Crédito Foto: Fernando Valle

SALVE GALERA! TUDO EM CIMA? Eu Charles Seguins tive a honra de entrevistar a queridíssima Ana Marques da banda RADIOATIVA e conceder a matéria pra vocês (que por sinal é a minha primeira aqui no CEP). Sem muita enrolação nem blábláblá, bora conhecer esse trabalho bacana dessa galera que tá correndo muito atrás de ver o seu som ser difundido estrada afora. Confira a entrevista AGORA MESMO!

Olá Ana! Que tal uma breve apresentação da banda?

Olá, somos a RADIOATIVA, uma banda independente de rock com trabalho autoral e influências dos gêneros pop-punk, emocore e alt rock.

De onde vocês são?

Rio de Janeiro

Ana, conte pra gente como vocês se conheceram?

Felipe e eu somos um casal há 14 anos e nos conhecemos ainda no ensino médio. A banda foi fundada em 2009, no início do nosso namoro. Rodrigo entrou em 2012, mas é meu primo, então nos conhecemos desde sempre! O membro mais novo da banda é o Fab, que entrou em 2015 por indicação de um antigo baixista da banda, que já não faz mais parte do grupo.

Qual é o single que vocês consideram carro-chefe da banda?

Acho que “Você Não Sabe Nada Sobre Mim” marcou muita gente ainda quando estávamos começando, então ela sempre vai ter um espacinho cativo em nossos corações. Depois veio “Inverno”, com uma banda mais madura, e também teve muito destaque. Por outro lado, atingimos um nível que não esperávamos na música mais recente, “Marte”, e ela é uma forte candidata a carro-chefe também!

Sabemos que trabalhar durante a pandemia não tem sido fácil. Como foi o processo de gravação e filmagem do novo single “Marte” em meio a esse período tão difícil?

Foi bem caótico. Em alguns momentos a gente pensou em desistir de lançar “Marte”. Essa música começou a ser escrita em 2019, antes que a gente pudesse sequer imaginar algo como a pandemia acontecendo. Em 2020, praticamente não nos encontramos, por causa das medidas de isolamento social. A flexibilização veio quando começou a vacinação. E só aí, com todos os cuidados necessários, a gente voltou a se reunir ainda em casa. Mas só gravamos “Marte” mesmo em 2021 — antes disso, lançamos outra música mais intimista, que conversava mais com o momento, a “Am”. Mas estávamos cansados, sem ânimo. Foi um período muito difícil, tanto individualmente quanto no coletivo. Da gravação em 2021 até o lançamento do clipe de “Marte”, em junho de 2022, foi outro parto. Especialmente porque, com a pandemia, nosso caixa da banda ficou zerado, então foi difícil conseguir juntar grana e investir em um clipe (ainda que o orçamento tenha sido milagrosamente baixo para uma produção tão bem executada). Mérito da Bruna Santiago e equipe, que conseguiram fazer muito com poucos recur$o$, se é que me entende! Foram tantos desafios, tantas barreiras, que chegamos a pensar que esse projeto nunca sairia.

Qual é a mensagem que vocês querem repassar com o single “Marte”?

Crédito Foto: Fernando Valle

Marte fala sobre estar preso a uma realidade ou a alguém que te sufoca. Que não acrescenta mais para a sua vida ou seus planos. É um desabafo e um pedido por liberdade. “Antes que o meu ar acabe” é um dos trechos da letra original (porque ela foi modificada ao longo do processo de composição), e ele representa a necessidade de escapar de uma situação tóxica antes que seja tarde demais.

Se você conhecesse alguém agora, qual música indicaria pra essa pessoa conhecer a banda de vocês e o porquê?

Hoje eu indicaria “Marte”, com certeza. Porque é o trabalho mais sólido da RADIOATIVA até aqui. Mas se eu pudesse indicar uma segunda música, para que a pessoa pudesse sentir que a nossa essência nunca mudou, eu indicaria “Se Ainda Há Razão”, de 2015. É uma música emocional que também transmite muito do que a gente se propõe a fazer desde o início.

Qual é o significado do nome da banda?

Em 2009, a gente queria um nome simples, forte e em português. Estávamos olhando o dicionário atrás dessa palavra mágica, quando eu (Ana) me deparei com “Radioatividade”. Pensei imediatamente em “RADIOATIVA” (sim, escrevemos em caixa alta), e aí ficou. Depois eu parei para pensar em alguns significados dessa palavra que pudessem complementar o sentido, mas a verdade é que achamos legal quando éramos adolescentes, e por isso ficou hahahaha.

