Meus amigos sabem que uma das coisas que eu mais odiei vindo morar em Erechim é a falta de uma cena autoral aqui. Fazendo música e buscando seu espaço, sempre curti esse tipo de banda (aqui na cidade conheci o Lucas da banda Fish Ventura, que é uma banda autoral – mas não exatamente de Erechim…na verdade é uma longa história).

Então esses dias finalmente me deparo com um post no Facebook “Apresento a vocês o novo EP ‘Negative.Space’ da minha banda ‘Underrated‘ experimental/post rock/progressivo/instrumental… VAI ERECHIM” e sinceramente meu coração se encheu de orgulho dessa cidade, mas, como tudo que criamos muita expectativa tem muita chance pra ser um fracasso, fui escutar.

Uma palavra define esse EP: surpreendente! Em uma cidade que a cena se define de músicos voz e violão em bares tocando aquela MPB que não desce mais, (sempre tem suas exceções, mas como não falamos de cover aqui, fodam-se) essa banda trouxe aquela distorção e produção progressiva que eu tanto curto.

Se eu já me ofereci pra tocar uns baixos pra eles? Claro!

A banda é composta por dois primos, Vinícius e Bernardo Fracaro, que fizeram todas as composições e gravações juntos no Audacity, com ajuda de alguns plug-ins e o Fl Studio.

Esse EP é o segundo gravado pela banda, tem cerca de 15 minutos composto por duas partes “negative.space n.1” e “negative.space n.2”, faixas bem amarradas montando a unidade do EP, imagino escutar isso absurdamente alto vendo aquelas cenas incríveis de “2001, uma odisseia no espaço”.

Não tenho como descrever com precisão, mas basicamente é um Rock Progressivo (BEM progressivo) e Experimental (BEM experimental), em algumas partes me lembrou um pouco os arranjos psicodélicos da Black Mountain mas sem grandes lembranças a demais artistas o que (pelo menos pra mim) significa algo muito bom, ou seja, isso me lembra Underrated.

 

 

Bati um papo rápido com o Vinícius Fracaro, que me contou um pouco sobre o EP.

“Se eu pudesse dizer resumidamente, esse nosso último EP o “Negative.space” veio de um amadurecimento em todos os critérios com relação ao nosso primeiro, o ‘(this)grace’. O ponto focal disso tudo eu diria que é a experimentação, de descobrir um som ‘diferente’ à banda, por mais que algumas das influencias podem ficar meio claras, como o cenário progressivo, principalmente vindo da Austrália (kkkk quem conhece as bandas de lá sabe do que estou falando) além da parte atmosférica, de criar um ambiente intrusivo às músicas, com referências ao clássico Floyd, além de uma pegada mais dark e ‘estranha’ nas melodias, vindo de diversas influencias bem undergrounds (Mudvayne, Butterfly Effect, Tool, Deftones, Cane Hill…. Foi tudo homemade, a maioria das guitarras foi feito através do amp “Mustang I” ligado ao PC e gravado pelo Audacity, e o resto de batera, baixo e efeitos foi no fl studio”

Quer conhecer? Clica aqui.
O EP e demais músicas foram distribuídas pela nossa querida ONErpm.

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