra gente quando a banda teve seu início ?
Temos aproximadamente 7 meses de banda, construídos com base em um projeto meu idealizado a mais ou menos um ano.
Qual a formação da banda?
Bob Guedes na guitarra, Willian Rinco no baixo, Felipe Souza na bateria e vocais por Moreno Simões.
Vocês já lançaram um álbum né? Qual o nome?
Na verdade finalizamos as gravações dia 27/06/2020, partimos agora para fase de mixagem masterização e produção do EP, a cargo do nosso guitarrista Bob Guedes, seguindo a filósofa Hardcore : “faça você mesmo!”. O nome e capa ainda não foram revelados. Devemos divulgar mais informações nas próximas semanas de julho, fiquem ligados !
Como você classifica o estilo da banda?
O início do projeto ainda no papel, tinha uma proposta bem voltada ao Hardcore NY, porém cada integrante trouxe seu conteúdo e influências variadas, formando um estilo bem particular e próprio do Trépano. Alguns amigos que acompanham as gravações do EP, dizem ser uma mistura de Hardcore, Metal Extremo, Beatdown e Groove , mas eu chamo de “som da rua”, a voz de uma massa de poucas palavras.
Do que se tratam as letras em sua maioria?
Em sua maioria as letras levam uma carga forte de auto ajuda, protestos e reflexões do cotidiano alternativo, carregadas de uma dose desmedida de agressividade.
De onde surgiu a ideia do nome Trépano?
Trépano é um instrumento cirúrgico, uma espécie de furadeira para abrir perfurações no crânio, técnica utilizada para retirada de coágulos sanguíneos causados por impactos fortes que impedem a oxigenação no cérebro. Na proposta da banda, uma entrada de forma agressiva para assim oxigenar o cérebro do ouvinte, dando força para continuar a batalha diária por sobrevivência e encorajando a luta contra o sistema podre.
Anteriormente ao Trépano, você já teve uma outra banda que tinha um estilo bem diferente…Conta pra gente que banda era essa,como foi essa transição?Quanto tempo se passou até se chegar a formação do Trepano?
Em meados de 2005 formei uma banda de Death Metal, chamada “Hematoma” as letras em sua maioria atacavam sem piedade a potência católica e seus símbolos idolatrados. As atividades do Hematoma encerraram por volta de 2009 por desentendimentos internos, após esse período tive uma outra banda (Chaos A.D) que fazia tributo ao “Sepultura”, (fase Max apenas) que após alguns shows se desfez. No ano de 2018 fiquei bem envolvido ao cenário Hardcore SP, onde comecei a idealizar meu novo projeto, fase em que o metal e sua temática já não faziam mais tanto sentido pra mim. Estava motivado a falar assuntos e protestar contra coisas não abrangentes ao death metal, Essa transição do “Death Metal” ao “Metal Hardcore”, amadureceu durante 3 anos na minha mente.
Moreno, você sempre esteve envolvido no meio do metal inclusive tem mtos amigos que tem banda como os caras do Claustrofobia por exemplo.Como está sendo o feedback por parte dessa galera das antigas com relação ao trépano?
Sim, sempre me relacionei com nomes fortes da cena metal, dentre eles, o Claustrofobia é um dos que me inspiram mais, (mesmo nessa fase mais HC de minhas composições), por não ficarem engessados as regras que os ‘truezão” do rolê cagam pela boca, sobre uma cartilha a seguir pra ser headbanger rs, e por trazer além de metal, uma dose de malokeragem de rua que sempre me atraiu. Temos a honra de ter a acessória das Mix e Masters de cada música pelo meu irmão e grande baterista Caio D’Angelo, conhecido também como Caio Clautro, que desde o começo da minha idéia apoiou e deu seu Feedback sincero sem meias palavras. Tenho tido um feedback bem positivo tanto no metal como no Hardcore.Os comentários são de que não estamos fora de nenhum dos dois cenários e que unimos com maestria os estilos numa coisa só.
Alem de vocalista você também é tatuador,reconhecido e premiado muitas vezes…Você acha que musica e tattoo andam juntas?Qual a importância da arte na sua vida?
