Entrevistamos o Tëaser, banda paulista fundada em 2015 e composto por Nine Sixx no vocal, Tchucky na bateria, Andre Hard no baixo e Filipe Hard-Foxx na guitarra. Confira nosso bate papo.
Sabemos que o Tëaser é uma banda de hard rock da cena paulista, tocando pelas noites, com todo o visual glam. A banda acabou de lançar o seu primeiro álbum intitulado “Devil Girl“. Conte um pouco sobre esse trabalho de estreia.
Como muitos que acompanham a nossa trajetória sabem, o Tëaser começou há quatro anos como uma banda cover dos clássicos de Mötley Crüe, por sinal uma grande inspiração para nós. Entretanto, sentíamos a necessidade de fazer nosso próprio trabalho. Então Tchuck (baterista), começou a trabalhar nas várias faixas que há em nosso primeiro álbum, sendo a primeira a ser ensaiada que leva o nome do nosso disco. Começamos primeiro apresentando aos poucos a músicas autorais até que surgiu a oportunidade de gravarmos e assinarmos com a Classic Metal.
Tëaser inicialmente era uma banda cover do Mötley Crüe, não posso deixar de comentar a notável semelhança com o mesmo na sonoridade das músicas autorais. Como é reação das pessoas quanto a isso e receptividade que vocês têm nos shows?
O nosso público adora essa semelhança porque ouvem algo que não foge da tradição do Hard Rock, mas sem perder de vista a originalidade. Essa sempre foi a ideia, aliás, muitas faixas mesclam outras influências, não apenas de Mötley Crüe e sim de todo rol de bandas que curtimos muito.
A banda está lançando o primeiro disco pelo selo Classic Metal de SP. Como surgiu essa parceria?
Estávamos realmente procurando alguma gravadora que pudesse lançar nosso trabalho, então o Diego da banda Biter (que já era uma banda lançada pela Classic Metal) indicou o contato. O André Hard (baixo) que firmou a parceria com a gravadora e por enquanto essa parceria tem rendido muitos frutos.
Quem compõe as músicas, como surgem as ideias e sobre o que elas falam?
O álbum tem oito faixas, apenas duas não são composições de Tchuck. A maioria das ideias para composição vem sem dúvidas do repertório que todos têm nesses longos anos de bandas. Sobre as letras ficamos fieis sempre a temática sexo, drogas e muito rock. As letras falam dessa vida marginal, das festas, das ruas e do prazer de tocar. Apenas a “The Time” que fala sobre o tempo (uma inspiração da filosofia agostiniana) e refere-se a perda de um ente querido.
A cultura “oitentista” está entranhada no mundo do rock e heavy metal underground. Exatamente porque, os anos 80 foram o auge desse movimento ou estilo e hoje em dia soa datado. O rock sempre foi algo revolucionário e intrigante ao mesmo tempo. As pessoas costumam ter essa ideia de que o hard rock/heavy metal está sempre presos nos anos 70 e 80. E isso é um assunto delicado de se abordar. Qual o ponto de vista da banda?
Nós não somos contra a evolução do rock seja na forma de pensar ou seja na forma de tocar, afinal de contas a bandeira da liberdade sempre foi presente no rock n’ roll. Agora a banda Tëaser tem seus pés fincados na tradição do underground mesmo, mantemos a nossa postura de falar desse tema que se perdeu ao longo dos tempos: o sexo (prazer), as drogas (contravenção) e o rock n’ roll como esse amor ao que somos e como vivemos.
Hoje em dia os serviços de streaming (plataformas digitais, etc.) são grandes portas para bandas e artistas, porque possibilita visualização não apenas no nosso círculo de convivência na cena e sim no mundo todo. Vi que, o Tëaser ainda adota uma maneira “standard” de divulgação, ou seja, material físico e shows, que é muito importante, porém hoje em dia não é o suficiente para o alcance do reconhecimento necessário. O que a banda pensa sobre isso? E futuramente, vocês pretendem lançar o material em mídias digitais?
