Diferente da atual tendência pós-moderna, em que nossa sociedade anda cada vez mais apática, os antigos povos tinham uma visão diferente do “unitário”.

As tribos eram sociedades em que tudo era baseado em seu clã, ou seja, o círculo de pessoas próximas que fazem parte da sua vida diária. Não existia o interesse egoísta, baseado em si próprio, pois a menor unidade básica da alma de um indivíduo era sua própria família. Os antropólogos chamam isso de dividualismo em oposição ao individualismo:

 

“O coletivo não é assim algo que o reprime e no que o membro da tribo perde a identidade, a tribo fornece a ele proteção, amizade, lealdade, um código de conduta e lei. E ele devolve a lealdade, proteção e amizade para o coletivo, mas não um coletivo abstrato. A tribo é moldada pela vontade de um e de todos. A vontade é gerada pela identificação entre os interesses de cada um com os outros membros.”

 

Então, imagine se qualquer um quisesse fazer o que desse na telha, na hora, como e quando quiser, se isentando de suas responsabilidades? Já dizia Sócrates que o verdadeiro homem livre é aquele que tem o domínio de seus impulsos, aquele que consegue decidir entre o “fazer ou o não fazer”, diferente do contrário.
Outro exemplo foi algo dito por Radhakrishnan:

“Ama o teu próximo como a ti mesmo, pois tu és o teu próximo. É ilusão acreditar que teu próximo é outro, e não tu.”

 

Assim como a noção de coletivo se opõe ao do individualismo, o universalismo idem. Quer dizer, não são TODAS as pessoas que você deva entregar sua confiança, mas sim aqueles que fazem parte do seu círculo. Tudo que não é família (entenda “família” não só os que tem laços sanguíneos, mas os irmãos na promessa, todos os seus próximos que você compartilha amor) é impuro, é o “profano”. Atualmente o modelo de sociedade mudou drasticamente (felizmente ou infelizmente, para alguns) e a forma de viver não é a mesma, mas a finalidade e muitos dos seus princípios podem ser aplicados.

 

“Mas dentro do seu convívio interno a verdade e lealdade devem prevalecer. Ninguém pode dar mais de si do que os outros, e isso não é possível numa sociedade globalizada, apenas no seio de uma família […] Quando um se esforça mais que os demais isso gera oportunistas e aproveitadores. Por isso a lealdade e respeito interno são tão importantes. Sem nenhum laço, os menos proficientes se aproveitam do trabalho de uns, e os tiranos acabam com a liberdade de todos.”

 

O maior objetivo, é buscar e proporcionar PAZ para todos ao seu redor. E quando falo “paz”, estou falando de um conceito germânico chamado frið que aqui não é a ausência de conflitos, e sim um estado de bem estar e conforto, que consequentemente vai refletir em você, e em sua vida.

 

 

 

Fonte: FALCÃO, Daniel. “Heathenry Tribal”, 2017.

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