No dia 12 de abril, aconteceu no Teatro Positivo em Curitiba apresentação da banda inglesa setentista de rock progressivo, Jethro Tull.
Inicialmente, o show causou certa estranheza ao público por conta da exigência da banda, principalmente do frontman Ian Anderson, em que era proibido utilização de câmeras e celulares durante o show (inclusive até para envio de mensagens, se a pessoa tivesse que utilizar o aparelho, deveria levantar-se e ir para área externa do concerto).
Seguranças e equipe de apoio estavam circulando pelos corredores abordando pessoas e solicitando o desligamento do aparelho, ou orientando que se fosse necessário, para que se dirigisse a área externa do local onde ocorria o show.
De certa forma, não é totalmente errado tal posicionamento da banda: às vezes queremos assistir o show e temos que desviar das pessoas que estão praticamente produzindo um “dvd particular” e esquece de curtir o evento. Uma foto ou outra, gravação de uma música ou outra para publicar nas redes sociais, não deve ser tratado como “pecado mortal”, porém, o bom senso deveria prevalecer nestes casos, pois também atrapalham outras pessoas que estão ali curtindo o evento.
Entretanto, tal posicionamento torna-se prejudicial, por exemplo, para pessoal que trabalha como imprensa e/ou divulgação dos eventos: afinal, os profissionais estão no show não apenas para assistir, mas também registrar os melhores momentos e assim divulgar trabalho.
Se a luz dos aparelhos desconcentram, distraindo os músicos, algum setor poderia ter sido destinado à imprensa e solicitar a não solicitação do flash ou material luminoso para registro.
Porém, na última música executada pelos ingleses Locomotive Breath, foram liberadas a utilização dos aparelhos e assim os registros seriam feitos pelo público.
Finalmente, com o show iniciando, vemos um palco extremamente simples, apenas os instrumentos, com telão passando filmes e jogo de luzes, espetacular.
Ao entrarem no palco, é como se a banda provocasse uma verdadeira volta ao passado e teletransportasse o público junto com a história dos ingleses.
Aliás, ainda neste sentido, ingleses, música progressiva, com folk muito presente e sendo uma banda setentista, é quase impossível o show não ser totalmente impecável, do início ao fim, e aos mínimos detalhes: som, iluminação, estrutura, imagens etc.
Embora, Ian Anderson falasse entre uma música ou outra, a frieza inglesa foi sentida pelo “curitibano frio”, e não tendo tanto “envolvimento” com público, como por exemplo Bruce Dickinson em 2023, quando se apresentou no mesmo local com orquestra e era puro carisma.
Iniciando a primeira parte do show, logo na primeira música My Sunday Feeling, pode-se dizer que, a maior parte do público ao ver o filme que passava no telão atrás da banda, automaticamente se teletransportava para dentro daquele universo!
Particularmente, em algumas músicas até esqueci que a banda estava ali tocando diante dos meus olhos, tamanha imersão e completa fusão entre música, filme e energia.
Ao olhar para os lados, ou até mesmo ao caminhar, era visível as pessoas de olhos fechados, batucando com as mãos, ou com um “air guitar”, cantando a música e literalmente “viajando”!
Assim foi o clima do show inteiro! Muita nostalgia com um sentimento bucólico com uma afinação e sincronia perfeitos!
A qualidade não apenas do som, mas das imagens escolhidas eram inegáveis, é necessário pontuar a belíssima presença de palco e também o feeling do membro mais jovem, o guitarrista Jack Clark que entrou no lugar de Joe Parrish-James, que deixou a banda em fevereiro deste ano para focar no da banda Albion (projeto próprio).
Houve uma pausa de aproximadamente 20 minutos para o público e a banda poderem recuperar o fôlego, atualizar postagens e mensagens e então houve a segunda parte, mostrando m lado um pouco mais moderno da banda, porém de forma extremamente sutil.
Neste sentido, a modernidade era mais perceptível com a maestria do tecladista John O’Hara, que juntamente com David Goodier (B), são um verdadeiro show à parte!
Após uma verdadeira viagem ao tempo, não apenas da própria banda, mas também interna e acho que esse era o tipo de sentimento que gostariam de despertar em que a pessoa revivesse a própria história, o show chega ao fim, e cumprindo a missão com êxito: vontade de assistir outro o mais breve possível.
Set List:
Primeira parte do show:
My Sunday Feeling
We Used to Know
Heavy Horses
Weathercock
Roots to Branches
Holly Herald
Wolf Unchained
Mine Is the Mountain
Bourrée in E minor (Johann Sebastian Bach cover)
Segunda parte:
Farm on the Freeway
The Navigators
Warm Sporran
Mrs Tibbets
Dark Ages
Aquadiddley
Aqualung
Locomotive Breath
Cheerio