Sim, estamos atualmente trabalhando para ampliar a divulgação pelas plataformas digitais. Não somos contra esse tipo de divulgação, apenas não colocamos ainda como dissemos, mas estamos ampliando nosso trabalho para que seja divulgado também nessas plataformas digitais.
Agora voltando lá no início, como começou a banda? Conte um pouco dessa história.
A banda começou com o projeto dos irmãos Tchuck e André Hard como cover de Mötley e uma volta a essa sonoridade anos 80’s tanto no som como no visual. Estávamos com um show marcado no Mineiro Rock Bar (lugar onde a banda se despontou), mas nosso guitarrista por questões pessoais abandonou o barco. Então faltando um mês para o show um amigo nosso de Osasco (Thiago) indicou o Filipe Hard Foxx para ensaiarmos. Ele entrou em contato e logo começamos a ensaiar e beber bastante. Fizemos o primeiro show insano com a Susana nos vocais (irmã do Tchuck e do André Hard).
Após a apresentação, conhecemos a Aline que demostrou interesse em trabalhar com a gente, já que a Susana não era um vocal fixo, e mantemos essa formação até hoje. Aprontamos tudo que uma banda deve aprontar, além dos shows a amizade que há entre nós é muito forte.
Falando sobre o disco, como estão sendo os shows de lançamento, aceitação do público e quais os projetos futuros?
A aceitação do nosso público tem sido muito boa. Por eles e para eles é que voltamos toda nossa atenção. Eles nos dão energia suficiente para aprontar todas. Os shows de lançamento estão sendo sempre insanos adoramos tocar em bares underground e sentir o público mais próximo. Sem frescuras de isolamento entre artista e público. Gostamos de ir aos shows a bagunçar com eles. Sobre os projetos futuros envolvem dentre alguns pontos, gravar um novo álbum, investir em plataformas digitais e continuar dando essa festa maravilhosa de muita energia nos shows.
São Paulo é uma cidade muito grande, com uma atividade noturna intensa, vários bares, pubs e muitas bandas também, de diversos estilos. Como vocês enxergam a cena, existe espaço para todos os estilos ou a banda tem que ficar correndo atrás do seu próprio espaço nas noites paulistas?
Existe e sempre existiu uma cena underground muito forte em todos os estilos. Principalmente nas periferias. Existe também aquela cena mais interessada em um público mais seleto que claramente não é muito o nosso interesse. Os contatos entre as bandas ajudam a fortalecer a cena e é assim que os shows acontecem. Há sempre uma parceria entre as casas e as bandas. Era assim no Mineiro Rock Bar, no Caveira Velha, Rancho do Rock, Relicários e por aí a fora.
Já que perguntamos sobre a cena de SP, vocês têm intenção de expandir o alcance da banda e ir para outros estados ou até outros países? Quais os planos para que isso aconteça?
Sim, estamos trabalhando para isto através de contatos com outras bandas, com as casas de show. Mas, o Tëaser é aquele tipo de banda que enxerga o rock como um estilo de vida e não apenas como um estilo musical. Portanto, levar a gente para tocar em outros Estados é a tarefa mais simples do mundo. Tendo diversão e as condições essenciais para que o show aconteça com certeza estaremos lá.
Qual o estúdio que vocês gravaram o CD?
O estúdio Conspiração Records que fica em Osasco, grande São Paulo. A região conhece como Estúdio do Lau, já que é esse insano que toca os trabalhos por lá.
É um estúdio muito legal com uma assistência legal e sem contar que somos amigos de bandas e de garrafas.
Espaço para agradecimentos e informações adicionais.
Agradecemos imensamente o espaço que vocês nos concederam com essa entrevista, ao carinho de todos pelo nosso trabalho, as casas que abrem as portas para que possamos divulgar nossa arte. Com muito carinho mesmo que só podem ser expressas com muita diversão e com muito rock.
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