Ao chegar às 20:00, os habitantes da fria cidade de Bogotá já se aglomeravam em grande número do lado de fora do recém-inaugurado Lourdes Music Hall, que se apresentava como o novo local de shows com este emocionante espetáculo.
Às 21:30, Vladislav Parshin (voz e guitarra), Michail Nikylin (bateria) e a talentosa Irene Parshina (baixo) subiram ao palco para exibir sua maestria, demonstrando uma naturalidade e frieza características de sua origem russa. No entanto, apesar dessa aparente frieza, criaram uma explosão de ritmos escuros e melodiosos que transformaram a noite em uma experiência íntima e monumental.
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O show do Motorama foi mais do que uma experiência musical; poucos momentos escaparam da esfera puramente musical. Vladislav tocando os pratos da bateria com os joelhos foi um desses momentos punk que definiram o espetáculo.
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Motorama, com seu estilo frio e melancólico, transcende as barreiras emocionais com sua música e sua presença visual. Transporta você para uma sensação cinematográfica europeia, para uma história de romance indie; uma experiência indescritível. Vladislav Parshin, talvez o membro mais caloroso, agradecia timidamente, mas constantemente ao público, enquanto Irene Parshina, com sua interpretação tranquila e sorriso constante, era impossível não amar por sua atuação no baixo ao vivo.
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Motorama adquiriu um status de banda de culto na cidade de Bogotá. Apesar de manter um perfil discreto, como muitas bandas de pós-punk ou doom metal indie, ficou evidente ao ver uma das assistentes, a primeira na longa fila, trazendo um ramo de flores para entregar à banda, um gesto que ocorreu no meio do primeiro silêncio, momento em que parecia que a banda estava se retirando, mas voltaram para tocar mais quatro músicas, incluindo “Corona“.
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“Sleep, and I Will Sing” é o álbum que Motorama está promovendo, do qual interpretaram muitas de suas músicas, como “And, Yes” e “Two Sunny Days“. Também exploraram as fibras mais profundas dos fãs com músicas nostálgicas como “Rose in the Vase” e “Eyes“. A beleza de “Heavy Wave” e, talvez as mais esperadas da noite, “Alps” e “Corona“.
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Flora Music, a promotora do evento, realizou um trabalho incrível, escolhendo o local perfeito para o espetáculo. Motorama deixou sua marca característica, mantendo a profundidade melancólica da voz inconfundível de Vlad, incorporando teclados sutis e guitarras cristalinas que adicionam um toque leve de pop ao seu repertório, aventurando-se até no jangle-pop com músicas como “Not Really“, mostrando uma faceta fresca e contemporânea.
Ao finalizar o show, Irene Parshina e Vladislav autografaram alguns vinis e discos para os fãs agradecidos.
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