O que falar sobre a questão da própria banda fazer tudo hoje em dia?

Acho que é bom deixar claro que não é por escolha, é por necessidade. E não é só com a gente, essa é a realidade de muitos artistas, inclusive alguns de destaque. Esses dias, eu estava lendo uma publicação da Letrux falando sobre o quanto era difícil gerenciar sua carreira musical, já que ela é quem cuida de tudo, também. E poxa, a Letrux tem muito mais popularidade do que a gente. Então, só por aí, você pode imaginar a realidade do músico independente no Brasil. No mais, é algo que a gente faz porque é apaixonado por música, mas também temos essa veia empreendedora. Temos duas pessoas formadas em Comunicação na banda, e essa formação foi definitivamente influenciada pela música e pela condição de músico independente. A gente precisou aprender a como se comunicar, como vender nosso peixe, como distribuir nosso som — tudo isso sem muita ajuda. Não é fácil, mas é MUITO gratificante quando há algum retorno (ainda que quase nunca financeiro).

Quais as influências de vocês?

Temos muitas influências, do metal ao pop, passando pela MPB. Mas a cena punk e pop-punk se conectam mais com a nossa trajetória e com a nossa forma de compor. A banda surgiu bem ali no final do auge do emocore, no final da primeira década dos anos 2000, então bebemos muito dessa fonte.

Como foi a experiência de abrir o show do Evanescence em 2017 em São Paulo no Espaço das Américas?

Foi uma experiência que mudou a nossa vida. Uma virada de chave. Por um lado, reforçou algo em que a gente sempre acreditou: que sonhos se realizam. Afinal, a própria Amy Lee apontou e disse: “são eles!”. Isso também deixou claro na nossa cabeça que somos dignos de um palco como aquele do Espaço das Américas. Por outro, nos fez ser mais “pé no chão”, melhorar como músicos e definitivamente teve um impacto em tudo o que veio depois. O dia do show foi um perrengue total, não fugindo à regra da maioria dos shows de bandas independentes. A gente levou o backline praticamente completo em uma viagem de carro Rio/SP. Dormimos em um apartamento alugado no Airbnb, e quando o final de semana acabou, trabalhamos normalmente na segunda-feira, como se nada tivesse acontecido. Não teve glamour, mas foi incrível!

Quais as expectativas de vocês daqui pra frente?

Testar novos limites. Tem sido assim desde sempre, e é isso que queremos continuar fazendo. A cada novo trabalho, a meta é ser melhor que ontem… E acho que temos conseguido, até aqui!

Onde encontrar o trabalho de vocês?

Nas redes sociais somos @radioativaoficial e no Spotify, Apple Music, Deezer e qualquer outra plataforma, é só buscar por RADIOATIVA. No YouTube, nosso canal é: https://www.youtube.com/c/BandaRadioativa

Sobre o atual momento caótico em que vivemos, gostaria de citar algo?

O mais importante sobre a pandemia é entender que ela não acabou, ter responsabilidade com o próximo, continuar com as medidas higiênicas para prevenir a disseminação do vírus. E claro, sempre que chegar a hora de tomar uma nova dose da vacina, não perder tempo e correr para o centro de saúde mais próximo! É muito importante não deixar nada disso de lado, para não arriscarmos ter que realizar novos lockdowns. O setor cultural (entre outros) já está fragilizado demais, e não podemos passar por isso novamente.

Indicariam alguma banda do mesmo círculo de vocês pra galera conhecer?

Algumas dispensam apresentações, mas vale sempre exaltar: Canto Cego e Drenna são bandas incríveis que estão no corre há bastante tempo e merecem ser ouvidas. Além disso, conhecemos recentemente a banda Aknus, de Minas Gerais. Eles têm um som poético misturado com metal, é uma pegada muito diferente e bacana! Vale o play!

Considerações finais?

Acho que isso é tudo! Um recado pra quem estiver lendo: sigam a gente no Spotify, adicionem nossa música aos seus favoritos e às suas playlists! Parece pouco, mas isso ajuda MUITO a gente a continuar alcançando cada vez mais pessoas.

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Muito obrigado a quem conferiu a matéria.

CONFIRA AGORA MESMO O CLIPE DE “MARTE”!!!

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