Que legal poder falar de uma coisa somada a outra numa entrevista, pois as duas coisas pra mim sempre andaram muito juntas, tanto a arte de tatuar como a de fazer um som são manifestações de rebeldia, Quando a Tattoo entrou na minha vida, entrou pelos mesmos motivos que o rock, por não ser modinha, banal e nem um modelo recomendado pela sociedade. Uma forma de externar o não pensar como a maioria, que nos dias de hoje é meio que “descolado” ambos estilos de vida, mas num passado próximo era marginal e víamos a sociedade se benzer quando passávamos (eu adorava) hahaha. A arte sempre teve enorme importância na minha vida, sou filho de hippies, cresci no meio dos pincéis, tintas e ouvindo música boa, não saberia viver sem uma das expressões
Voltando ao Trépano, nesse tempo de banda houve algum show que marcou vocês ?
Na verdade, como temos 7 meses de banda, tivemos apenas um show antes que a pandemia parasse nossas atividades, foi o “Cold Mentality Fest”, rolou numa tradicional casa de shows de Hardcore em SP, (Jai Club) tocamos com grandes nomes da cena HC como : Marca de Honra, Detrimento e nossa maior aliada e grande referência para nós, o “Fucking Violence” do Thiago Monstrinho, entre outras. Abrimos o festival com um grande calor humano por parte do público e contamos também com uma participação do Monstrinho em uma homenagem ao extinto Worst, foi foda e muito importante pra nós esse início. Aproveitando para agradecer a organização nota 1000 do Yago e seus sócios 🙏 aguardamos ansiosos por estar nos palcos do Fest outra vez.
Antes da pandemia,vocês tinham algum plano que tiveram que adiar?
Tivemos alguns shows e a gravação de um clipe oficial cancelados, porém aproveitamos essa fase para composição e gravação do EP, assim quando tudo normalizar, estaremos prontos para cair na estrada, com material em mãos pra ser consumido pela galera.
Em primeira mão,ficamos sabendo que vão lançar uma música com a participação do Monstrinho do fucking Violence !Como foi essa experiência?
Monstrinho é um irmão que a vida nos deu, acompanha desde a primeira letra, ainda sem melodia, dando um puta apoio e feedback. Quando a coisa ainda estava no papel ele mesmo me disse : vamos gravar algo juntos né ?! O que nos motivou muito. Tudo que criamos de novo, peço uma acessória a ele, então em determinada melodia ele disse: vamos gravar essa juntos que tá bem loka eim ! Gozei com o convite né ?! rs, propus a ele que então compuséssemos juntos. Escrevi meu trecho, criei as linhas de voz das minhas partes e mandei pra ele com uma parte sem letra, para que escrevesse interagindo com minha letra, criasse suas linhas de voz e gravasse como bem entendesse, gerando em nós da banda uma puta expectativa, que foi superada além do imaginado. Foi uma experiência ímpar e sem tradução pra mim e para banda, sou muito fã do trabalho do Monstrinho desde o Worst, banda que me levou pra cena Hc de vez. Aguardem essa pedrada que tá violenta demais, o que posso adiantar é, que a audição da vontade de matar e se chama “Rua”, fiquem ligados 😉.
O que o público pode esperar da banda nos shows ao vivo?
Recomendamos protetores de dente, guarda fechada e preparo físico. Os shows são energéticos violentos e podem levar a completa exaustão. Fizemos os sons com levadas de beatdown hc, que libera um primitivo instinto, de socar e chutar, no ouvinte. Nas partes mais hc, as rodas mais parecem uma batalha de guerreiros insanos, recomendo pelo menos uma vez na vida essa experiência.
Em tempo de pandemia,como podemos apoiar a banda ?
Nesses tempos, as bandas são apoiadas por venda de merchandising, divulgação dos lançamentos, compartilhamentos de novidades da banda, aquele apoio em forma de likes e comentários e principalmente, a galera deve seguir e curtir nossos meios de comunicação.
Deixe uma Mensagem final a todos que te acompanham e que já curtem ou querem acompanhar a banda.
Queremos agradecer a cada um de vocês que já apoiam e acompanham a banda, a vocês também que estão lendo essa entrevista até aqui, tornando nosso sonho real. Por cada um de vocês, mantemos essa chama acesa e enquanto estivermos todos de mãos dadas e não nos separarmos por etnias, crenças ou estilos de vida, estaremos vivos, fortes e criando conteúdo para por o mundo pra pensar e protestar!
Merchandising: encontrados no Instagram da banda informações e reservas via direct
Redes sociais (banda) : Facebook Trépano HC , Instagram: trepano_hc , Youtube Trépano HC
Redes sociais (integrantes) : @bob_guedes_guitar , @evaldo.dpaula , @willrincopereira @morenosimoestattoo
Uma foto da banda
Mais uma vez valeu mesmo pela força ao Cultura em peso , esperamos ver e falar mto do Trépano em nossas redes sociais.